quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O Cristão e o domingo?





Mas, como fica a questão do Sábado?

O sábado é um estatuto perpétuo para Israel, e não para a igreja, veja: 

“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua” Êxodo 31:16. 

“Em cada dia de sábado, isto se porá em ordem perante o Senhor continuamente, pelos filhos de Israel, por aliança perpétua” Levítico 24:8.

O sábado, na verdade, foi instituído por Deus, por ocasião da criação, como um princípio de descanso. O verbo hebraico “Shabbath” significa descansar. 

Numa tradução livre o verbo hebraico “Shabbath” ficaria assim - “cessar os labores e atividades”. Deus estava ensinando um princípio da necessidade do descanso após um período de trabalho. Esse princípio para Deus é santo, veja: “Lembra-te do dia de "sábado" (shabbath, descanso) para o santificar” (Êxo. 20:8).

Porém, com o advento da Lei mosaica esse princípio de descanso foi inserido nos 10 mandamentos, como algo a ser observado pelo povo de Israel. Acontece que dentro desses 10 mandamentos vamos encontrar os preceitos morais, que são princípios eternos a todos, e que quando descumpridos há penalidade, menos o 4º Mandamento, pois tem um caráter cerimonial e não moral, e que se tornou um estatuto perpétuo para Israel.

Os dez mandamentos:

1º “Não terás outros deuses diante de mim.”

2º “Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos.”

3º “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.”

4º “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; “mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.”

5º “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.”

6º “Não matarás.”

7º “Não adulterarás.”

8º “Não furtarás.”

9º “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.”

10º “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.”

O próprio Jesus, bem como o apóstolo Paulo, como veremos abaixo, apontam o 4º mandamento como um preceito cerimonial para os Judeus e não moral. 

1. Jesus: 

Quando Jesus fala do sábado ele sempre o aponta como um rito cerimonial:

“E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo” Mateus 12:2-6

Jesus aqui aponta o sábado não como um principio moral, que não pode ser quebrado ou se quebrado que deva ser punido, mas o aponta como um simples rito do templo e que não cumprido Não implica em pena.

Jesus ainda alega que é maior que o sábado:

“Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor” Mateus 12:6-8.

“E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” Marcos 2:27.

No sermão do monte (Mt 5,6,7) Jesus faz uma repetição, como uma releitura, dos mandamentos e os dá uma melhor interpretação do ponto de vista divino, porém podemos observar que ele não cita o 4º mandamento, tendo em vista não ser um princípio moral a ser seguido por todos.

2. Paulo:

Já o apóstolo Paulo nos esclarece que a Lei foi substituída pela Graça de Deus e consequentemente a Lei Mosaica foi abolida. 

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz... Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” Colossenses 2:14,16,17.

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada... Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus” Gálatas 2:16.

Jesus veio cumprir toda a Lei Mosaica por nós, portanto agora não é mais necessário andar ou cumprir a Lei, exceto o que é principio divino.
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir” Mateus 5:17.

E por quê? Porque nós não poderíamos cumprir a Lei e sermos justificados, somos pecadores e sempre falharemos. Jesus, então a cumpre perfeitamente por nós. Somos justificados em Cristo.

“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las... Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” Gálatas 3:10,13.

Agora, é importante ressaltar que dentro desses preceitos da Lei, Jesus ensina que alguns são princípios morais que devem ser observados por todos, porém com muita sabedoria aponta um caminho que nos leva a cumprir toda a Lei moral ou seus princípios, sem legalismo.

“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” Mateus 22:37-40.

“Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” Gálatas 5:14.

Interessante, pois quem ama seu próximo, não assassina ninguém, não adultera, não rouba, não defrauda, não levanta falso testemunho, não tem inveja, ódio, porfia e assim vai.

Por que o Domingo foi instituído como o dia do descanso para o cristão?

Primeiro é necessário deixar claro que o domingo não é substituto do sábado cerimonial. Assim como não há nenhuma ordenança na Graça para a guarda do Sábado, também não há para o Domingo. Na Graça todos os dias são comuns, não há um mais santo que o outro, Veja:

“Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente” Romanos 14:5.

Então porque os Cristãos usam o domingo como dia de descanso?

É importante lembrar que, para nós cristãos do mundo inteiro, Cristo é o centro de tudo. Os acontecimentos mais importantes do cristianismo aconteceram no domingo, como por exemplo, a ressurreição de Jesus (Jo 20). Após isso, a primeira aparição, de Jesus os seus discípulos, já ressurreto, foi no domingo (Jo 20.19, 26). Depois disso, os apóstolos se reuniam aos domingos (o primeiro dia da semana) para cultuar e para participarem da Ceia da comunhão:

“E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite” Atos 20:7

“No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar” 1 Coríntios 16:2

A partir daí o primeiro dia da Semana ficou conhecido entre os cristãos como o “dia do Senhor”:

“Eu fui arrebatado no Espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta” Apocalipse 1:10

Vamos ainda recorrer a história da igreja cristã, dos primeiros séculos:

A Didaché: “Mas a cada DIA do SENHOR…ajuntai-vos e partilhai do pão, e fazei vossas ações de graça após ter confessado vossas transgressões, para que o vosso sacrifício possa ser puro. Todavia não deixai ninguém que está em divergência com seu amigo agregar-se a vós, até que eles estejam reconciliados, para que o vosso sacrifício não possa ser profanado” (Didaché 14:1, Padres Ante-Niceianos Vol. 7, pg. 381)

Vejamos o que Inácio de Antioquia, que foi discípulo do apóstolo João, disse acerca do sábado, e qual é o dia do Senhor, segundo o que aprendeu com seu professor e apóstolo:

107 AD Inácio: “Não vos enganeis com doutrinas estranhas, nem com velhas fábulas, as quais não trazem nenhum proveito. Pois se nós vivêssemos ainda de acordo com a lei Judaica, nós reconheceríamos que não teríamos recebido a graça… Se, portanto, aqueles que foram trazidos da antiga ordem das coisas vieram à possessão de uma nova esperança, não mais observando o Sabbath (Sábado judaico), mas vivendo na observância do Dia do Senhor, na qual também nossa vida brotou novamente por Ele e por intermédio de Sua morte (Que alguns negam), por tal mistério nós recebemos fé, e contanto que soframos a fim de que nós possamos ser achados discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre, como seríamos capazes de viver apartados dele por quem até mesmo os profetas estão procurando como seu Mestre uma vez que estes são seus discípulos no espírito?… Que todo amigo de Cristo guarde o Dia do Senhor como um festival, um dia de ressurreição, a coroa e chefe de todos os dias da semana. É um absurdo falar de Jesus Cristo com a língua , e fomentar na mente um Judaísmo que tem agora chegado a um fim, pois onde houver Cristianismo não pode haver Judaísmo… Estas coisas eu envio a vós, meus amados, não que eu saiba que algum de vós esteja em tal estado; mas desejo de antemão vos resguardar, antes que qualquer dentre vós caia nos anzóis de vãs doutrinas, mas para que possais melhor apegai-vos a uma completa certeza em Cristo… (Inácio, Epístola aos Magnesianos, capítulo 9. Padres Ante-Niceianos, Vol. 1, pg.62-63).

