quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O QUE É SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO?

Essa é uma pergunta que ao longo dos anos como pastor ouvi de muitos irmãos, amigos e alunos em seminários. O porquê desta pergunta talvez seja, além da curiosidade bíblica, o paradigma da cultura pentecostal.

Em muitos lugares, o entendimento de alguém ser cheio do Espírito, é o fato de falar em línguas estranhas, correr ou pular na igreja, rodopiar ou "cair no espírito", etc... Mas será mesmo isso sinal de alguém estar cheio do Espírito Santo? Minha resposta de imediato é NÃO. 

Ser cheio do Espírito Santo é ter uma vida controlada e dirigida pelo espírito de Deus. O Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade, logo Ele é Deus. Então chegamos a seguinte conclusão, se alguém é cheio do Espírito Santo, logo é cheio de Deus. E se alguém é cheio de Deus, suas atitudes e procedimentos correspondem ao caráter e natureza de Deus. Ou seja, Se Deus é Santo, Se Deus é paz, se Deus é verdade, Se Deus é amor, se Deus é justo, logo quem é cheio de Deus (do Espírito Santo) tem atitudes e procedimentos de santidade, é pacifico, fala a verdade, pratica o amor, é justo, etc.

A evidências Bíblica de alguém ser cheio do Espírito Santo não é pelo número de glórias a Deus e Aleluias que alguém diz, não é também pelos pulos e línguas estranhas que ela fala, mas sim pelo seu procedimento e atitudes controladas e dirigidas pelo Espírito Santo. 

A igreja de Corinto era uma igreja que não obstante ter a manifestação dos dons espirituais, inclusive Paulo dedica 3 capítulos da sua carta para ensinar sobre prioridade e ordem no culto (I Cor 12,13 e 14), pois bem, essa mesma igreja é chamada de Carnal (I Cor 3.1-3). 

Já aos Gálatas Paulo orienta que carne e Espírito são opostos, veja, quem é dirigido, conduzido ou controlado pelo Espírito Santo não cobiça ou deseja ou vive debaixo do jugo da carne (Gl 5.16-22).

Aos Efésios, Paulo ensina após descrever uma relação de atitudes do homem cheio do Espírito (Ef 4. 24-32; 5.1-18), culmina com uma figura de contraponto dizendo: "E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito". Efésios 5:18.

Paulo, aos Gálatas, fala sobre o desejo excessivo e compulsivo da carne que domina o homem carnal; já aos Efésios, Paulo usa a figura da embriaguez para contrapor ao homem cheio do Espírito. O embriagado não tem controle das suas atitudes carnais, mas o espiritual é controlado e dirigido pelo Espirito Santo. 

Queridos amigos e irmãos ser cheio do Espírito Santo, segundo as Escrituras, é ser controlado e dirigido pelo Espírito de Deus, é ter atitudes e procedimentos condizentes com a natureza e caráter de Deus e por fim é produzir fruto do Espírito Santo, como amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (Gálatas 5:22). Portanto, ser cheio do Espírito está mais relacionado ao fruto do Espírito do que manifestação de dons espirituais (que pode ser facilmente imitado por qualquer pessoa). 

É isso. Vamos ser cheios do Espírito Santo (Ef 5.18).

Sola Scriptura
Pr Pedro Pereira

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O NATAL DE CRISTO É DE ORIGEM PAGÃ?

É impressionante o esforço de alguns "entendidos" em paganizar o Natal, alegando que o Natal é de origem pagã. Meus amigos, vocês sabiam que o bolo de aniversário é de origem pagã?

Vocês sabiam também que é de origem pagã: o vestido de noiva; o terno e a gravata; as construções históricas que visitamos; as ruas da cidade por onde andamos; a comemoração de aniversários; a aliança de casamento colocada na mão esquerda; etc. É só pesquisar, não vou ser mais específico por falta de espaço. 

Quase nada, neste mundo, tem origem cristã... Agora veja, quando você comemora seu aniversário significa que você é pagão? A aliança que você usa na mão esquerda significa que voce é pagão? É lógico que não.

Ligar o Natal ao paganismo é ignorar as profecias do nascimento de Cristo; é ignorar a importância da encarnação de Cristo. 

Reprovar e até proibir a celebração do Natal de Cristo por causa de Papai Noel, duendes, gnomos, decorações natalinas e outras coisas mundanas é característica de um pseudocristianismo desequilibrado (cf. Ec 7.16,17).

É o mesmo que dizer ao Judeu que o sacrifício de animais praticado no Antigo Testamento era pagão, porque os povos pagãos também sacrificavam animais. Dizer que o dízimo é pagão, porque os povos da antiguidade também praticavam o dizimo a seus deuses. Ou você não sabia que os povos antigos, que adoravam outros deuses também sacrificavam e dizimavam, antes mesmo da Lei e dos Hebreus?

A maioria dos argumentos que relacionam o Natal ao paganismo são de origem de pseudo cristãos, como os "TESTEMUNHAS DE JEOVÁ" que satanizam tudo, até a igreja para eles é do diabo.

Lamentavelmente, vemos esses argumentos defendidos e até escritos em literaturas teológicas evangélicas.

Lembrando que somente começou essa "febre" de satanizar o Natal, de 1990 para cá, com o crescimento do Neo pentecostalismo. Pois antes disso todos os Cristãos Evangélicos comemoravam o Natal de Cristo sem questionar.

Não é interessante que os pais da igreja, os reformadores da Igreja; e os grandes teólogos do passado, não terem deixaram nenhum registro condenando a comemoração do Natal?

Bom, minha resposta é NÃO. O Natal Cristão não é de origem pagã, pois independente da data, se Jesus nasceu em dezembro ou não, o natal cristão celebra a encarnação de Jesus. 

Devemos lembrar que o homem ignorou o nascimento do menino Jesus, mas os anjos desceram do céu e comemoraram o primeiro Natal Cristão, com louvores:

"E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita; E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam". (Lc 2. 10-18).

Quero aqui deixar algumas sugestões (ou conselhos) aos "cristãos" inimigos do Natal de Cristo, dados pelo, escritor e teólogo, Pr Ciro Sanches Zibordi:

- Não se deixem influenciar pelo espírito do Anticristo (1 Jo 4.3);

- Observem que o Diabo deseja, a todo custo, fazer com que o nome de Jesus desapareça da face da terra;

- E uma de suas estratégias é apresentar “outro evangelho”, fanatizante, farisaico, legalista, que procura desviar os salvos da verdade, carregando-os de ordenanças, como: “não toques, não proves, não manuseies” (Cl 2.20-22);

- Em vez de apresentarem inúmeras razões para não celebrarmos o Natal de Cristo, falem da gloriosa encarnação do Verbo (1 Tm 3.16; Jo 1.14; Gl 4.4,5), da sua morte vicária (2 Co 5.17-21) e da sua maravilhosa ressurreição (1 Co 15.17-20). O Natal é uma data propícia para isso.

