sábado, 3 de dezembro de 2011

CULTO E LITURGIA SANTA

Muitas das mazelas que contemplamos em nossos cultos são decorrentes do estado moral e espiritual caóticos em que vive algumas lideranças e igrejas.

O culto e a forma de realizá-lo (liturgia), deixou de buscar a glória de Deus, e agora serve aos interesses humanos da busca por cura, libertação, prosperidade, problemas de justiça, etc. As necessidades humanas estão presentes na grande maioria das mensagens e hinos, em detrimento de um louvor e de uma adoração que proclame as obras e os atributos de Deus.

Para manter alguns cultos "cheios", a pregação da Palavra foi trocada por "atrações" ou por promessas de "bênçãos" aos espectadores ou clientes. Temos agora muitos templos cheios, mas igrejas doentes.

O culto perdeu a sua forma simples de ser, e agora, enquadrado na sua nova e moderna razão de ser (comercial), tem nomes atrativos, do tipo "Culto da Vitória", "Culto da Conquista", "Culto da Virada", "Culto do Milagre" etc.

Pois é, templos grandes e cultos cheios, na cabeça de muitos é sinônimo de status e poder de liderança. É uma marca do sucesso ministerial. Puro engano e tolice.

Culto e liturgia restaurados, só serão possíveis quando a liderança e o povo forem restaurados, purificados e libertos dos seus pecados.

Que tal começarmos restaurando a oração nos cultos. O relato abaixo, feito pelo historiador Emílio Conde sobre um culto realizado entre 1925-1926, nos revela o quanto precisamos retornar às boas e salutares práticas litúrgicas:

"Às sete horas da noite os crentes começavam a reunir-se. Vêm depressa e enchem o salão. A primeira coisa que fazem quando entram é dobrar os joelhos e orar. Alguns oram alto e outros em silêncio. Mais e mais pessoas chegam, todas alegres e cheias de zelo pela obra de Deus. Ninguém fica conversando antes do culto, mas todos estão orando fervorosamente a Deus pelo bom andamento do culto". (Texto extraído da obra "Diário do Pioneiro", de Ivar Vingren, publicado pela CPAD, 2010, p. 142)

*extraído do blog do Pr Altair Germano

É necessário refletirmos sobre nosso culto a Deus e que possamos melhorar, servindo a Deus pelo que ele é e não pelo que ele pode nos dar.

Soli deo glória!

Pr Pedro Pereira


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

CORRUPÇÃO NO SACERDÓCIO:desonestidade e falta de transparência


Também entendi que o quinhão dos levitas se lhes não dava, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra.” Ne 13.10

O favorecimento pessoal e de parentes dos “donos” e “senhores” da igreja é uma das causas da precariedade do sustento daqueles que vivem integralmente da obra, quer seja no trabalho local ou fora do país (missionários transnacionais).
A vida de alguns “sumo sacerdotes” e “Tobias” na atualidade é uma mordomia só, enquanto obreiros auxiliares de tempo integral vivem a pão e água, se humilhando de todas as formas e maneiras para receberem uma ajuda mensal que mal garante o básico. 
Quando alguém ousa questionar o líder, surge logo um profeta ou uma profetisa (geralmente assalariado ou que goza de algum privilégio) para defender o “santo ungido”, ameaçando o questionador com pragas e maldições. 
Se seguíssemos esta lógica capitalista da "bênção especial" sobre o ungido (em termos financeiros e materiais), Jesus e os apóstolos teriam sido os líderes mais ricos da história da Igreja. Entendo que em boa parte dos casos, apresentar a Deus a situação é o melhor caminho. Ele é o reto juiz.
É absurda em algumas administrações eclesiásticas (igrejas e convenções) a falta de transparência na apresentação dos relatórios de receitas e despesas da instituição. Os líderes fazem questão de dificultar o acesso às contas. Quando inquiridos, reagem das mais diversas formas e maneiras, fazendo drama por se sentir ofendido, implementando punições severas e perseguições implacáveis aos seus inquiridores (que passam a ser chamados e tratados como inimigos). 
Há quem contrarie o próprio estatuto da organização, ao indicar os seus próprios fiscais. Líder íntegro e reto “escancara” as contas para quem duvida de sua honestidade, e pede auditoria quando a sua administração é questionada, e tudo isso, sem revanchismos ou ressentimentos.
Temos situações em que o tesoureiro da instituição é mera figura simbólica, visto que os recursos (dízimos e ofertas) vão diretamente para as mãos e bolsos dos “donos” e “senhores” das igrejas, que os administram a seu bel prazer e conveniência. 
Os recursos da igreja, oriundos dos dízimos e ofertas dos irmãos, devem ser administrados com temor e tremor, e com toda a transparência necessária. É preciso investir com sabedoria, dando prioridade ao que é urgente e extremamente necessário ao Reino de Deus.
Se Deus não deixou encoberto e impune os pecados da liderança do Antigo e do Novo Testamento, expondo-os nas páginas da Bíblia, por que agiria diferente na atualidade? Quem escandaliza o Evangelho é quem comete o pecado, e não quem o denuncia.
Como sempre coloco, há ainda líderes cristãos sérios e comprometidos com Deus e com a sua Palavra neste Brasil, que ainda não se venderam, nem se dobraram diante da corrupção no atual sistema eclesiástico.
Ainda há, como Neemias, líderes que se indignam com o pecado, e corajosamente resistem a toda sorte de profanação e corrupção no ministério. Suas convicções estão firmadas sobre a rocha das Escrituras.
O pecado deve provocar em nós indignação. Apenas pessoas que tem capacidade de se indignar contra o mal podem fazer a diferença na História.
Contudo, devemos ter o cuidado necessário para não perdemos o controle emocional, e de não privarmos os acusados da possibilidade de se defenderem. Parece-nos que no caso que envolveu a ação enérgica de Neemias, o pecado era escancarado e gritante.