“No alvorecer do dia do Senhor, Ele ressuscitou dos mortos, de acordo com o que foi dito por ele mesmo: “Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem também estará três dias e três noites no coração da terra. “(Inácio aos Trales 9: 2).

A Epístola de Barnabé - um dos documentos mais antigos da Igreja, anterior ao Apocalipse - dizia: “Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos” (Barnabé 15:6-8).
110 AD Plínio: “eles tinham o hábito de se reunirem num determinado dia fixo antes que clareasse, quando cantavam hinos diversos a Cristo, como para um Deus, se uniam em um solene juramento de não praticar quaisquer atos iníquos, nunca cometerem qualquer tipo de fraude, roubo ou adultério, nunca em prestar um falso testemunho nem em negar uma responsabilidade quando fossem eles chamados para tal; após o que era costume deles se separarem e então se reunirem novamente para participar de uma boa refeição – mas comida de tipo frugal e inocente”.

Em meados do século II, encontra-se o famoso depoimento de S. Justino, escrito entre 153 e 155: “No dia dito do sol, todos aqueles dos nossos que habitam as cidades ou os campos, se reúnam num mesmo lugar. Leem-se as memórias dos apóstolos e os escritos dos profetas… Quando a oração está terminada, são trazidos e vinho e água… Nós nos reunimos todos, no dia do sol, porque é o primeiro dia, aquele em que Deus transformou as trevas e a matéria para criar o mundo, e também porque Jesus Cristo Salvador ressuscitou dos mortos nesse dia mesmo” (I Apologia 67, 3. 7).

150 AD Justino: “… aquele que tem perseguido e verdadeiramente perseguem a Cristo, se eles não se arrependerem, não deverão herdar nada no monte santo. Mas os Gentios, os quais têm acreditado Nele, e têm-se arrependido dos pecados que cometeram, receberão a herança junto com os patriarcas, profetas e dos homens justos descendentes de Jacó, mesmo que esses não guardem o Sabbath, nem são circuncidados, nem observem as festas. Com toda certeza eles receberão a santa herança de Deus” (Diálogo com Trifo, o Judeu, 150-165 AD, Padres Ante-Niceianos , vol. 1, pg. 207).

São Justino (†165), mártir, escreveu: “Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos“ (Apologia 1,67).

190 AD Clemente de Alexandria: “Ele cumpre os mandamentos de acordo com o Evangelho e guarda o “Dia do Senhor”, quase sempre ele lança fora maus pensamentos…glorificando a ressurreição do Senhor nele mesmo” (Ibid. Vii.xii.76.4).

200 AD BARDESANES: “Onde quer que estejamos, somos todos chamados segundo o nome dos Cristãos de Cristo. Em um dia, o primeiro da semana, nós nos reunimos em assembléia”.
200 AD Tertuliano: “Nós solenizamos o dia posterior ao Sábado em distinção àqueles que chamam a esse dia seu Sabbath” (Apologia de Tertuliano, Cap. 16).

200 AD Tertuliano: “Segue de acordo que, da mesma maneira que as abolições da circuncisão carnais e da antiga lei são demonstradas como tendo sido consumadas aos seus específicos tempos, assim também a observância do Sabbath é demonstrada ter sido temporária” (Uma Resposta aos Judeus 4:1, Padres ante-niceianos Vol. 3, pág. 155).

220 AD Orígines: “No Domingo, nenhuma das ações do mundo deveriam ser feitas. Quando então, abstenhai-vos de todas as obras deste mundo e mantende-vos livres para as coisas espirituais, ide à Igreja, escutai as leituras e as divinas homilias (antigos discursos), meditai nas coisas celestiais” (Homilías 23 in Número 4, PG 12:749)”.

220 AD Orígines: “Uma vez que não é possível que o dia de descanso após o sabbath deveria vir a existir a partir do sétimo dia de nosso Deus. Pelo contrário, é nosso Salvador quem, após o padrão de seu próprio descanso, nos proporcionou a sermos feitos a similitude de sua morte, e daí também de sua ressurreição” (Comentários em João 2:28).

Outro documento, “A Tradição Apostólica de Hipólito de Roma” (ao redor do ano 230), diz em 1.15: “Seja ordenado bispo aquele que, irrepreensível tiver sido eleito por todo o povo. E, quando houver sido chamado pelo nome e aceito por todos, reúna-se o povo juntamente com o presbyterium e os bispos presentes, no domingo”. Não diz para trocar o sábado pelo domingo, mas mostra, de novo, a presença do primeiro dia da semana na vida da Igreja. E num evento tão significativo, como a ordenação ao ministério.

Esta mesma obra diz, em 60.1: “No domingo de manhã, o bispo, se puder, distribuirá a comunhão a todo o povo, com as próprias mãos, partindo os diáconos o pão…”.

O testemunho da história é que a Igreja se reunia no domingo, para celebrar o memorial da ceia do Senhor.

Portanto, cai por terra toda tentativa injusta e desonesta de atribuir ao imperador Constantino, que foi do sec IV, a criação do domingo como dia de descanso cristão, ele simplesmente o corroborou. Fica evidente pelo testemunho histórico e Escriturístico que os primeiros cristãos usavam o domingo para cultuar a Deus e participarem da comunhão da Ceia do Senhor, antes mesmo do sec IV.