Feliz Natal!

Pr Pedro Pereira

DEUS SONHA?

Me parece que o novo "modismo gospel" vem disseminando através de cantores e pregadores da auto ajuda a expressão de que "Deus sonha"... "Deus sonha algo para você", "Os sonhos de Deus para você", etc. Será?

Sabemos que a bíblia usa muito do que chamamos de antropomorfismo, ou seja, quando se atribui a Deus características próprias dos humanos. Porém, sabemos também que Deus é Espírito, logo não tem uma composição corporal como a nossa, mas é descrito em algumas passagens, principalmente nos salmos, de uma forma que possamos entender, tomando como base nós mesmos (olhos, ouvidos abertos), Ex.: Sl 34.15.

Agora, esse antropomorfismo bíblico, no entanto, não fere a soberania, onipresença, onipotência, onisciência e nenhum outro atributo de Deus. Dai, então dizermos que "Deus sonha", estamos dizendo algo que não está presente nas Escrituras e que ainda vai de encontro ao que a Bíblia diz sobre Deus.

Se sonho significa fantasiar uma situação ou aspirar uma realidade futura, estamos ferindo a divindade e soberania de Deus. Deus é soberano por isso Ele tem planos para nós, Ele determina e as coisas acontecem, e nem sempre acontecem como queremos, mas como Ele quer e no tempo que Ele quer, pois Ele sabe, como Deus, o que é melhor para nós. Portanto, Deus não sonha, sonhar é uma característica meramente humana, mas tem planos ou propósitos para nós..

Para Deus todas as coisas são realidade antes mesmo de acontecerem.
Tudo está debaixo de Seu domínio! Porque simplesmente Ele é Deus.

Na verdade, Deus planeja, determina e faz acontecer, nem que preciso seja Ele criar situações ou criar coisas do nada, mas todas as coisas acontecem segundo o seu propósito. Ele é soberano e está no controle absoluto de todas as coisas. Vejamos alguns textos Bíblicos:

"Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade". Filipenses 2:13.

"Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?" Isaías 43:13.

"Tudo o que o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos". Salmos 135:6.

"Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido". Jó 42:2.

Dito isso, Dizer que Deus sonha é heresia e engano, é rebaixar o soberano criador a simples criatura.

Deus não sonha, Deus não tem sonhos para você e para mim... Deus tem planos e propósitos para nós. Sola Scriptura

Pr Pedro Pereira

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

UMA MULHER PODE SER PASTORA?

Uma mulher pode ser "Pastora"? Bom, a resposta bíblica é NÃO.

Sei que em muitos lugares ditos "evangélicos" encontramos mulheres exercendo a função pastoral, mas essas igrejas não tem o apoio bíblico e como hoje a moda é o pragmatismo religioso, então não importa, para eles, se seus atos são bíblicos ou não, pois o que importa é o que aparentemente dá certo, ou funciona, etc.


Veja alguns argumentos pragmáticos:

- tem mulher que prega melhor do que homem;

- isso é machismo, o apóstolo Paulo era machista;

- naquela época era proibido, mas agora os tempos mudaram e as mulheres exercem também cargos de liderança;
- onde tem mulheres na liderança os resultados são melhores do que onde tem só homens;
- Raquel era pastora e Débora era Juiza, etc...

Bom, creio que alguns dos argumentos acima tem até algum sentido no pensamento humano, mas a questão aqui é a seguinte: o Ministério Pastoral Feminino tem apoio nas Escrituras? 

Antes da análise bíblica quero ressaltar que o "ministério feminino" é bíblico, encontramos nas Escrituras muitas mulheres que ajudaram e cooperaram em muito no Reino de Deus. Jesus tinha auxiliadoras, mulheres piedosas que o ajudavam em seu ministério. Paulo também tinham mulheres de Deus que o ajudavam e cooperavam com a obra de Deus, facilitando seu Ministério.

Em todo o tempo a Igreja contou com mulheres piedosas e ajudadoras.  Mas, não confunda Ministério Feminino como Ministério PASTORAL. Não há base bíblica para o ministério pastoral feminino, então vejamos:

Em primeiro lugar, Jesus nunca separou apóstolas, mas apóstolos, mesmo tendo várias mulheres que o auxiliavam e o seguiam, em seu ministério terreno.

Em segundo lugar, Paulo, o grande apóstolo e doutor da igreja, nos ensina partindo dos seguintes pressupostos para o porquê Deus não permitir a ordenação pastoral feminina, vejamos:

"Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher, que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora" (1 Timóteo 2:12-14).

Paulo deixa claro aqui que a mulher não pode ter autoridade, ou seja, exercer uma função de autoridade sobre o homem. Uma "pastora" subentende-se que tem que exercer função de autoridade sobre homens. Mas, diante da negativa, Paulo então justifica suas orientações baseado nos princípios divinos, descritos no texto, vejamos: 

- princípio da criação - "porque primeiro foi formado Adão e depois Eva".
Paulo evoca o princípio da criação, ou seja, o homem veio primeiro, então Deus deu a função de autoridade ao homem e não a mulher.
- princípio do pecado - "E Adão não foi enganado, mas sim a mulher, que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora".
A mulher pecou primeiro e depois levou Adão a pecar também, então Deus decide que a mulher não tenha função de autoridade sobre o homem e/ou marido. 


Portanto, isso é questão de princípio divino e nunca por causa de "machismo" ou outra coisa qualquer, apenas principio divino. É Deus que quer assim.

Sabemos que a mulher não é menos capaz do que o homem, ou menos inteligente, etc; mas simplesmente por um princípio da vontade divina. Quem não atende essa vontade soberana de Deus está pecando.

Já em I Co 14, quando Paulo fala da ordem e decência no culto, ele orienta que a mulher não deve falar na igreja:
"As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. Se quiserem aprender alguma coisa, que perguntem a seus maridos em casa; pois é vergonhoso uma mulher falar na igreja". (1 Coríntios 14:34,35). Bom, baseado no contexto bíblico de I Tm 2. 12-14, e em outras passagens correlatas, esse falar seria em tom de ensinar (doutrinar), com autoridade maior, como se fosse o ancião, o líder, o pastor, etc. Então, por questão de ordem no culto, a mulher não pode ensinar como se fosse o ancião (pastor) da igreja.

As mulheres sempre tiveram espaço no culto, elas podem pregar, podem "ensinar", mas não como Ministro ordenado, e isso não as impedem de ajudarem no Reino de Deus, de Evangelizar, de Testemunhar sua fé; mas por questão de ordem no culto, nunca a função de ensinar, falar, como se fosse o pastor (pastora); função essa de autoridade espiritual, sobre a igreja de Cristo, e isso é por princípio divino, veja ainda: 
"Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos" (Ef 5.23,24). 


Em Efésios 4.11, Paulo também orienta sobre os dons ministeriais e diz que Deus dá a igreja, veja isso, quem dá a Igreja é DEUS: APÓSTOLOS, e não apóstolas, EVANGELISTAS, PROFETAS, PASTORES, e não pastoras e DOUTORES e não doutoras.