É tempo de restauração!

Pr Altair Germano

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

MEGALOMANIA EVANGÉLICA


A mania de grandeza de parte da igreja evangélica brasileira é de causar espanto. Parece que a demonstração da comunhão com Cristo é medida com base no tamanho do evento que realizamos. Grandes marchas; congressos suntuosos; eventos gigantescos.

Há muito tempo não me deixo iludir com acontecimentos gigantescos que [dizem] irão mudar o rumo da igreja. Isso, na verdade, é uma tentativa de afirmação evangélica a fim de demonstrar o tamanho de seu crescimento e talvez o poder da sua influência.

Ocorre que a influência do cristão [e da igreja] na sociedade não se dá por meio de grandes eventos, mas sim por uma vida em conformidade com o padrão bíblico. 

Como cristão evangélico, acredito que a vida cristã se vive nas pequenas coisas; nos pequenos detalhes; no testemunho cristão verdadeiro e na nossa intimidade inabalável com Cristo. 

Demonstramos que somos diferentes não pela quantidade de pessoas que conseguimos ajuntar numa avenida, estádio ou igreja; antes pela entrega sem reservas a Deus.

E é exatamente isso a base da cosmovisão cristã: nosso compromisso com Cristo. Ao contrário do que muitos pensam, o fundamento da cosmovisão cristã é simples por natureza e se comprova na nossa fidelidade ao Senhor.

Apesar da visão de mundo cristã defender a necessidade de influência da igreja em todos os aspectos da sociedade por meio de um fé pública; é verdade também que tal influência tem na sua essência nosso relacionamento individual com Deus.

Ações públicas sem verdadeira comunhão individual é simples ativismo político, em que a igreja passa de agente de transformação do Reino de Deus em simples associação humana para causas sociais. 

Como escreveu Francis Schaeffer: “Enquanto cristãos, não basta só conhecer a cosmovisão correta, a cosmovisão que nos diz a verdade sobre o que existe, mas também agir conscientemente de acordo com aquela visão de modo a influenciar a sociedade o máximo que pudermos em toda as suas áreas e aspectos e por toda a nossa vida, na total extensão dos nossos dons individuais e coletivos”. [Como Viveremos, Cultura Cristã, p. 194] 

O apóstolo Paulo também disse: "Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco" 2Co.1.12 

Repetindo: O apóstolo dos gentios fala em simplicidade e sinceridade. Ao invés da simplicidade, o evangelicalismo atual tenta ser sofisticado e requintado, ofuscando o teor da mensagem cristã. E no lugar da sinceridade, se sê ações aparentes, exteriores, com o objetivo principal de causar impacto público. Que o Senhor Jesus leve-nos de volta à simplicidade do seu evangelho! 

Valmir Nascimento é presbítero da Assembleia de Deus em Cuiabá (MT), graduado em Direito, pós-graduado em Direito e Antropologia da religião, analista judiciário federal, palestrante na área de Gestão de Créditos e educador cristão

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SINCRETISMO EVANGÉLICO

Sincretismo religioso de forma geral é a mistura das práticas pagãs com o sagrado.