Não confunda, o decreto chamado "Édito de Constantino", proclamado em 7 de março de 321 d.C, pois este édito fazia parte do direito civil romano e em sua religião pagã, e não era um decreto da Igreja cristã ou se estendia ao judaísmo, veja: "Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu" 

O decreto não se aplicava aos cristãos e nem aos Judeus Por uma questão estreitamente relacionada, Eusébio, Bispo de Cesareia, Sec. III, afirma: "Por sorte não temos nada em comum com a multidão de detestáveis judeus, por que recebemos de nosso Salvador, um dia de guarda diferente.". Embora isso não indique uma mudança do dia de guarda no cristianismo, na prática o édito não favorece um dia diferente para o descanso religioso, inclusive o sábado judaico. Somente em 325 d.C., no Primeiro Concílio de Niceia, o domingo, simplesmente, foi confirmado como um dia de descanso cristão, de forma universal.

Essa tradição cristã, do domingo, como o dia do Senhor, tem sido praticada pelo mundo cristão, desde os primeiros séculos, Mas não como uma ordenança e sim como um dia importante para o cristianismo, haja vista, principalmente a ressurreição de o Nosso Salvador ter sido no domingo. 

O Domingo marcou o cristianismo, nesse dia Jesus ressuscitou e agora temos a esperança de que por Ele seremos ressuscitados também:

“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” 1 Coríntios 15:17-28.

Portanto, é no domingo que por tradição e alegria nos reunimos e celebramos a Cristo, nosso Senhor e Salvador. 

Que Deus em Cristo nos abençoe.

Pr Pedro Pereira, Sola Scriptura.

 

 



sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Celebre o Natal Cristão com sua Família.

Celebre o Natal Cristão com sua Família.

Devemos lembrar que os homens ignoraram o nascimento do menino Jesus, mas os anjos desceram do céu e comemoraram o primeiro Natal Cristão, com louvores:

"E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita; E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam". (Lc 2. 10-18).

Ensine a eles que o natal secular nada tem a ver com o natal cristão. Diga a eles sobre Jesus, o verbo que se encarnou para nos salvar, Jesus veio ao mundo para expiar, remir os nossos pecados. Jesus foi o presente de Deus, com muito amor, para esse mundo (Jo 3.16). Jesus nasceu. Feliz Natal!

Pr Pedro Pereira

domingo, 17 de dezembro de 2017

Pastores, cuidado com a “Síndrome de Burnout”

Burnout”, também conhecida como o esgotamento físico e mental e tem caráter depressivo. Esse esgotamento, físico e mental está ligado intimamente à uma vida profissional estressante. Esse nome foi dado pelo psicanalista nova-iorquino Freudenberger, na década de 70.

O desejo ou o compromisso de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho, a necessidade de auto estima pela capacidade de realização e sucesso, aliada a pressão para se afirmar e cumprir metas esperadas por todos e por si mesmo, pode, além de problemas de ordem psicológica, gerar forte desgaste físico e mental, culminando com fadiga e exaustão. Isso me parece bastante peculiar na vida diária do pastor.

Essa patologia atinge membros de todas as áreas de atuação, como por exemplo, professores, policiais, bancários, gerentes, pilotos, jornalistas, inclusive os pastores e até mesmo voluntários.

A cura para o “burnout” é descanso, simples assim, umas boas férias. Quando falamos em descanso significa desligar-se das rotinas estressantes, dormir bem, fazer atividade física e aproveitar para rever e mudar os hábitos da vida ministerial, para não acabar outra vez na mesma situação.

Li, recentemente, nas redes sociais, que o famoso reverendo Augustus Nicodemus, sabiamente, acaba de se licenciar por 3 meses do pastoreio da sua igreja, após detectar que estava sofrendo com essa doença, “burnout”, para retornar sadio e com a “pilha carregada”. O próprio reverendo informa que o famoso pastor reformado John Piper passou por um momento semelhante em 2010 e afastou-se por quase um ano do ministério. 

Queridos, essa doença é real e está entre nós, e devido a uma rotina estressante que muitos pastores adotam, ela chegou entre nós. Talvez, o triste episódio do suicídio de um pastor, divulgado recentemente, teria sido evitado, se ele tivesse sido diagnosticado a tempo e ajudado por aqueles que o rodeavam, e até mesmo pelo próprio ministério em que estava ligado.

Conheço muitos amigos de ministério que confidenciam comigo estarem desanimados, cansados, esgotados, descontentes, e outros com depressão, mas que não podem revelar com medo de ser vistos como fracos, desviados, rebeldes, e por ai vai. Eu mesmo tenho aconselhado aos mais íntimos amigos pastores a necessidade deles de um descanso, porém, por vários fatores, extra vontade deles, não sou atendido.

Infelizmente, no meio ministerial, há ainda muito preconceito e uma descabida desconfiança no pastor que pede licença ou férias, por estar estressado e cansado da rotina pastoral. Certa vez, ouvi de um pastor ancião que pastor não tira férias - “isso é coisa do diabo para parar a obra de Deus”, dizia ele. 

Que pena! Nem sabe ele que pela lógica, mais obra diabólica é matando seus ministros de cansaço e fadiga. Pastor não é super homem, é simplesmente um homem como outro qualquer.

Para terminar descrevo algumas atitudes que o psiquiatra, citado acima, descreve que poderão levar a essa doença, culminando com a depressão, que se não tratada pode até consequências graves como depressão e suicídio, vejamos:

Ser centralizador e imediatista, quer fazer tudo sozinho;
Não dormir bem, não comer bem e se isolar, não tem amigos (verdadeiros);
Mudança de comportamento - ficar impaciente sem motivo aparente, não aceitar brincadeiras, ser ríspido a toa, Não se reconhecer mais;
Ter momentos de confusão mental - começa a ter falha na memória, ter lapsos, o famoso “deu branco”, de repente não sabe onde está, pra onde está indo, etc.;
Sentir um vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
Perceber sintomas de depressão, ou seja, marcas de indiferença, desesperança, exaustão, a vida perde o sentido; e por fim cansaço, fadiga excessiva; 
Ter uma vida preocupada em agradar ou impressionar outros, necessidade de ser sempre o melhor;
- Acumular responsabilidades além do necessário; etc. 

As atitudes acima, juntamente com outros fatores, como rejeição, problemas familiares, financeiros, etc., podem contribuir para o desencadeamento da síndrome de Burnout.

Há momentos que serão necessários dar uma parada, pisar no freio, tirar umas boas ferias e retornar com as pilhas carregadas dentro de uma rotina mais adequada e menos estressante. 

Que Deus nos ajude. Como disse o sábio salomão: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu" Ec 3.1. 


terça-feira, 17 de outubro de 2017

NÃO HERDARÃO O REINO DE DEUS...

"Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus" 1 Coríntios 6:9,10 (NVI).

Paulo, o apostolo da igreja, escreve uma carta aos cristãos da cidade de Corinto e dá a eles vários conselhos, dentre eles, esse ensino e alerta, que ao meu ver, é extremamente atual. Vejamos:

Primeiro, ele começa dizendo que os perversos não herdarão o Reino de Deus, ou seja, aqueles que vivem praticando o que é mal, em outra tradução diz, impios, que significa ser injusto, esses não herdarão o Reino de Deus. 
O padrão de justiça divina são as Santas Escrituras, logo tudo que é praticado em desacordo com as Escrituras é uma injustiça diante de Deus e o castigo para isso é ser excluído do Reino de Deus.

Segundo, de forma mais clara Paulo começa a relacionar algumas injustiças que o homem comete para com Deus e que o deixará fora dos céus, então ele inicia sua relação:

OS IMORAIS, isso quer dizer os indecentes, os que são contrários ao pudor, os libertinos. O padrão de certo e errado, para os cristãos, está nas Escrituras Sagradas. Deus abomina e excluirá do seu Reino esse tipo de gente, os imorais (Gl 5.19-21).

OS IDÓLATRAS, esses são aqueles que trocaram a gloria de Deus por coisas e pessoas, trocaram o criador pela criatura (Rm 1.21-25; Sl 115. 2-8; Ex 20.3-5). A idolatria em si é aquela que é praticada de forma consciente e voluntária.

OS ADÚLTEROS, é bom ressaltar que adultério é um pecado de traição ao casamento e não é necessário que se consuma de fato, pois Jesus ensinou que o fato de ficar desejando a mulher ou o homem alheio já configura, na ótica divina, um adultério (Mt 5.27,28).

OS HOMOSSEXUAIS, em outra tradução a bíblia chama-os de sodomitas, esse tipo de pecado afronta a criação de Deus, zomba com o que o criador fez, Macho e Fêmea os criou (Mt 19.4; Mc 10.6). Dentro do principio divino, a mulher foi feita paro o homem e o homem para a mulher, o que foge disso é contra o natural e se torna abominável aos olhos de Deus (Rm 1. 26,27, Lv 18.22). 

OS LADRÕES, aqueles que se apropriam do que não é seu, Deus os deixará fora dos Céus.

OS AVARENTOS, significa aquele que não é generoso, são aqueles que embora tenham para dar ou ajudar não o fazem, pois amam mais o dinheiro do que as pessoas. São aqueles que acumulam riquezas nessa terra mas não dividem, não compartilham com os necessitados, esse também ficaram fora do Reino de Deus (1 Tm 6. 10,11; Mt 6. 19-21; Mt 19. 21-23).

OS ALCOÓLATRAS, em outra tradução, os bêbados. Esses são aqueles que se entregam à doença do alcoolismo, Por isso a bíblia condena a embriagues, o excesso, a falta de moderação, o descontrole. Como tudo na vida, o exagero é ruim, por exemplo o comer é bom e ate necessário, mas o "comilão" ou glutão, aquele que come desordenadamente, o exagerado, esse a bíblia condena. Todos sabemos o que acontece com os alcoólatras, além de se destruir, destrói tudo e todos a sua volta. O cristão deve ser equilibrado, moderado, sóbrio (Ef 6.18; Gl 5.22,23; 1 Tm 3.3,8).

CALUNIADORES, em outra tradução maldizentes. Aqueles que vivem, de forma consciente e proposital, falando mal de outros, com intuito de denegrir, difamar, envergonhar, destruir a honra, humilhar, desprezar os outros, por inveja, raiva, ira, ciumes. 
Certamente ficarão de fora do Reino de Deus. Essas pessoas, com suas calunias destroem famílias, pessoas e até igrejas locais, promovem contendas, inimizades, porfias, doenças, e até mortes, tanto físicas como principalmente mortes espirituais, nas pessoas atingidas. Jesus as chama de assassinas (Mt 5.21,22; Gl 5.19-21; Pv 6. 16-19; Mt 7.1,2; Lv 19.16; Sl 15.3).

OS TRAPACEIROS, em outra versão os roubadores. Mas o sentido original é aquele que usa de mentiras, ilude pessoas, que usa de engano para se favorecer, aquele que é desonesto. Para Deus ser desonesto é o mesmo que ser um ladrão. Esse também não herdará o Reino de Deus (Sl 15.1-5).

Que o Senhor tenha misericórdia da nossa geração. Vamos seguir o conselho do apostolo Paulo, pois só com o Espírito Santo nos dirigindo é que podemos vencer: "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei" Gálatas 5:22,23.

Sola Scriptura
Pr Pedro Pereira

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Família, nossa primeira igreja

"Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel" 1 Timóteo 5:8


Família é o bem maior de Deus em nossa vida, cuide bem daqueles que Deus colocou na sua vida como sua esposa, seu esposo ou filhos.

Na hierarquia da vida Deus está sempre em primeiro lugar, mas em segundo vem sua família. Agora e a igreja, onde fica? A igreja vem em terceiro lugar, mesmo porque, a sua primeira "igreja" são seus filhos e cônjuge. Éimportante não confundir igreja com Deus.

Lembre-se disso, cuide primeiro dos da sua casa, pois caso contrário, negou a fé e de nada adiantará parecer um "santão" na igreja.

Mas, então o que é cuidar dos seus? Ai vai algumas dicas, além de suprir e proteger: Ame mais, abrace mais, elogie mais, sorria mais, gaste mais tempo com eles, brinque mais com eles, priorize a família sempre, verbalize mais seus sentimentos de amor, perdão e alegria. Contribua para que seu lar seja um pedacinho do céu.

Que adianta ser um "grande pregador", "um exímio ensinador", uma pessoa reconhecida no meio evangélico, um religioso exacerbado, mas negligenciar sua família, pois nunca se tem tempo para ela, e a deixa em segundo plano.

Com a palavra o grande apostolo Paulo - se não cuida dos seus (família), negou a fé e é PIOR que os infiéis. É isso.

Sola Gratia
Pr Pedro Pereira

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

ONDE SE PERDEMOS?

É com tristeza que observo muitas igrejas pentecostais clássicas se curvando ao pragmatismo das campanhas intermináveis do movimento neo pentecostal. 

Tenho conversado com alguns pastores maduros e de elevado conhecimento bíblico que compartilham desse mesmo sentimento. 