Em terceiro lugar, Paulo orientando Timóteo, no tocante, a separação na igreja, para a função episcopal, ou seja, bispos ou pastores, disse:
"É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher" (1 Timóteo 3:2). Entendeu? Isso aponta para a separação de homens, veja as palavras, BISPO e não Bispa... MARIDO de uma mulher e não esposa de um homem.


Em quarto lugar, os apóstolos, os pais da igreja, os reformadores, e mais, em nenhum momento da história da igreja de Cristo, houve a separação de mulheres ao ministério pastoral, pois era de entendimento geral essa impossibilidade bíblica. Lembremos que essa "moda" surgiu com o advento das neo pentecostais, junto com suas heresias e distorções bíblicas, influenciados pelo movimento feminista (1970 para cá).

Em quinto lugar, mulheres como Débora e Raquel não podem ser usadas como exemplo de ministério pastoral, e por quê? Ora, Débora foi "profetiza" e isso não era função sacerdotal; Débora também foi "Juiza" que era uma função pública, politica e não sacerdotal, logo não era função religiosa, tipica pastoral.

Já Raquel, era pastora, literalmente, de profissão, ou seja, cuidava de ovelhas, animal mesmo, portanto nem de longe era uma função ministerial e espiritual.

Lembremos que os sacerdotes da Antiga Aliança eram todos homens, porque seguiam o mesmo princípio de autoridade espiritual exigido por Deus.

E por último, o fato de uma mulher pregar isso não lhe outorga o direito a função pastoral, ou seja, ela pode pregar, falar bem, ter muito conhecimento bíblico, mas a função pastoral, biblicamente falando, é função exclusiva para homens, chamados e vocacionados por Deus. 

Concluo, dizendo o mesmo que Paulo deixa escrito para a igreja de Corinto, quando a orienta sobre a ordem no verdadeiro culto a Deus:
"Acaso a palavra de Deus originou-se entre vocês? São vocês o único povo que ela alcançou? Se alguém pensa que é profeta ou espiritual, reconheça que o que lhes estou escrevendo é mandamento do Senhor. Se ignorar isso, ele mesmo será ignorado... Mas tudo deve ser feito com decência e ordem". (1 Coríntios 14:36-38,40). Obs.: Quando Paulo cita profetas, incluiu as mulheres também - I Co 11.5; At 21.9. É isso.

Que Deus em Cristo nos abençoe e nos ajude a sermos obediente a sua Palavra. 

Sola Scriptura

Pr Pedro Pereira

terça-feira, 24 de novembro de 2015

ESTAMOS DISTORCENDO O SENTIDO DE CULTO A DEUS?


É impressionante como distorcemos o sentido de culto. Tenho lido e visto publicações sobre convite ou divulgação de culto que infelizmente retratam nossa distorção sobre o que significa um culto a Deus. A palavra “culto” deriva do Latim "cultu" e significa adoração ou homenagem a Deus. Etimologicamente, o termo latino "cultu" envolve a raiz "colo, colere", que indica “honrar, cultivar”, etc. 

Os principais termos que descrevem o ato/atitude de “culto” são o Hebraico, החָשָׁ (shachah) e o Grego, προσκυνέω (proskuneo). Essas duas palavras e seus derivados correspondem a 80% do uso cúltico bíblico.

O primeiro vocábulo, "shachah", significa “inclinar-se, prostrar-se”, como, por exemplo: “E acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um sábado até o outro, virá toda a carne a adorar (lit. “prostar”) perante mim, diz o Senhor” (Is. 66:23). 

A segunda palavra, "proskuneo", indica originalmente “abaixar-se para beijar”, vindo a indicar “prostrar-se para adorar”, “reverenciar”, “homenagear”, etc. O exemplo clássico sai da boca de Jesus: “Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram [προσκυνοῦντας] o adorem [προσκυνεῖν] em espírito e em verdade” (Jo. 4:24).

Há ainda dois importantes termos que expressam ideias de culto. O primeiro é דבַעָ (abad), “servir”, “trabalhar”. Por exemplo, o Senhor diz a Moisés: “Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado do Egito o meu povo, servireis a Deus neste monte” (Êx 3:12). 

A segunda palavra é λατρεία (latreia), “servir”, como visto no diálogo de Cristo com o Diabo: “Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás [προσκυνήσεις], e só a ele servirás [λατρεύσεις]” (Mt 4:10). É interessante notar que um dos "locus classicus" de adoração e culto utiliza este termo para descrever a entrega do corpo a Deus como “culto racional” [λογικὴν λατρείαν] (Rm. 12:1).

Em suma, O que se pode concluir deste rápido estudo etimológico? “Cultuar” envolve tanto a ‘homenagem ou reverência’ a Deus, quanto o ‘serviço’ a sua Pessoa!

Culto então é homenagear a DEUS, serviço de adoração a DEUS, e ainda posso dizer que é um trabalho ou serviço prestado a DEUS. Veja Deus sempre é o alvo, o objetivo maior. posso dizer que um culto verdadeiro e aceito é o culto TEOCÊNTRICO.

O que dizer de frases como essas: "Venha receber a sua Benção"... "Culto da vitória"... Culto da restituição"... "Campanha dos sete mergulhos de Naamã"... "Culto do amigo"..., ou coisas similares. Frases como essas demonstram que há uma imensa distância entre o culto a Deus e o culto que muitos estão realizando, um culto antropocêntrico. Nesses cultos o centro sempre é o homem e suas necessidades.

O culto verdadeiro é um lugar de homenagem, ou ainda um lugar de serviço a Deus. Culto é lugar de serviço de agradecimento a Deus e exaltação da sua glória. Mas, o que vemos hoje são manifestações hedonistas, pragmáticas e antropocêntricas. 

É bem verdade que quando adoramos e reverenciamos a Deus em um culto, nosso Deus por sua bondade e misericórdia pode, conforme sua soberana vontade, nos abençoar, curar, ajudar, renovar, confortar, alimentar, libertar, etc. Mas, o princípio do culto é servir a Deus e não ser servido. Que Deus tenha misericórdia dessa nossa geração. Voltemos ao verdadeiro culto, ao verdadeiro Evangelho.

Soli Deo Glória.

Pr Pedro Pereira

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ser Reformado nem sempre significa Calvinista

Ser Reformado nem sempre significa Calvinista


Com o ressurgimento da teologia reformada, observamos a continuidade dos conceitos desenvolvidos a partir do passado século. Se considera, assim, que ser calvinista é idêntico a ser reformado ou as posições defendidas pela dita teologia reformada. Este fato não é por acaso. Isto tem sido resultado de vários séculos de definições e redefinições do que significa ser calvinista e reformado. Levando a ter um significado limitador, em vez, de amplo do termo reformado, como seria entendido no início da Reforma Protestante.