Alguns anos atrás o movimento evangélico no Brasil acusava as outras religiões e seus seguidores de sincréticos e por causa disto, perdidos e condenados. 


O evangélico sempre viu a necessidade de evangelizar as outras pessoas e através da Palavra de Deus libertá-las da ignorância e pecados, superstições e tabus inúteis.


Existia sempre um ar de "superioridade" no rosto do evangélico, como detentor da verdade. Porém como isto tem mudado!


Infelizmente com o surgimento e influência dos neopentecostais o  meio evangélico tem sido bastante fértil em produzir o seu próprio sincretismo. Isso mesmo, um sincretismo mascarado de piedade, fervor e unção. 


A prática evangélica atual não nos autoriza mais a condenar os outros, longe disto. A prática evangélica é hoje totalmente relativa e suscetível aos ditames do marketing religioso


A opressão do "fazer a igreja crescer" levou os pastores, líderes e crentes, de uma maneira geral, a abrir mão dos conceitos e princípios expostos nas Sagradas Escrituras.


Não sei se consciente ou inconsciente, mas a verdade é que essa opressão levou muitos ao pragmatismo religioso que não se preocupa com a biblicidade, ou seja, se é bíblico ou não, o que importa é se esta dando certo (como por exemplo, igreja cheia de pessoas), independente se há qualidade, ou seja, essas pessoas tem compromisso com Deus, servem a Deus pelo que Ele é ou pelo que Ele pode dar? 


Citemos alguns exemplos de sincretismo religioso: 
1. Ungir com óleo, que é uma recomendação bíblica no caso de uma enfermidade, ou no cerimonial judaico, tornou-se hoje uma coisa banal. Pessoas são ungidas para as mais diferentes coisas. Seja por uma simples dor de cabeça, ou para arrumar emprego, ou para ter o marido de volta, ou para zerar o saldo devedor no banco, ou para livrar o carro de ser roubado, etc.
2. Deixar a Bíblia aberta no Salmo 91 para que ladrão não roube a casa; 
3. Frequentar qualquer coisa relacionada com o número sete: sete semanas da oração poderosa, sete correntes da libertação, etc;
4. Usar um copo com água, pois segundo alguns depois da oração se torna uma "água benta", ou água ungida, ou coisa parecida;
5. Comprar um lenço ungido para prosperar, receber cura, etc;
6. Uso dos amuletos "evangélicos", como: rosa ungida, sabonete ungido, um pouco de terra de Israel, fogueira santa, sal grosso para espantar demônios, etc.


Bom, dizer que isso é só um estimulo da Fé é como dizer que os fins justificam os meios (pragmatismo religioso), pois as Escrituras dizem que a Fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus. 


É lamentável mas o "crente" hoje é quase que uma pessoa ignorante das verdades bíblicas, das doutrinas evangélicas, dos princípios do Reino de Deus, dos valores e éticas cristãs. O crente de hoje é quase que um analfabeto quando o assunto é fé, graça, justiça, misericórdia, salvação, missão. 


Se o apóstolo Paulo afirmou que o justo vive pela fé, hoje é difícil descobrir qual a motivação vivencial do crente. Ele vive por causa do quê? Será que vive para consumir e ter (casa nova, carro novo) parece mais uma febre, pois as mensagens em muitos púlpitos é só  é essa: auto ajuda....ter...conquistar....adquirir...possuir...riquezas, etc. poucos púlpitos pregam sobre fruto do Espírito, arrependimento, graça, salvação, cruz, renúncia, regeneração, justificação, santificação, etc.


Quando substituo a graça de Deus por troca e barganha, como por exemplo: "dê tal quantia de dinheiro na igreja e Deus vai te abençoar, você não vai ficar doente, não vai gastar em farmácia, etc", bom salvo melhor juízo isso não passa de "indulgência".


Antes de acusar os seguidores das outras religiões como ignorantes, reflita sobre a sua própria prática cristã. Isto vai lhe fazer bem e lhe conceder autoridade para evangelizar a outros.


"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará...e se pois o filho vos libertar verdadeiramente sereis livre" (Jo 8.32,36).