A pergunta é: Onde nos perdemos? O que aconteceu com nossos cultos Cristocêntricos? Bom, refletindo nisso chego a algumas conclusões:

Primeiro, a má formação ministerial e teológica da maioria dos obreiros. Por incrível que pareça ainda hoje existe uma certa resistência em alguns líderes, no tocante a formação teológica, pois não a incentivam ou no minimo a desprezam, outros até permitem extensões de escolas teológicas em suas igrejas, mas o interesse não é o conhecimento e sim o certificado para credenciar alguns ao ministério, com isso falta apoio, boa estrutura escolar, professores capacitados, etc. A maioria de obreiros são separados ao presbitério, sem nenhuma formação, tanto especifica (escola de presbítero), como teológica. Meu Deus!! Como pode alguém assumir a direção de uma igreja sem dominar no minimo as doutrinas fundamentais do cristianismo? Como pode ensinar sem conhecer minimamente regras de interpretação bíblica? 

Segundo, a maioria dos obreiros são cheios de boa intenção, homens de bom testemunho, com vida de oração, mas pela falta de conhecimento bíblico são influenciados por programas de TV pragmáticos, que exploram campanhas com resultados aparentes (encher templos e arrecadar dinheiro). Esses programas e movimentos não tem compromisso com a ortodoxia bíblica. Tem como lema: não importa se é bíblico, o que importa é que funciona para meus propósitos. É um verdadeiro vale tudo. Inventam de tudo, usam textos e passagens, na maioria das vezes, do Velho Testamento, fora do contexto, para beneficio de seus propósitos, como por exemplo: campanha dos sete mergulhos de Naamã, campanha da queda dos muros, campanha da luta contra o anjo no vau de Jaboque, etc. Infelizmente, essas campanhas pragmáticas não levam em conta a vontade soberana de Deus. Determinam dia, hora e lugar para Deus operar, conforme o desejo dos homens. A pergunta é: e se Deus não quer curar? E se Deus não quer realizar? O tempo de realizar o que pedimos ou clamamos é o tempo de Deus? E os propósitos e desígnios de Deus são levados em conta? E a oração de Jesus para o Pai fazer a vontade dele em primeiro lugar, conta? E o esperar com paciência a vontade divina, conta? Será que uma campanha pragmática curaria Jó no tempo que ele quisesse, ou Jó teve que aguardar o tempo de Deus? Cristãos autênticos esperam em Deus e se submetem a sua vontade e tempo. Por isso campanhas são estratégias humanas e são inúteis. Para nós resta apenas orarmos, clamarmos e esperamos o tempo de Deus.

Terceiro, a pressão por boas entradas de dinheiro, a pressão para o crescimento da igreja levaram alguns obreiros a abandonarem os cultos com ensino da palavra (doutrina bíblica) e as reuniões de oração, substituindo-as por campanhas pragmáticas que atendam as necessidades dos homens. Quem não quer prosperar? Quem não quer cura das enfermidades? Quem não quer porta aberta de emprego, casa própria, carro novo, etc.? Essas campanhas pragmáticas atendem essas necessidade humanas, e consequentemente mantem os templos cheios e boas entradas de dinheiro. Templos cheios, mas de almas vazias.

Quarto, a falta de entendimento sobre o real significado de culto gera essa bagunça. O que realmente é o culto? Para quem é o culto? Qual a finalidade real do culto?
Bom, a palavra “culto” deriva do Latim, cultu, e significa adoração ou homenagem a uma divindade. No caso do culto cristão essa adoração e homenagem é para Deus (Trino: Pai, Filho e Espírito Santo). 
Etimologicamente, o termo latino cultu envolve a raiz colo, colere, que indica “honrar”, “cultivar”.
Os principais termos que descrevem o ato/atitude de “culto” são o Hebraico, החָשָׁ (shachah) e o Grego, προσκυνέω (proskuneo). Essas duas palavras e seus derivados correspondem a 80% do uso cúltico bíblico. 
O primeiro vocábulo, shachah, significa “inclinar-se, prostrar-se”, como, por exemplo: “E acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um sábado até o outro, virá toda a carne a adorar [lit. “prostar”] perante mim, diz o Senhor” (Is. 66:22). 
A segunda palavra, proskuneo, indica originalmente “abaixar-se para beijar”, vindo a indicar “prostrar-se para adorar”, “reverenciar”, “homenagear”, etc. O exemplo clássico sai da boca de Jesus: “Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram [προσκυνοῦντας] o adorem [προσκυνεῖν] em espírito e em verdade” (Jo. 4:24).
Há ainda dois importantes termos que expressam ideias de culto. O primeiro é דבַעָ (abad), “servir”, “trabalhar”. Por exemplo, Yaweh diz a Moisés: “Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado do Egito o meu povo, servireis a Deus neste monte” (Êx 3:12). A segunda palavra é λατρεία (latreia), “servir”, como visto no diálogo de Cristo com o Diabo: “Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás [προσκυνήσεις], e só a ele servirás [λατρεύσεις]” (Mt 4:10). 
É interessante notar que um dos locus classicus de adoração e culto utiliza este termo para descrever a entrega do corpo a Deus como “culto racional” [λογικὴν λατρείαν] (Rm. 12:1).
O que se pode concluir deste rápido estudo etimológico? “Cultuar” envolve tanto a ‘homenagem ou reverência’ a Deus, quanto o ‘serviço’ a sua Pessoa!
Em suma, o culto é para Deus e não para as necessidades humanas. Essa compreensão faz toda a diferença. O verdadeiro culto a Deus é suficiente e atinge todos os objetivos divinos. Agora bem sabemos que Deus em sua bondade e misericórdia pode, em meio a nossa adoração e prestação de serviço a Ele, realizar curas, milagres, benefícios espirituais e até materiais, mas tudo dentro da sua soberana vontade e no seu tempo determinado por Ele, para cumprir seus propósitos.

Para terminar, não vejo Jesus, seus discípulos e os pais da igreja estimulando, ensinando ou praticando essas campanhas intermináveis (campanha de libertação, da restituição, da vitoria, da prosperidade, etc) que não passam de estratégias humanas. A igreja primitiva cresceu e se multiplicou e nunca precisou dessas campanhas pragmáticas que mais parecem com as novenas católicas, do que com algum padrão bíblico cristão. 
Com o advento dessas campanhas pragmáticas se abriu a porta para a entrada de varias heresias, como sabonete, lenço ungido, óleo de israel, areia do Jordão, fogueira santa, sal grosso, queima de pedidos de oração no monte e um monte de "besterol" como esses.