Este artigo tem como alvo defender a teses de que ser reformado nem sempre é ser calvinista. Com o desejo de esclarecer minha posição, se faz necessário definir os termos para ter uma compreensão dos mesmos.

A palavra Calvinista surge a partir de Calvino, o principal autor associado as preposições apresentada pelo Calvinismo. Neste sentido, o conceito teológico Calvinismo tem um sentido restrito, limitado e estreito teologicamente as teses apresentadas por Calvino. Por este motivo, muita tinta tem sido usada para mostrar o que Calvino realmente acreditava para seguidamente defender que a posição defendida era igual e idêntica ao Reformador Francês. Além disso, se tem o entendimento em certos círculos que ser calvinista significa necessariamente uma aceitação total aos 5 pontos do Calvinismo e, ainda mais, a Confissão de Fé de Westminster (CFW) ou as versões Congregacional (1) ou Batista (2) surgidas a partir da CFW. 

O site Theopedia define Calvinismo assim, "Calvinismo é o sistema de teologia associado com o reformado João Calvino que enfatiza o governo de Deus sobre todas as coisas como refletido no seu entendimento da Escritura, Deus, humanidade, salvação, e a igreja. Em geral, Calvinismo geralmente se refere a doutrina dos Cinco Pontos do Calvinismo referente a salvação. Em um sentido amplo, o Calvinismo é associado com a teologia Reformada."

Por outro lado, temos o termo Reformado. Este tem um significado mais amplo e abrangente que o anterior, porque tem uma compreensão irenista em relação as outras igrejas surgidas da Reforma Protestante, aceitando a diversidade teológica deste movimento religioso. Isto se reflete com a diversidade de confissões e declarações de fé escritas durante a Reforma Protestante (3). Tal diversidade, nos ajuda a perceber que nunca deveríamos considerar reformado não sentido estreito em que se usa o termo Calvinista.

Em outras palavras, temos por um lado o Calvinismo com algumas características particulares, as quais nem sempre são compartilhadas por todos os Reformados, entre elas, podemos mencionar as seguintes, ainda não sendo uma lista exaustiva: o governo eclesiástico presbiteriano; a ordem de culto e estilo de adoração da igreja; a compressão sacramental; a posição escatológica amilenista; os dons espirituais; a dupla predestinação; e os 5 Pontos do Calvinismo. 

Por outro lado, temos os Reformados. Observamos divergência na forma de governo (congregacional, episcopal e presbiteriano (4)); o entendimento dos sacramentos (Batistas, por exemplo); nem todos aceitavam, ou aceitam, conceitos como a dupla predestinação ou a Expiação Limitada (5); encontramos várias posições escatológicas com maior ou menos aceitação (Amilenismo, Premilenismo histórico e Pósmilenismo); o próprio culto existe uma ampla diversidade e um crescente reconhecimento do Livro de Oração Comum, como o intento mais atinado de produzir uma liturgia reformada (6); a questão de Salmonologia, hinários, música contemporânea, entre outros; e, evidentemente, não podemos esquecer as mais divergentes posições existentes entre os reformadores ao respeito dos dons espirituais.

Se poderia afirmar, neste sentido, que todos os calvinistas são reformados, contudo nem todos os reformados são calvinistas stricto sensu. E permitiria superar alguns debates e controvérsias que terminam prejudicado o testemunho e expansão do Reino de Deus. Assim, considerou que ser reformado tem certo elemento de irenismo nele, enquanto ser calvinista tem uma posição mais polemista. 

A posição polemista causou conflitos desnecessários em questões secundárias, terminando em divisões e conflitos que levaram a guerra por causa da religião. Inglaterra é um caso emblemático deste fato, como o pecado tomou o melhor de uma geração de jovens apaixonados por Deus e levou abraçar ações injustificadas em nome de Deus, contra outros irmãos em Cristo. Infelizmente, ainda hoje, muitos autores e teólogos continuam alimentado os preconceitos e promovendo uma narrativa histórica distorcida para mostrar assim a pureza das ideias defendidas.

Se consideramos que todas as questões são essenciais e fundamentais para a salvação (7), não deveria surpreender que nossas obras não deem fruto, porque faltará compaixão, caridade e amor. E, sem eles, nos encontraremos sem a essencial própria da mensagem da Cruz, o amor de Deus pelo Seu Povo.

O Calvinismo se beneficiaria de abraçar o espírito reformado, e superar debates mais fundamentos em conceitos humanos desenvolvido a partir da razão e o racionalismo, e voltar a compreender que existem questões as quais nem sempre são definidas com tanta preeminência, como gostaríamos de pensar. 

Nem sei o número de debates que participe nos últimos anos, onde acusavam os batistas de não ser reformados pela questão do batismo e o sistema de governo eclesiástico. Paradoxalmente, o avivamento reformado tem sido causado grandemente por pastores de origem batista reformado (8). Isso sem contar as vezes que me obrigue a defender o Anglicanismo como historicamente reformado e protestante, ainda que hoje nem sempre seja assim (9).

E, verdadeiramente, em um sentido estrito do termo, o Anglicanismo nunca poderá ser considerado calvinista, contudo as igrejas anglicanas formam parte da grande tradição protestante, reformada e evangélica, sendo assim verdadeiramente e plenamente católicos.

O mesmo posso dizer dos irmãos presbiterianos, batistas, congregacionais, e tantos outros que são dificilmente definíveis, que são autenticamente reformados, mas nem sempre estritamente calvinistas.

Que Deus nos ajudei a ter uma visão ampla e abrangente onde possamos receber os irmãos, e não rejeitar por questões sem eterna importância. 



Bispo Josep M. Rossello é um cristão, marido, pai e bispo que pastoreia a Igreja Anglicana Re.Novo; dirige a Igreja Anglicana Reformada do Brasil, sendo o Comissário da Free Church of England para Brasil e América Latina; apoia NAMS, como Bispo Advogado para América Latina; fundou e preside a Escola Ryle; e trabalha como professor na FUNVIC-FAPI.

___________
(1) A Declaração de Savoy, 1658.

(2) A Confissão de Fé Batista de L

ondres, 1689.

(3) Algumas destas confissões se encontram no seguinte artigo da Wikipedia:https://en.wikipedia.org/wiki/Reformed_confessions_of_faith

(4) O governo presbiteriano na Genebra inclusive difere daquele que surgiria na Escócia e, posteriormente, entre as igrejas presbiterianas nos USA e, a partir desse modelo, ao resto do mundo. 