Pr Pedro Pereira


sábado, 19 de novembro de 2011

O Deus de misericórdia e perdão

No Salmo de número 103, Davi mais uma vez demonstra porque era homem segundo o coração de Deus, pois convida a sua alma a louvar a Deus pelo que Deus é e não pelo que Deus pode dar. No contexto histórico é fantástico sabermos que os deuses das outras nações era entendido como deuses irados, carrancudos, vingativos, sem piedade e que exigiam dos seus adoradores até sacrifícios humanos para se satisfazerem. Seus adoradores muitas vezes tinham que agrada-los, com sacrifícios de comidas e bebidas, pois entendiam que eles estavam furiosos após uma chuva forte, uma tempestade, terremoto, maremoto, ou qualquer catástrofe, assim entendiam que o seu deus estava furioso, portanto teriam que agradá-lo, a fim de voltar a paz ou a tranquilidade. 
Agora veja Davi, aparece nesse cenário, rodeado de nações com entendimento de um deus vingativo e que necessitava ser agradado para não matá-los; porém, no salmo 103 convoca a sua alma e daqueles que creem que YHWH (Jeová), o Deus de Israel, não era como os deuses das outras nações, pois era um Deus misericordioso, bondoso, longânimo, que não nos trata segundo os nosso méritos e feitos, mas com GRAÇA e AMOR. Um Deus que trabalha em nosso favor, que nos ajuda, que nos compreende, quando escreve no seu Salmo que Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó. 
Davi errou muitas vezes, pecou muitas vezes, e talvez para muitos não deveria escapar da fúria de Deus, da perdição, e do castigo mortal, mas contrariando a todos e a tudo Deus o perdoa e o levanta novamente como Rei e o abençoa, após seu claro arrependimento e contrição, pois quando perguntado qual o castigo que preferiria não hesitou em dizer "prefiro cair na mão do Deus vivo, pois é misericórdioso...". Que declaração de plena percepção e conhecimento do Deus que ele servia.
Esse é o Deus que pregamos e cremos, já revelado a seus servos mesmo em tempos que a misericórdia era sinal de fraqueza, então o nosso Deus, forte e poderoso, se mostra cheio de misericórdia. Glória a Deus! 
Convido o leitor juntamente comigo a louvar a esse Deus de misericórdia, que se revelou posteriormente através de seu filho amado Jesus. com as mesmas características. Israel esperava um conquistador sentado num cavalo branco com uma espada manchada de sangue dos seus inimigos, com um grande exercito de homens conquistadores, cheios de guerra, sem misericórdia para com seus inimigos, mas ao contrário disso aparece Jesus, filho de um carpinteiro, humilde, sem espada, sentado num jumentinho, sem grandes guerreiros o seguindo, cheio de amor, misericórdia, perdão e fazendo bem até aos "inimigos de Israel" quando atendeu ao pedido do centurião, curando seu servo e ainda declarando que ele tinha um grande fé. Declarando para amarmos nossos inimigos e perdoar os que nos maldizem, que o seu Reino era composto de homens e mulheres que procuravam a paz, que não tinham vergonha de chorar, que mesmo sendo humildes seriam honrados e destacados e que o segredo da vitória era amarmos uns aos outros. 
Esse é o Deus que servimos, o Deus que foi revelado ao grande apostolo Paulo e dEle se escreveu como sendo um Deus da Graça, um Deus que nos salva, pela sua graça e não por nossos merecimentos ou obras. 
Portanto, Louvemos a Deus comigo nesse dia, pois tudo que somos e temos é fruto da sua infinita graça e misericórdia. 
Não aceite que o convençam a servir um Deus vingativo, carrasco, e terrível, mas creia que servimos um Deus longânimo, misericordioso e cheio de amor. 
É certo que Deus é Justo e que sua justiça anda junto com seu amor, mas saiba que nunca punirá um transgressor, sem antes dar-lhe a chance de se arrepender e desfrutar do seu perdão e amor. A justiça de Deus é para aqueles que não querem e rejeitam seu perdão e amor. 
Saiba que Deus nos ama e não tem prazer na nossa perdição. Portanto, quero te louvar Senhor Jesus, porque tu és bom e sua benignidade dura para sempre. E a todos que se chegam a Ele de maneira nenhuma os lança fora. Amém!

Pr Pedro Pereira

sábado, 29 de outubro de 2011

Amigo cadê você?