Voltemos a simplicidade do evangelho puro e simples, voltemos aos cultos cristocêntricos, onde o centro era Cristo e sua Palavra e não as necessidades humanas. 
Voltemos aos cultos com ensino da Palavra (doutrina), voltemos as reuniões de oração. Vamos cuidar melhor do preparo dos nossos obreiros, tanto espiritual como teológico. 
Não é suficiente ser bonzinho, ter boa intenção, falar desinibido para que já possa sair pregando, muito menos para assumir a direção de um trabalho qualquer ou ainda ser consagrado ao presbitério e ministério, não senhores. 
O candidato a obreiro deve estar preparado para a função que exercerá. Duas coisas devem estar claros ao candidato: sua chamada divina e seu preparo espiritual e teológico.

Chega de estratégias humanas, chega de pragmatismo, chega de codinomes inúteis aos cultos (culto do amigo, culto da vitoria, etc), o culto é para Deus e pronto.

Oremos pela nossa geração. Que Deus em Cristo nos abençoe.

Sola Scripitura
Pr Pedro Pereira

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O que é ser santo?

Sei que o espaço é curto, mas de forma sucinta ser santo não é ser carrancudo, andar de "uniforme evangélico", ser religioso, cumprir as regras de uma denominação, ser alienado, viver uma vida cheia daqueles - não toque, não mecha, não use, etc (Cl 2.20-23)... Terminantemente não! Não é isso.

Ser santo é ser separado, não das pessoas, mas do sistema controlado e dirigido pelo diabo, é viver uma vida separada do pecado (vontade da carne - Gl 5.19-21).

O termo grego usado para a palavra SANTO é ἅγιος (hagios) e tem como seu sentido fundamental ser “separado"; veja não é ser perfeito, não é viver de aparência para agradar outros homens ou um sistema religioso, mas ser separado para uso de Deus.

A santificação ou a separação do pecado é realizado pelo Espirito Santo, de dentro para fora do homem, em resultado da regeneração e justificação divina, operada nesse homem, mediante a Graça de Deus (Rm 6.22; I Ts 5.23).

A santificação é fruto da obra da Graça salvadora de Cristo, não é resultado de obras humanas. As boas obras não torna o homem santo, mas o homem santificado pelo Espirito Santo produz obras que agradam a Deus, como: oração, amor pela palavra de Deus, obediência a palavra de Deus, fruto do Espirito (Gl 5.22), etc.

Com a palavra o Apostolo Pedro: "Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo" 1 Pedro 1:15,16.

Sola Scriptura
Pr Pedro Pereira

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Equilibro e moderação, símbolos do cristianismo sadio

Outro dia lendo as Escrituras me chamou a atenção dois textos:

"Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?" (Ec 7.16)

"Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei." (Gl 6.22,23).

Me pareceu tão claro as orientações das Escrituras para um cristianismo sadio, sem hipocrisia, fanatismo faccioso, etc,que serve só para satisfazer a vontade de alguns líderes exclusivistas, soberbos e egocêntricos. É interessante como as massas são facilmente manipuladas por palavras falaciosas e carregadas de fanatismo cego, que levam os leigos ao delírio, culminando com fervorosos "aleluias" e "glórias a Deus", quando falam dos seus usos e costumes exagerados, vejamos o que diz Paulo: 
"Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies (as quais coisas todas hão de perecer pelo uso), segundo os preceitos e doutrinas dos homens? As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne." (Cl 2.20-23).

Por outro lado temos os libertinos que trafegam na contra mão, ou seja, com suas distorcidas visões do cristianismo levam o povo ao caminho da profanação, não buscam a santidade e pregam um falaciosa "liberdade" que leva o povo a destruição e pecado (sensualidade, falta de moral e respeito e sem compromisso com a verdade), para estes Paulo também tem um conselho: 
"Não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice de demônios; não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa de demônios. Ou provocaremos a zelos o Senhor? Somos, porventura, mais fortes do que ele? Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o de outrem" (I Co 10. 21-24).

Nesses anos em que sirvo a Deus tenho deparado com situações que me deixam triste, nunca vi tanto "meio" de separação entre o povo de Deus como o fanatismo (usos e costumes exagerados), que só servem para cegar o verdadeiro brilho do Evangelho; quanto mais fanático, mais se acha no direito de julgar as pessoas e condená-las, conseguem dividir a comunidade cristã em duas categorias, as dos "cristãos" de primeira classe (os fanáticos) e os "cristãos" de segunda classe (os outros). Entenda, os de segunda classe, não são aqueles que por uma infelicidade pecaram contra o senhor, não senhores, mas, para eles os de segunda classe são aqueles que se recusam a viver no fanatismo exacerbado e farisaico, seguindo um monte de regras de homens, como por exemplo: se usar meia vermelha vai para o inferno, se usar gravata vermelha vai para o inferno, se usar paleto aberto atrás vai para o inferno, se as irmã colocarem presilhas nos cabelos vão para o inferno, absurdos como estes, que vem da mente de pessoas descompromissadas com a verdade, pois trocam o essencial (doutrina bíblica), por coisas superficiais (doutrinas de homens). Ensinam coisas que a bíblia não diz, usam textos isolados do contexto e forçam interpretações absurdas. Me lembro uma vez onde um velho Pastor amigo me disse "O evangelho é simples quem complica são os homens".

Com isso, analisemos alguns aspectos:

Sobre Vestimenta:

À luz da Bíblia é impossível afirmar que a mulher ou o homem não deve usar determinada vestimenta.
O homem no princípio de sua existência andava nu (Gn 2.25). As primeiras roupas que usou eram feitas de peles de animais (Gn 3.21). Subsequentemente os materiais empregados no fabrico de vestimentas eram a lã (Gn 31.19; Lv 13.47; Jó 31.20), o linho (Ex 11.31; Lv 16.4), o linho fino (Gn 41.42) e finíssimo (Lc 16.19), a seda (Ez 14.10,13; Ap 18.12), o saco de cilício (Ap 6.12), e as peles de camelo (Mt 3.4).

As peças essenciais dos trajes do homem e da mulher eram duas: Uma túnica, espécie de camisa de mangas curtas, chegando até aos joelhos (Gn 37.3; 2Sm 13.18), às vezes tecida de alto a baixo e sem costura (Jo 19.23, 24), cingida por um cinto; eram iguais para ambos os sexos, a diferenciação estava no estilo e na forma de usá-las.