(5) Expiação Limitada causou tal número de controvérsias entre os reformadores, que levou o uso de um linguagem ambígua neste ponto foi deixado no esboço final dos Cânones de Dort (1618–1619) com o desejo de permitir que entre aqueles delgados que rejeitavam o conceito de Expiação Limitada assinassem o documento final. Na Assembleia de Westminster (1643–1649), tinha entre os seus delegados aqueles que rejeitavam o conceito de Expiação Limitada. Alguns deles eram conhecidos como Amyraldismo, contudo nem todos poderiam ser considerados parte desta posição teológica. Para maior compreensão deste debate na Assembleia de Westminster, recomendou a leitura do artigo, “Shades of opinion within a Generic Calvinism,” pelo Rev Dr Lee Gastiss.https://leegatiss.files.wordpress.com/2009/10/lee-gatiss-rtr-articles-on-particular-redemption-at-westminster.pdf
Além deles, encontramos entre importantes líderes destacáveis dos Puritanos e dos não-conformistas, como John Bunyan, que escreviam e pregavam em contra a mesma.

(6) Recomendo a leitura dos seguintes artigos que reflete sobre a importância do Livro de Oração Comum, como uma verdadeira liturgia reformada:
• “Why Should Presbyterians Read the Book of Common Prayer?” pelo Rev John Ross | https://johnstuartross.wordpress.com/why-should-presbyterians-read-the-book-of-common-prayer/ 
• “Thoams who?” por Zac Hicks | http://www.reformedworship.org/blog/thomas-who 

(7) O Presidente e Fundador de Credo House Ministries, C Michael Patton, escreveu um artigo onde aborda o tema das doutrinas essenciais e as que não são. Tal artigo poderá ajudar ao leitor a considerar esta questão. Acessa aqui:http://www.reclaimingthemind.org/blog/2009/12/essentials-and-non-essentials-how-to-choose-you-battles-carefully-chart-included/

(8) John Piper, John McArthur, Paul Washer, Franklin Ferreira, a turma da Editora Fiel, e tantos outros teólogos.

(9) O fato curioso, como bispo anglicano e reformado, foi ler a resposta dos presbiterianos diante do surgimento do movimento de Oxford (anglo-católicos), em vez de rejeitar como uma falsa expressão do Anglicanismo, convidavam os Anglicanos a sair do Anglicanismo, porque esta não era reformada, nem protestante, apontando os anglo-católicos como exemplo do que era realmente ser anglicano. E, deste modo, os próprios presbiterianos terminaram promovendo o movimento anglo-católico no Anglicanismo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Jesus salvou 116 almas?

Tenho observado em algumas postagens de concentrações evangelísticas que após as fotos postadas de pessoas trazidas até próximas aos palanques, elas são chamadas de "salvas". Outro dia li uma dessas postagens que dizia: Jesus salvou 116 almas. 

A pergunta é: como podemos alegar que Jesus salvou 116 almas? Será que depois de um apelo emocionante e o levantar de algumas mãos, que se aproximam do "púlpito", de pessoas emocionadas pelo momento, nos dá o direito de dizer que elas estão salvas? 

Qual é o momento da salvação? O levantar das mãos ou quando nascem de novo (Jo 3.3,5)? Ora, se não podemos conhecer os corações então só nos resta esperar os frutos de arrependimento para só depois supor se alguém está salvo ou não.

Me parece que a doutrina da regeneração que é um ato divino está sendo esquecida... Lembre-se os frutos do verdadeiro arrependimento é o sinal de que somos salvos (Jo 15.16)... Pois, arrependidos dos pecados somos perdoados e regenerados, regenerados somos justificados e santificados; portanto, salvos pela graça de Deus. Um simples levantar de mãos após um apelo emocionante, acompanhado de um fundo musical bonito, não é sinal de salvação; sem dizer daqueles que vem a frente constrangidos pela insistência de alguém. 

Certamente, os "apenas" emocionados ou os constrangidos, após o culto voltarão as suas vidas de pecado e miséria. Mas, os arrependidos são alvo da graça salvadora de Jesus. Jesus mesmo disse pelo fruto conhecereis a árvore (Mt 7.16-20). E depois disse ainda que nem todos que dizem Senhor, Senhor entrarão no Reino de Deus (Mt 7. 21). Que Deus tenha misericórdia de nós. 

Sola Gratia.

Pr Pedro Pereira

Se aproxima o dia da reforma protestante.

Se aproxima o dia da reforma protestante.

No dia 31 de outubro de 1517 um monge agostiniano por nome Martinho Lutero prega uma proposta de reforma nas portas da igreja de Wittenberg, debatendo a doutrina e prática de indulgências.

Passados 498 anos fica uma pergunta: como vai a igreja protestante? Estamos firmes nos 5 solas da reforma, que são as bases da igreja protestante? A igreja que você frequenta cumpre os cinco solas da reforma protestante?
Sola Fide (somente a fé);
Sola Scriptura (somente a Escritura);
Solus Christus (somente Cristo);
Sola Gratia (somente a graça);
Soli Deo Gloria (glória somente a Deus).

Lembremos do lema da reforma: "Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est", ou seja, "A Igreja é reformada e está sempre se reformando".

Fora o mercantilismo religioso, fora o sincretismo religioso, fora o misticismo religioso, fora o pragmatismo religioso e fora as "indulgências" modernas.

Voltemos a simplicidade do Evangelho. Que Deus tenha misericórdia de nós.

Pr Pedro Pereira

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Onde estão as vigílias só de oração?

Tenho saudade do tempo que "vigília" era reunião só de oração. 

Mas, oração mesmo, joelho no chão, clamor a Deus, quebrantamento, arrependimento, choro e muita adoração a Deus em oração. 

Orávamos cerca de 1 h ou 45 min e depois 20 min cantando hinos inspirados (Harpa Cristã); e logo voltávamos a oração, isso toda a noite. Deus operava milagres, restaurava vidas, muitos eram cheios do Espírito Santo e pela sua misericórdia ainda falava conosco nos consolando, edificando e exortando, conforme descrito em 1 Co 14.3.

O que vejo hoje são "vigílias" show, gritarias estéricas, cantorias infindáveis, animadores de auditório, pregadores e cantores de auto ajuda, mas oração nada. 

Quando falo de oração eu falo conforme descrito no livro de Crônicas: "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra". 2 Crônicas 7:14.

Porém, as "vigílias" modernas não passam de mais uma estratégia humana pragmática para ajuntar povo, pois a carne não quer orar... não são muitos que querem orar, só querem os "mantos", "retétés", "é forte", e toda sorte de "mistérios" estranhos as Escrituras, em uma verdadeira desordem contrariando a ordem descrita em 1 Co 14.40...

A oração piedosa e reverente conforme descrita nas Escrituras pode até não ter aparente e imediato resultado, para essa geração imediatista... Mas a oração piedosa ainda que não seja tão "atraente" como as novas "vigílias", certamente é uma das maiores armas espirituais que Deus nos outorgou (Ef 6.18). 

Jesus, nosso mestre, muitas vezes passava em vigília de oração e esse modelo é que deve ser seguido por nós, seus discípulos, onde a oração era o principal objetivo.

"E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus". Lc 6.12

Seus principais ingredientes são: choro, submissão, arrependimento, paciência, reverência, dependência, confiança, esperança e fé; e seu resultado é comunhão com Deus, resposta das necessidades, e uma vida espiritual vitoriosa.