Já publiquei este artigo, mas resolvi reeditá-lo, vejamos:
Outro dia escutei alguém dizer "amigo de verdade é coisa rara", então comecei a pensar sobre isso e infelizmente tive que concordar. O que é ser amigo? Esta palavra é intrigante, Amigo. 
O amigo pode ser raro mais ele existe; amigo é difícil de achar ou conquistar, mas existe. O número daqueles que se classificam como amigos é tão pequeno que as vezes chegamos a pensar que eles não existem; mas porque será?
Me parece que nesses dias em que vivemos alguns fatores contribuem para a raridade dos amigos, pois o Apostolo Paulo, com uma visão escatológica afirma em sua segunda carta a Timóteo "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos, porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te..." (II Tm 3. 1-5).
Vivemos em dias difíceis em que o certo parece errado, os interesses próprios se destacam em detrimento ao interesses dos outros, ninguém se importa com niguém, como já diz o famoso ditado "cada um por si e Deus por todos". 
Amigo de verdade existe, mas tem que ser achado e quando for achado deve ser guardado debaixo de sete chaves, bem dentro do coração, como diz a canção de Milton Nascimento. 
Para achar esse amigo devemos nos orientar através de um "mapa", uma "Bússola", ou seja, precisamos de um "norte". Portanto, vejamos algumas características, que, ao mer ver, nos apontam o verdadeiro amigo:
- o amigo é aquele que você gosta de compartilhar seus segredos, suas dúvidas, seus medos;
- o amigo é o seu conselheiro nato, diz a verdade, pois quer seu bem;
- o amigo não te abandona nunca, mesmo quando outros já te abandonaram;
- o amigo te aceita pelo que você é e não pelo que voce tem;
- o amigo mesmo distante fisicamente, esta perto;
- o amigo é aquele que sente saudades de você e não perde a oportunidade de estar junto;
- o amigo te respeita e te aceita mesmo com os seus defeitos, pois os defeitos se tornam tão insignificantes diante do que ele enxerga em você, muitas virtudes;
- o amigo ama você e usa as coisas, os outros te usam e amam as coisas;
- o amigo não trai, não te troca por posição, status, promessas, favorecimento próprio, etc;
- o amigo é grato e nunca se esquece de tudo que fizemos, ou foi feito, por ele. 
Enfim, eu poderia aqui descrever mais algumas características, mas creio que essas são suficientes. 
Na verdade o problema é que precisamos de amigos, verdadeiros amigos, pois eles nos fazem bem, são importantes, mas tenhamos cuidado, pois os falsos amigos nos trazem muitos males e tristezas.
Voce poderia estar pensando "só Jesus é o verdadeiro amigo", concordo, mas até Jesus teve amigos. Chamava os seus discipulos de amigos, embora um deles o traiu e recebeu o premio que um traidor deve receber, mas a verdade é que precisamos de amigos, pessoas como nós, pois somos seres gregários. 
Encontramos amigos em nossa intimidade, como por exemplo nossos pais, nossa esposa ou esposo, nossos filhos, parentes e pessoas que encontramos por este caminho, pois como disse o sábio salomão "há amigos mais chegado do que um irmão", mas precisamos de amigos. Que Deus nos abençõe!


Pr Pedro Pereira

A Reforma Protestante, será que não estamos precisando de outra?



Quando observamos a política secular e eclesiástica influenciando os nossos líderes, em detrimento a direção de Deus; quando observamos na igreja local facções, disputas, traições, corrupções, alianças espúrias, nepotismos, líderes em busca por vantagens pessoais e por cargos; e a evangelização, socorro aos necessitados, ministração aos enfermos e fracos na fé, fidelidade doutrinária e outras atividades semelhantes em segundo plano ou até extintas, temos um claro sinal que precisamos urgente de uma "reforma".

Quando observamos os dízimos e ofertas sendo ensinados de forma a arbitrária e não bíblica, com a finalidade de enriquecimento pessoal, benefício próprio ou como "indulgências", ou seja, quem não contribuir vai pro inferno, é ladrão, é maldito, mas se contribuir não vai ficar doente, vai ser o predileto por Deus, vai receber curas e vitórias. Esquecem-se ou não pregam sobre a graça e fé. Enfatizam o que interessa em detrimento a verdade bíblica, ou seja, o dar é voluntário, com alegria, não por necessidade ou por tristeza; e mesmo que eu não tenha nada para dar, assim mesmo a misericórdia e a graça de Deus estará comigo. 