Outra peça consistindo em um manto (Rt 3.15; 1Rs 11.30; At 9.39) feito de um pano de forma quadrada, guarnecido de fitas (Nm 15.38; Mt 23.5). Punha-se sobre o ombro esquerdo, passando uma das extremidades por cima ou por baixo do braço direito.

A parte inferior do baixo manto chama-se orla (Ag 2.12; Zc 8.23). As vestes as dos profetas eram de peles de ovelhas, ou de cabritos (2Rs 1.8; Zc 3.4; Hb 11.37) e também de peles de camelo (Mt 3.4).

Outra peça de roupa era às vezes usada entre a túnica e a manta, por pessoas de distinção, e oficialmente pelo sumo sacerdote (Lv 8.7; 1Sm 2.19; 18.4; 24.4; 2Sm 13.18; 1Cr 15.27; Jó 1.20). Era uma veste comprida sem mangas, apertada na cinta. Os cintos serviam para facilitar os movimentos do corpo e eram feitos de couro, linhos crus ou finos (2 Rs 1.8; Jr 13.1; Ez 16.10), muitas vezes bem elaborados com decorações artísticas (Ex 18.39; 39.29; Dn 2.5; Ap 1.13).

A espada era levada à cinta e o dinheiro também (Jz 3.16; 1Sm 25.13; Mt 10.9). Fora de casa traziam sandálias, sapato rudimentar, feitas com uma sola de madeira ou de couro (Ex 16.10) apertadas aos pés nus por meio de correias, passando pelo peito do pé e à roda dos artelhos (Gn 14.23; Is 5.27; At 12.8).

O povo comum andava com a cabeça descoberta. Às vezes traziam turbantes (Jó 29.14; Is 3.20; Ez 23.20). O véu era usado pelas mulheres em presença de pessoas estranhas (Gn 24.65; Ct 5.7) se bem que muitas vezes elas saíam com as faces descobertas (Gn 24.16; 26.8).

Os santos são sensíveis à voz do Espírito Santo e antes de usar determinadas vestes, procuram conhecer a vontade de Deus. Não é conveniente ao homem usar roupas sabidamente femininas e vice e versa.

As mulheres devem vestir-se com sabedoria visando apenas a edificação do próximo, jamais, despertar a sensualidade ou desejos lascivos. Vestes transparentes, decotes profundos, saias e blusas curtas, calças apertadas (justas) e toda a espécie de roupas que mostram ou marcam o corpo despertando a sensualidade devem ser rejeitadas. Alegar que calça comprida é roupa de homem e mulher não pode usar é o cúmulo do absurdo, pois, o corte da calça feminina é completamente diferente da masculina, portanto há calças que são para mulheres, não dá para os homens vestirem e vice versa.

Agora é preciso cuidado com os extremos, pois, o uso de vestidos e saias cobrindo os tornozelos, blusas com mangas até os pulsos e golas à altura do pescoço (o famoso uniforme evangélico), não é sinal de santidade, mas, geralmente desperta a rejeição no próximo impedindo que exalemos o bom perfume de Cristo.

O uso de roupas de "marca" ou "etiqueta" não são pecado, mas de modo geral é um canal aberto para o devorador (são caríssimas) e desperta no coração a chamada vaidade. Basicamente, quem usa uma roupa de grife o faz para que o próximo veja, isso sim não seria conveniente ao cristão. O povo de Deus não deve ser levado pela "moda", ou pelo que a "moda" dita, mas devem optar pela simplicidade (aquilo que não desperta a sensualidade), vejamos: 
"Quero também que as mulheres sejam sensatas e usem roupas decentes e simples. Que elas se enfeitem, mas não com penteados complicados, nem com jóias de ouro ou de pérolas, nem com roupas caras! (isso não é o primordial, grifo nosso) Que se enfeitem com boas ações, como devem fazer as mulheres que dizem que são dedicadas a Deus!" (isso é o primordial, grifo nosso) (1 Tm 2:9,10)

Jóias e Maquiagem

O uso de jóias e bijuterias não é errado, biblicamente falando, no entanto, é preciso que seu uso seja sensato. Os servos de Deus não devem se assemelhar à uma "perua". A ostentação, isso sim, é um pecado.

O uso de maquiagem não é condenado por Deus, no entanto, às mulheres precisam ser sensíveis ao Espírito e não optar por nada demasiadamente pesado. O equilibro se aplica também a esta área.

"Não procure ficar bonita usando enfeites, penteados exagerados, jóias ou vestidos caros." (1 Pe 3.3). Tem mulheres que se preocupam tanto com o seu exterior que esquecem do mais importante, o seu interior (fruto do Espírito), não estamos dizendo com isso e nem o Apóstolo Pedro, que a mulher não deve se arrumar, se sentir bonita, se enfeitar, mas devemos ter em mente o que Paulo disse: 
"Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem." (1 Co 10.23,24), em outra palavras o Equilíbrio Cristão.

O fanatismo chega ao extremo, a ponto de seus "pregadores" ensinarem que as mulheres não devem: usar perfume, se arrumar, se depilar, usar salto alto, e bobeiras como essas. Por anos, nós vivenciamos um sistema machistas nas igrejas, onde tudo, ou quase tudo era pecado, para as irmãs. Era um verdadeiro absurdo, por exemplo: as irmãs não podiam usar um brinco, um anel, um broche, mas víamos homens (Pastores, ensinadores, etc) usando seus broches em paletós, seus prendedores de gravatas, as vezes de ouro, seus anéis de formatura, etc. Será que a "bíblia" desses homens eram diferentes das "bíblias" das mulheres. É lógico que não, portanto, devemos nos ater e seguir as Escrituras e tão somente as Escrituras. Não podemos cair no mesmo engodo que caíram os Fariseus, que com o nome de uma "Santidade" colocavam fardos pesados ao povo, mas nem eles queriam carregar, viviam um vida de extremismos e de aparência, mas foram condenados de forma firme por Jesus, pois, colocavam as tradições (usos e costumes) em primeiro lugar, em detrimento as Escrituras, que é a coluna da firmeza e da verdade.

Bom, com isso, espero ter contribuído para refletirmos sobre esse assunto, que para muitos, por causa da falaciosa tradição (eu aprendi assim, sempre me ensinaram assim) tem sido difícil de se libertarem.