Voltemos a oração, oração mesmo. A oração não agrada a carne, mas a fortalece e alimenta o espírito. É isso.

Pr Pedro Pereira

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Os cultos com Ensino da Palavra de Deus.

Que voltem os cultos a Deus com Ensino da Palavra de Deus

Infelizmente em muitos lugares os cultos de Ensino deram lugar as falaciosas "campanhas pragmáticas", com intuito de encher templos e arrecadar mais dinheiro.

Chega de misticismo e superstições disfarçados de cristianismo, chega de rosa santa, sabonete ungido, cajado de Moisés, areia da terra santa, copo com água ungido, sal grosso para espantar demônios, lencinho suado, campanha dos sete mergulhos de Naamã...chega!!!

Líderes estão enriquecendo e os templos estão se enchendo, sim... Mas, de pessoas vazias, materialistas, interesseiras, egocêntricas e sem espiritualidade (fruto do Espírito). 

Influenciadas pelas estratégias Neo pentecostais (que mais parecem mercado da fé), deixaram a sã doutrina (ensino bíblico).

Que voltem as reuniões de ensino sistemático, continuo e persistente das doutrinas fundamentais do cristianismo como a doutrina do arrependimento, regeneração, santificação, graça, fé, justificação, expiação, perdão, pecado, arrebatamento, ética cristã, etc... 

Cristãos com conhecimento da verdade se aperfeiçoam na fé, se tornam servos úteis a Deus, se tornam vasos de honra, agradam a Deus, não são presas fáceis para as heresias e a apostasia, são mais tementes a Deus, pensam nas coisas que são de cima e não nas que são da terra, e se preparam para herdar o céu. 

Com a Palavra o Apóstolo Paulo: "Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério". 2 Timóteo 4:2-5.

Sola Scriptura.
Pr Pedro Pereira

sábado, 13 de junho de 2015

ENQUANTO ISSO O PRAGMASTISMO RELIGIOSO CONTINUA AVANÇANDO EM MUITAS IGREJAS

É triste ver cada vez mais algumas "igrejas" se rendendo ao pragmatismo religioso com suas intermináveis "campanhas". É campanha da restituição, campanha da vitória, campanha da libertação, etc. Termina uma começa outra, são intermináveis.

Essas ditas "campanhas" são pragmáticas, pois infelizmente seus objetivos são:

1. Encher templos e arrecadar dinheiro.

2. Dar esperança para o povo receber o que quer: cura, dinheiro, casa, carro, estabilidade financeira, emocional, familiar, etc.

Alguém poderia questionar dizendo: mas isso não é bom, Pastor? Para ser franco eu digo não e explico:

Primeiro, todos queremos ver a igreja cheia, mas será que todos que comparecem a essas ditas "campanhas" são pessoas que vieram para cultuar a Deus? Vieram para O adorar pelo que Ele é ou pelo que Ele pode dar? Estão atraídas por Cristo ou por interesse próprio? Infelizmente, estamos com igrejas cheias de pessoas atrás de bençãos e vazias de seguidores de Cristo (Mt 16.24; 6.31-33);

Segundo, no pragmatismo as pessoas são avaliadas pelo que elas tem e não pelo que elas são. Muitos líderes pressionados pelo sistema, precisam cumprir metas (financeiras). Igrejas e pessoas, com exceções, são vistas como negócios e não como almas que precisam de redenção. E isso leva a um "vale tudo" para arrecadar dinheiro, sob pena, de ser visto como um líder sem fé, sem sucesso ou até mesmo de perder sua posição e a liderança... que triste cenário, porém o que vale são os resultados, ou seja, os fins justificam os meios, portanto, muitos aderiram as famosas "campanhas" que tanto agradam com promessas como dão retorno financeiro (II Pd 2.3; I Tm 6.10; Ec 5.10);

Terceiro, a maioria das pessoas entram em campanhas e saem de campanhas e nada acontece, ou seja, aquilo que a dita "campanha" prometia, como restituição, vitória financeira, saúde, estabilidade, salvação de familiares muitas vezes não acontecem. Não porque Deus é o culpado, mas porque não levamos em conta a soberania dos propósitos de Deus. A pergunta é... E Deus quer o que eu quero? E a vontade de Deus? E seus propósitos? E se Ele quer me provar num determinado tempo para um determinado propósito? Portanto nem sempre quando e como eu quero vai acontecer, mas devemos estar submissos a vontade de Deus (I Jo 5.14; Tg 4.3; Mt 26.42).

É importante levar em conta que muitos procuram a igreja baseado apenas nessas "promessas" e quando elas não acontecem se desviam e se frustram, pois não vieram arrependidos dos seus pecados, mas atraídos pelo desejo de um cura, um milagre, uma estabilidade financeira, etc.

E como fica então aqueles que prometeram e tanto anunciaram as ditas campanhas? É simples, basta dizer que a culpa é do "povo", pois não tiveram fé suficiente para receberem. Fácil não? Problema resolvido.

Vale a pena ressaltar também que as ditas campanhas levam a uma liturgia antropocêntrica, ou seja, um culto voltado para o homem e suas necessidades, quando o correto é levar o povo a um culto Teocêntrico, ou Cristocêntrico, onde o centro é Deus e não o homem. Quando eu digo que tal dia haverá o culto da restituição, ou libertação, ou vitória financeira, etc, esse culto é para Deus ou para o Homem? Na verdade é para o homem. Culto é serviço de adoração a Deus e adorar a Deus é se esquecer de nós mesmos, renunciar a si mesmo e exaltar a Deus, seus atributos, sua obra, sua redenção, sua glória, etc. O maravilhoso é que quando colocamos Deus em primazia, Ele nunca se esquece de nós. Aleluia!

Que saudade quando a igreja era simples, tinha uma liturgia simples, pregava um Evangelho simples. Jesus curava, salvava e abençoava todos os cultos, não era preciso marcar dia, nem hora específica para alcançar uma benção.

Todos os Cristãos se reuniam com o único propósito de adorar a Deus; e Ele por sua bondade quando queria e pra quem queria derramava suas ricas bençãos.

Os lideres eram avaliados pela sua postura, conduta, fé e vida de oração e não pela capacidade de ajuntar povo e arrecadar dinheiro.

Na igreja se amava as pessoas e usavam as coisas, porém hoje, salvo exceções, se amam as coisas e usam as pessoas.

Não existiam tantas pessoas influentes e ricas na igreja, é verdade; mas as que lá estavam eram ricas da presença de Deus, cheias de temor e do Espírito Santo.

As únicas campanhas que existiam eram as campanhas de oração, mas de oração mesmo, joelho dobrado e clamando a Deus o tempo todo da reunião, quando muito se lia ao final um trecho das Escrituras para o encerramento.