Em vez disso, o que vemos é uma exploração aos incautos e ignorantes, que por medo e pressão acabam dando até aquilo que não tem. Que Deus tenha misericórdia desses mercenários. Pior fica quando o assunto é a forma ou o destino dessa contribuição, será que é para ajuda aos necessitados (pobres e viúvas)? Será que é para o sustento de todos os que ministram no altar? Será que é para os eventos e necessidades da igreja? Pois, era exatamente para isso o destino dos dízimos e as ofertas no VT. Ou será que é para o enriquecimento de poucos? Ou para gastar com viagens ditas "missionárias"? Mas, na verdade, são passeios e viagens turísticas de alguns, enquanto missionários de verdade passam por necessidades. Ou será para a construção de obras "faraônicas"? Onde o único intento é deixar seu nome e ser lembrado. Ou será...? Bom deixa eu parar por aqui.

Segundo o Pr Altair Germano, homem de visão, a reforma é algo necessário e urgente, realizada por homens comprometidos com a verdade: 
"Reformas não são movimentos de um só homem, é fruto da associação de mentes críticas, inteligentes, questionadoras, e de corações que ardem em zelo, inclinados a buscar, conhecer e fazer valer a vontade de Deus para uma geração, custe o que custar. 
Reformas são possíveis em tempos onde o monopólio do conhecimento e da informação são quebrados. Vivemos em um tempo propício para reformas, e isso graças ao advento da internet. As mídias e o jornalismo oficial das mais diversas denominações e segmentos evangélicos perderam o controle sobre a informação. Vivemos na era dos blogs e das redes sociais onde a notícia e a informação fluem e correm numa velocidade vertiginosa, jamais vista ou contemplada por outras gerações. 
Reformas não acontecem da noite para o dia, antes, são resultados de processos que se iniciam com o reencontro do cristão com a Palavra de Deus, que desencadeia uma tomada de consciência, arrependimento genuíno, conversão, ação e influência. A nossa rendição em forma de silêncio ou conivência diante de qualquer tipo de corrupção, seja ela de ordem moral ou espiritual, nada mais é do que a manifestação da rendição de nossa própria consciência".

Dia 31 de outubro - dia da Reforma Protestante, deve ser aproveitado para refletirmos: 
O que estamos fazendo? O que nossa igreja esta fazendo? Como está o Evangelho em nossos dias? O que esta sendo pregado em nossas igrejas? Qual é a prioridade dos nosso líderes?

Que Deus desperte em nós o que despertou no coração dos reformadores, como Martinho Lutero, Ulrico Zwinglio, João Calvino, John Huss, John Wicliffe, Savonarola, etc.

Que a nossa igreja, pregações e vida estejam dentro dos cinco solas da reforma:
Sola Scriptura (a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência); 
Solo Christus (nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico); 
Sola Gratia (somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça); 
Sola Fide (a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo); 
Soli Deo Gloria (a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre). 

Que Deus nos abençõe!

Pr Pedro Pereira

VIVENDO DIAS DE “OUTRO EVANGELHO”