Soli Dei gloria
Pr Pedro Pereira

o homem e sua natureza pecaminosa

O homem peca porque sua natureza é pecaminosa e suas tendências e inclinações são para o pecado (Rm 5.12; Gl 5.19-21). Estamos mortos em nosso delitos e pecados (Ef 2.1). Todos estávamos perdidos em estado de pecado, nosso destino era a morte e separação eterna de Deus (Rm 3.9,10,23). Mas, pela graça, pelo favor de Deus, sem mérito humano algum, fomos resgatados (Ef 2.5,8,9) e livres da condenação eterna (Jo 3.17-21).

Jesus, o filho de Deus, veio a esse mundo para nos resgatar da perdição e nos salvar da condenação eterna (Jo 3.16; Rm 6.23). Através da sua morte expiatória e vicária fomos perdoados e reconciliados a Deus (Ef 2.13-22).

Agora, os salvos, arrependidos e regenerados, debaixo da influencia da graça de Deus, podem vencer a carne e o pecado (Rm 6.14; 8.2,5) e ter acesso ao Reino de Deus (Jo 3.3,5).

Com esse resumo quero destacar duas verdades importantes, e desmascarar ideias heréticas que estão sendo divulgadas por ai:

Primeiro, o diabo não obriga você a pecar, não atribua seu pecado ao "poder" do diabo. Hoje, virou moda atribuir a culpa de todo o pecado cometido ao diabo e isso não é verdade. Pecamos porque nós somos de natureza pecaminosa. Paulo disse em Gl 5.19-21 que o pecado é fruto do desejo da nossa carne. O que o diabo faz é simplesmente te tentar naquilo que ele percebeu que você tem inclinação, na sua fraqueza e se não tiver sobre a influencia da graça certamente você cairá, e cairá pelo sua própria vontade de pecar, veja o que diz Tiago, o irmão de Jesus: "Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência" Tiago 1:14.
Com o advento dessas ideias erradas de que todo pecado é por causa do diabo, o homem passou a ser uma "vitima" do diabo, logo então pra que se arrepender se a culpa não é dele? Mas, as Escrituras mostram que a culpa do pecado é do homem, por isso Cristo e os apóstolos chamam os homens ao arrependimento (Mt 3.1; 4.17; At 2.37,38).

Segundo, Jesus não morreu para pagar a nossa divida com o diabo. Isso é mentira e não te apoio nas Escrituras. Jesus morreu e derramou o seu sangue para pagar a nossa divida com DEUS. Na lei de Deus quem peca deve morrer e a unica forma de cobrir pecados é o derramamento de sangue do justo pelo injusto. Jesus, o Justo e sem pecado derramou o seu sangue para nos redimir e remir, pagando o preço do pecado que era a morte e sua morte foi na cruz de forma expiatória e substituta (Hb 9.22; Rm 6.23; 5.6-11).
O diabo é um miserável e condenado e não tem poder sobre o destino humano, apenas aguarda para se jogado no inferno no dia do juízo final (Mt 25.41; I Jo 5.18). Aquilo que ele faz deve ter a permissão de Deus (Jó capitulo 1 e capitulo 2).
É isso

Sola Gratia
Pr Pedro Pereira

sábado, 1 de julho de 2017

Seja um "João" para alguém.

É loucura pensar que todos gostam de você, pensar que todos serão gratos pelo que você fez, ou ainda, que todos serão seus amigos de verdade.

Ora, o próprio filho de Deus, Jesus, foi rejeitado e sofreu ingratidão, sendo abandonado e traído por aqueles que diziam-se ser seus amigos, quanto mais nós, reles mortais.

As páginas das Escrituras são provas cabais disso, que diga Moisés, Samuel, Davi, Paulo, entre outros personagens bíblicos, que mesmo ajudando e fazendo a vontade de Deus, foram abandonados e esquecidos e traídos por muitos.

Se analisarmos o ministério de Jesus, podemos contar 12 discípulos, e desses, apenas 3 eram seus amigos mais íntimos, a saber, Pedro, Tiago e João. Mas, como em todo grupo sempre terá aquele traidor, o "judas", que se finge de amigo, esse mesmo que bate nas suas costas, mas por trás te odeia, por inveja ou ciúmes, fala mal de você e te entrega por poucas moedas (benefícios).

Fica aqui algo a destacar, perceba que o problema de Jesus não foi com os romanos, não foi com os gregos, não foi com estranhos ou os de fora do seu circulo de amizade, pois eles não se importavam e nem se incomodavam com Jesus. O problema de Jesus foi com os Judeus, seus "amigos" e irmãos. Pilatos chegou a lavar as mãos e dizer que Jesus para ele era inocente, mesmo sobre pressão dos Judeus.

Outra coisa interessante, o "Judas", ainda que de menor número, sempre faz um estrago grande, pois com sua traição traz tristeza, decepção, aflição, dor, choro, etc. Bom, por ironia do destino o "Judas" sempre se enforca sozinho.

O triste é que, além do "Judas", pode acontecer que, dentre os amigos, as vezes levado pelas circunstâncias, ou influenciado por situações diversas, o que é amigo, também trai a sua confiança, ainda que momentaneamente, mas esse como é amigo, logo, arrependido, reconhece o erro e se reconcilia, assim como Pedro fez com Jesus. Mas, tenha paciência com ele, pois assim como Marcos, que mesmo depois de abandonar Paulo, lhe foi muito útil mais tarde, assim também Pedro foi muito útil para Jesus, sendo muito amado.

Só não posso esquecer que no meio dos amigos, sempre tem aquele AMIGO, como o João... ah! esse sim nunca te abandona, nunca te deixa só, sempre está ao seu lado, esse te defende quando você não está presente. Assim, como João, esse amigo está com você até a morte. Lembra da cruz, todos haviam fugido e abandonado Jesus, mas João não, ele estava lá ao pé da cruz. O amigo, "João", vira família, só pra Ele, Jesus disse: "eis ai sua mãe", apontando Maria.

Infelizmente, são poucos os amigos "João", eles são preciosos, eles estão sempre conosco: quer seja na fama ou no esquecimento, quando você estiver por cima ou por baixo, na saúde ou na doença, nos momentos de alegria ou de tristeza. O amigo "João" sempre estará lá. Precisamos de amigos como João, o discípulo de Jesus. Eles nos fazem bem.

Seja você também um amigo "João" para alguém. Que Deus nos abençoe. Precisamos de mais amigos como João, o apóstolo.

Pr Pedro Pereira