Quero encerrar com algumas perguntas: Será que não é tempo de voltarmos a simplicidade do evangelho? Será que não é tempo de resgatarmos o culto Cristocêntrico? Será que não é tempo de arrependimento e renúncia e invocarmos o Nome do Senhor enquanto Ele está perto?

Que Deus nos abençoe e que possamos refletir sobre o assunto.

Pr Pedro Pereira

quinta-feira, 19 de março de 2015

VAMOS MELHORAR!!!???

Às propostas:

1. Deixe de promover eventos festivos um atrás do outro, que acarretam enormes despesas à igreja e pouco resultado trazem à vida espiritual dos crentes e à evangelização, mas não abra mão dos cultos "normais", onde todos podem ser edificados mutuamente. Aqui a comunhão pode ser experimentada em sua dimensão mais profunda.

2. Pare de criar nomenclaturas para definir um culto do outro, como, por exemplo, "culto da vitória", "culto de libertação", "culto de avivamento", "culto da virada" etc., pois culto se presta a Deus de acordo com os elementos descritos no Novo Testamento, e todos eles, quando prestados de fato ao Senhor, cumprem todas as finalidades bíblicas.

3. Reprograme as atividades extra-cultos em sua igreja, entre elas os ensaios dos diferentes departamentos musicais, para não correr o risco de um ativismo improdutivo e ter os horários de tal maneira ocupados com tantas programações que o tempo para o verdadeiro culto a Deus seja escasso, trazendo sérios prejuízos espirituais à vida dos crentes.

4. Tome a decisão radical de não convidar cantores famosos para "abrilhantar" os festejos da igreja (até porque estes em grande parte já não mais farão parte do calendário, pelo menos por um ano) e você descobrirá quantos talentos escondidos na própria igreja poderão ser aproveitados, sem custo algum, nos cultos regulares ou em outro evento extremamente indispensável. Além disso, se não houver demanda, os cantores (sem cair no terreno da generalização) deixarão de cobrar os elevados cachês e, quem sabe, aprendam a ver o que fazem como ministério e não como profissão.

5. Não deixe também de valorizar o cântico congregacional. Uma igreja que adora a Deus unida pode experimentar a vida comunitária com muito maior comunhão e proveito do que aquela em que os membros são meros assistentes de culto. Vêm e vão sem nenhum comprometimento com a vida comunitária. 

6. De igual modo, pare de convidar pregadores renomados, os quais seguem a mesma linha dos cantores "profissionais" e chegam nas igrejas com os DVDs (ou CDs) da mensagem ainda a ser pregada já prontos para serem colocados à venda na porta da igreja por um preço bem módico. Quem sabe eles (sem cair também no terreno da generalização) da mesma forma aprendam e passem a servir e não buscar serem servidos.

7. Na ausência dos pregadores que não serão mais convidados, pare de "encher linguiça" durante os cultos, não mais ofereça "capim seco" às suas ovelhas, mas prepare-se para a cada culto ter sempre uma nova mensagem bíblica, cristocêntrica, sem apelar para os conhecidos e já surrados chavões, que alimente o povo e lhe aguce o desejo de voltar nos próximos cultos.

8. Pare de valorizar o formalismo da oração, que envaidece o coração farisaico, mas ensine a sua igreja o que significa orar e torne isso parte do metabolismo espiritual dos crentes de maneira que a oração, a conversa com Deus, profunda, livre e sincera, permeie tudo quanto a igreja faça.

9. Pare de promover eventos evangelísticos, mas faça com que a igreja encarne a paixão pelas almas e passe a empregar o velho (mas sempre novo) evangelismo pessoal como meio de alcançar os perdidos para Cristo. Uma boa maneira é estimular a cada um para que se comprometa a orar, fazer amizade e convidar os seus parentes, amigos e vizinhos com regularidade para que assistam os cultos e ouçam a Palavra de Deus, Não é preciso ir longe. O campo está perto de cada crente. Saiba que 99% das pessoas que frequentam a igreja, hoje, foram trazidas por alguém e não por um "programa".

10. Valorize os cultos nos lares, de maneira sistemática, sem se preocupar com nomenclatura. A igreja primitiva se reunia no templo e nas casas e a maioria absoluta das igrejas existentes tiveram início em reuniões familiares.

11. Pare de fazer conchavos políticos e buscar os favores de candidatos para esta ou aquela atividade. O custo não vale a pena, compromete a voz profética e gera insatisfação entre os crentes. A melhor coisa que uma igreja faz é realizar as suas atividades com a própria receita. Quem quiser contribuir, que o faça em oculto, quando os diáconos passarem com as salvas ou quando os crentes forem chamados ao gazofilácio.

12. Resista a tentação de não cumprir as propostas acima. Sempre haverá os insatisfeitos que forçarão a barra. O risco é grande de você quebrar o compromisso, mas a perseverança é companheira dos que querem alcançar os seus objetivos. Portanto, siga em frente, olhando apenas para Jesus. Você não será decepcionado.

Conclusão

Posso afirmar com segurança, que, com essas decisões, entre tantas outras que podem ser tomadas, sua igreja, ao final de um ano, terá progredido muito mais em todos os sentidos do que se você insistir com esse sistema carcomido que muito aparenta, mas pouca eficácia tem para a igreja como corpo vivo de Cristo na terra.

Experimente e depois nos conte.


Pr. Geremias Couto - Comentarista da revista "Lições Bíblicas" para a Escola Dominical, publicada pela CPAD, pastor evangélico, presidente da Omega Mission Ministry.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

UM MANDAMENTO COM PROMESSA


"Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra". Efésios 6:2-3


A palavra honrar na língua portuguesa significa: Prestar honra e respeito a alguém; fazer distinção, mercê, consideração.

No texto mencionado a palavra grega para honra significa: reverenciar, estimar e valorizar. Portanto, honrar é dar respeito não apenas pelo mérito, mas pela posição.

Honrar seu pai e mãe deve ser demonstrado através de palavras e ações que surgem de uma atitude interior de estima e respeito pela posição que ocupam. 

Honrar no contexto bíblico esta ligado a obediência, a submissão, veja: "Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo". Efésios 6:1

Esse princípio bíblico expressa a vontade de Deus que já estava exposto nos 10 mandamentos (Ex 20.12). Durante a época do Velho Testamento, falar mal contra os pais ou rebelar-se contra as suas instruções resultava em punição capital (pena de morte), vide (Êxodo 21:15-17). Até Jesus, submeteu-se aos Seu pais terrenos (José e maria) e ao seu Pai Celestial. (Mateus 26:39; Lucas 2:51). 

É importante ressaltar que devemos honrar nossos pais, tanto com nossas ações como com nossas atitudes (Marcos 7:6). Devemos Honrar seus desejos, tanto os que eles já expressaram, quanto os que não expressaram verbalmente. veja: "O filho sábio ouve a correção do pai, mas o escarnecedor não ouve a repreensão". (Pv 13:1).

A honra esta ligada a submissão, logo quem não honra seu pai e sua mãe, com atitudes e ações é rebelde, lembrando que rebeldia é como pecado de feitiçaria (I Sm 15.23).