             Ouvi de um amigo irmão, que na sua “igreja” estavam distribuindo lenços “ungidos” para Deus abrir porta de emprego, realizar curas, solucionar problemas, etc. Bom pelo que eu entendi se você adquirisse o tal “lenço ungido”, por um determinado valor, pois segundo a pessoa era para ajudar na obra de Deus, você seria abençoado.
            Já outro dia escutei um testemunho de um determinado irmão que ele havia sido livrado da morte, em um assalto que sofrera, os meliantes levaram seu veículo e sua mercadoria de trabalho, mas sua vida havia sido poupada, até ai tudo bem, mas para meu espanto o dito irmão continuou o seu “tristemunho” dizendo que na hora do assalto orava dessa forma: “Senhor sou dizimista na sua casa e por isso livra a minha vida da morte...” e agora exortava o povo da igreja “irmãos Deus me livrou da morte porque eu sou um dizimista fiel na casa de Deus, seja dizimista também e Deus vai te livrar...”.
            Meu Deus! Estou realmente preocupado com esse “evangelho” que estamos vivenciando, certamente com a influência do movimento neopentecostal, estamos sendo bombardeados por um “outro evangelho”. Vejamos com calma, a luz das Escrituras, as duas situações acima:
            Na primeira situação estamos presenciando “um evangelho” carregado de misticismo, fetichismo e superstição. O que “um lenço ungido” pode fazer? Jesus nos ensinou que somente na autoridade do seu Nome seriam realizados as grandes obras ou milagres, vejamos: “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão...”. Atribuir a “um lenço ungido” a realização de alguma benção revela um total desconhecimento bíblico ou um pragmatismo religioso muito praticado no meio neopentecostal, ou seja, a maioria das igrejas, por influência ou não, de uma linha neopentecostal, não estão interessadas se o tal “lenço ungido” é bíblico ou não, mas apenas se esta dando certo ou se a prática esta funcionando dentro do que era “esperado”. O que era “esperado” entendemos o seguinte: Esta entrando dinheiro? Esta enchendo os cultos? Esta atraindo o povo? Se a resposta for positiva, continuaremos a fazer; porém, sem a preocupação do que a bíblica diz, sem a preocupação Escriturística. Usar o texto de At 19.11,12, como alguns fazem, carece de alguns comentários, vejamos: “E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam...”. Como verificamos Deus fazia maravilhas através de Paulo e não do “lenço”; além disso, não era Paulo que distribuía ou vendia os lenços, como é feito hoje, mas algumas pessoas levavam os lenços e aventais de Paulo. Na verdade o que esta em foco é a unção de Deus que estava na vida de Paulo e não o objeto (lenço); portanto isso não é um dogma ou doutrina, pois em nenhum lugar nas Escrituras se manda “ungir” lenços ou coisa parecida para curar ou para receber uma bênção qualquer. A exemplo de unção como a do Apostolo Paulo temos o caso do profeta Elizeu, que ao ser tocado por um soldado morto, o ressuscitou. Falando de Unção o único texto neotestamentário que fala da unção com óleo esta em Tg 5.14,15 -  Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”. Dentro disso podemos considerar o seguinte: primeiro, a unção deve ser solicitada pelo doente; segundo quem tem autoridade para ungir é o presbítero (pastor, ancião, bispo); terceiro, quem cura é a fé, através da oração e não o simples fato da unção; e quarto, a unção era apenas um símbolo da cura, pois pelo costume judaico a unção (passar, friccionar) era utilizada no auxilio das enfermidades e feridas. Em suma, não se vê nos textos neotestamentário ninguém ungindo objetos, coisas, lenços, etc, mas ungindo pessoas, enfermas e pelos presbíteros (somente), quando solicitados pelos doentes. Portanto, não há nenhuma base bíblica (nossa regra de fé e conduta) para distribuirmos ou pior vendermos “lenços ungidos” com promessa de cura ou facilitador de benção. E dizer que isso é só um estimulo para a fé, basta lermos a Palavra de Deus em Romanos 10.17 “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Logo, o estimulo eficaz e eficiente para ter fé é “ouvir a Palavra de Deus”.
            Na segunda situação o caso é sério, pois substituímos a graça (favor imerecido) de Deus por uma obra (dar o dízimo). Atribuiu-se o favor de Deus, que nos livra pela sua infinita graça e amor, ao simples fato de dizimarmos. Não esta em questão, aqui, o fato de dizimar, que inclusive deve ser feito voluntariamente, não por força de Lei; deve ser feito com alegria, não com tristeza. Agora usar isso como obra meritória, exclui a graça de Deus e vai à contra mão das Escrituras. Na verdade observamos que muitos para forçar uma boa entrada financeira na sua igreja usam argumentos como esses, dizendo aos irmãos que quem dizima esta livre das doenças, dos males, do desemprego, dos assaltos, na pobreza, dos gastos em farmácias, etc, levando os crentes incautos a acharem que porque dizimam passam a ser crente de primeira categoria e privilegiados, portanto isentos de qualquer mal. Porém, como são pessoas cristãs sujeitas também a passarem por tribulações, como disse Jesus “no mundo tereis aflições...” Jo 16.33, certamente passarão por várias tribulações, ou seja, mesmo dizimando: ficarão doentes; terão gastos em farmácias; serão assaltados; serão injustiçados; passarão até por privações financeiras; etc.
            Jesus nos mostra claramente em Lucas 18.9-14: “E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”. O texto deixa bem claro que aquele que quer justificar-se pelas suas obras, ou acha-se que têm mais direitos com Deus, pelas obras que pratica, inclusive dízimos, esta grandemente enganado, porém o que reconhecia seu estado de pecador, não dava dizimo, ou pelo menos não usava isso como algo meritório, saiu justificado e abençoado, pois se valeu, suficientemente, da Graça de Deus e não da sua justiça.
            Devemos irmãos tomarmos cuidado para que a falta de conhecimento sólido das escrituras, no nosso meio evangélico, não acabe nos distanciando dos dois alicerces cristãos básicos, graça e fé. Pois, com o afastamento destes dois alicerces fundamentais do cristianismo, abriu-se uma fenda histórica com a tradição apostólica.
É bom lembrarmos que a Graça impulsionou o cristianismo para tempos mais leves. Foi a Graça que acabou com a lógica retributiva que mostrava Deus como um bedel a exigir penitência. Devido a Graça entendeu-se que a sua ira não precisa ser contida. O cristianismo medieval fora infectado por um paganismo pessimista e, por isso, sobravam espertalhões vendendo relíquias e objetos milagrosos que, segundo a pregação, “garantiam salvação e abriam as janelas da bênção celestial”.
Lutero, um monge agostiniano, portanto católico, percebeu que o amor de Deus não podia ser provocado por rito, prece, pagamento (indulgências) ou penitência. Graça, para Lutero, significava a iniciativa de Deus, constante, unilateral e gratuita, de permanecer simpático com a humanidade. Lutero intuiu que Deus não permanecia de braços cruzados, cenho franzido,  à espera de que homens e mulheres o motivassem a amar. O monge escancarou: as indulgências eram um embuste. Assim, Lutero solapava o poder da igreja que se autoproclamava gerente dos favores divinos.
Passados tantos séculos, o movimento neopentecostal, responsável pelas maiores fatias de crescimento entre evangélicos, abandonou a pregação da Graça. É preciso ressaltar, de passagem, que o conceito da Graça pode até constar em compêndios teológicos, mas não significa quase nada no dia-a-dia dos sujeitos religiosos.
Os neopentecostais retrocederam ao catolicismo medieval. É pre-moderna a religiosidade que estimula valer-se de amuletos “como ponto de contato para a fé”; fazerem-se votos financeiros para “abrir as portas do céu”;  “pagar o preço” para alcançar as promessas de Deus. Desse modo, a magia espiritual da Idade Média se disfarçou de piedade. A prática da maioria dos crentes hoje se concentra em aprender a controlar o mundo sobrenatural. Qual o objetivo? Alcançar prosperidade ou resolver problemas existenciais.
Termino ressaltando as palavras do grande Apostolo Paulo, escritas em Gálatas 1. 6-8 “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”.