Muitos filhos atualmente agem como os fariseus. Eles honravam seus pais com palavras, mas suas ações provavam o verdadeiro motivo de seus corações. (Mateus 15.3-9). Honrar é mais do que da boca pra fora. A palavra honra nessa passagem é um verbo e, como tal, exige uma escolha/ação correta.

Honra apenas de palavras não é honra, mas a verdadeira honra exige uma ação, uma atitude de submissão voluntária e amorosa, pois há admiração, respeito e gratidão. Carrega consigo uma preocupação em agradar e fazer a vontade de seus pais. 

Filhos obedientes a Deus, são obedientes a seus pais. Essa ordenança ou mandamento vem de Deus, portanto carrega consigo uma recompensa:

Primeira recompensa, esta no próprio texto: "... Para que te vá bem...". Deus promete aos filhos que honram seus pais, que Ele mesmo (Deus) dará auxilio para que em sua vida tudo corra bem, em outras palavras será abençoado por Deus. Quando você necessitar de algo e for orar, pedindo a Deus algo Ele se lembrará dessa promessa e te auxiliará, pois honra gera honra.

Segunda recompensa, também está no texto: "... e vivas muito tempo sobre a terra...". Deus promete ao filho que honra seus pais longevidade de vida com saúde e paz, pois viver muito sem saúde e paz, não seria benção. O Salmista enxergava isso como benção de Deus: "...E verás os filhos de teus filhos..." Salmos 128:6. 

Que Deus nos abençoe! Filhos, honrem seus pais enquanto eles estão com vocês, pois esse mandamento de Deus vem com promessa. 

Sola Scriptura

Pr Pedro Pereira

sábado, 24 de janeiro de 2015

Outra campanha? Não aguento mais!!!!

É triste ver cada vez mais algumas "igrejas" se rendendo ao pragmatismo religioso com suas intermináveis "campanhas". É campanha da restituição, campanha da vitória, campanha da libertação, etc. Termina uma começa outra, são intermináveis. 


Essas ditas "campanhas" são pragmáticas, pois infelizmente seus objetivos são:

1. Encher templos e arrecadar dinheiro.

2. Dar esperança para o povo receber o que quer: cura, dinheiro, casa, carro, estabilidade financeira, emocional, familiar, etc.

Alguém poderia questionar dizendo: mas isso não é bom, Pastor? Para ser franco eu digo não e explico:

Primeiro, todos queremos ver a igreja cheia, mas será que todos que comparecem a essas ditas "campanhas" são pessoas que vieram para cultuar a Deus? Vieram para O adorar pelo que Ele é ou pelo que Ele pode dar? Estão atraídas por Cristo ou por interesse próprio? Infelizmente, estamos com igrejas cheias de pessoas atrás de bençãos e vazias de seguidores de Cristo (Mt 16.24; 6.31-33);

Segundo, no pragmatismo as pessoas são avaliadas pelo que elas tem e não pelo que elas são. Muitos líderes pressionados pelo sistema, precisam cumprir metas (financeiras). Igrejas e pessoas, com exceções, são vistas como negócios e não como almas que precisam de redenção. E isso leva a um "vale tudo" para arrecadar dinheiro, sob pena, de ser visto como um líder sem fé, sem sucesso ou até mesmo de perder sua posição e a liderança... que triste cenário, porém o que vale são os resultados, ou seja, os fins justificam os meios, portanto, muitos aderiram as famosas "campanhas" que tanto agradam com promessas como dão retorno financeiro (II Pd 2.3; I Tm 6.10; Ec 5.10);

Terceiro, a maioria das pessoas entram em campanhas e saem de campanhas e nada acontece, ou seja, aquilo que a dita "campanha" prometia, como restituição, vitória financeira, saúde, estabilidade, salvação de familiares muitas vezes não acontecem. Não porque Deus é o culpado, mas porque não levamos em conta a soberania dos propósitos de Deus. A pergunta é... E Deus quer o que eu quero? E a vontade de Deus? E seus propósitos? E se Ele quer me provar num determinado tempo para um determinado propósito? Portanto nem sempre quando e como eu quero vai acontecer, mas devemos estar submissos a vontade de Deus (I Jo 5.14; Tg 4.3; Mt 26.42).

É importante levar em conta que muitos procuram a igreja baseado apenas nessas "promessas" e quando elas não acontecem se desviam e se frustram, pois não vieram arrependidos dos seus pecados, mas atraídos pelo desejo de um cura, um milagre, uma estabilidade financeira, etc.

E como fica então aqueles que prometeram e tanto anunciaram as ditas campanhas? É simples, basta dizer que a culpa é do "povo", pois não tiveram fé suficiente para receberem. Fácil não? Problema resolvido.

Vale a pena ressaltar também que as ditas campanhas levam a uma liturgia antropocêntrica, ou seja, um culto voltado para o homem e suas necessidades, quando o correto é levar o povo a um culto Teocêntrico, ou Cristocêntrico, onde o centro é Deus e não o homem. Quando eu digo que tal dia haverá o culto da restituição, ou libertação, ou vitória financeira, etc, esse culto é para Deus ou para o Homem? Na verdade é para o homem. Culto é serviço de adoração a Deus e adorar a Deus é se esquecer de nós mesmos, renunciar a si mesmo e exaltar a Deus, seus atributos, sua obra, sua redenção, sua glória, etc. O maravilhoso é que quando colocamos Deus em primazia, Ele nunca se esquece de nós. Aleluia!

Que saudade quando a igreja era simples, tinha uma liturgia simples, pregava um Evangelho simples. Jesus curava, salvava e abençoava todos os cultos, não era preciso marcar dia, nem hora específica para alcançar uma benção. 

Todos os Cristãos se reuniam com o único propósito de adorar a Deus; e Ele por sua bondade quando queria e pra quem queria derramava suas ricas bençãos.

Os lideres eram avaliados pela sua postura, conduta, fé e vida de oração e não pela capacidade de ajuntar povo e arrecadar dinheiro.

Na igreja se amava as pessoas e usavam as coisas, porém hoje, salvo exceções, se amam as coisas e usam as pessoas. 

Não existiam tantas pessoas influentes e ricas na igreja, é verdade; mas as que lá estavam eram ricas da presença de Deus, cheias de temor e do Espírito Santo.

As únicas campanhas que existiam eram as campanhas de oração, mas de oração mesmo, joelho dobrado e clamando a Deus o tempo todo da reunião, quando muito se lia ao final um trecho das Escrituras para o encerramento.

Quero encerrar com algumas perguntas: Será que não é tempo de voltarmos a simplicidade do evangelho? Será que não é tempo de resgatarmos o culto Cristocêntrico? Será que não é tempo de arrependimento e renúncia e invocarmos o Nome do Senhor enquanto Ele está perto?

Que Deus nos abençoe e que possamos refletir sobre o assunto.


Pr Pedro Pereira