Sola gratia

Pr Pedro Pereira



           






sábado, 1 de outubro de 2011

JULGAMENTOS PRECIPITADOS – Parábola


Havia numa aldeia um velho muito pobre, mas até reis o invejavam, pois ele tinha um lindo cavalo branco…
Reis ofereciam quantias fabulosas pelo cavalo, mas o homem dizia: – Este cavalo não é um cavalo para mim,  é uma pessoa.  E como se pode vender uma pessoa, um amigo?
O homem era pobre, mas jamais vendeu o cavalo.
Numa manhã, descobriu que o cavalo não estava na cocheira.
A aldeia inteira se reuniu, e disseram: – Seu velho estúpido! Sabíamos que um dia o cavalo seria roubado.
Teria sido melhor vendê-lo. Que desgraça!
O velho disse: – Não cheguem a tanto.
- Simplesmente digam que o cavalo não está na cocheira. Este é o fato, o resto é julgamento. Trata-se de uma desgraça ou de uma benção, não sei, porque este é apenas um julgamento. Quem pode saber o que vai se seguir?
As pessoas riram do velho. Elas sempre souberam que ele era um pouco louco. Mas, quinze dias depois, de repente, numa noite, o cavalo voltou. Ele não havia sido roubado, ele havia fugido para a floresta. E não apenas isso, ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo.
Novamente, as pessoas se reuniram e disseram: – Velho, você estava certo. Não se trata de uma desgraça, na verdade provou ser urna benção.
O velho disse: – Vocês estão se adiantando mais uma vez. Apenas digam que o cavalo está de volta…
- Quem poderá saber se é uma benção ou não?
Este é apenas um fragmento. Se você lê uma única palavra de uma sentença, como poderá julgar todo o livro? Desta vez, as pessoas não podiam dizer muito, mas interiormente sabiam que ele estava errado.
Doze lindos cavalos tinham vindo…
O velho tinha um único filho, que começou a treinar os cavalos selvagens.
Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um cavalo e fraturou as pernas.
As pessoas se reuniram e, mais uma vez, julgaram. Elas disseram: – Você tinha razão novamente. Foi uma desgraça. Seu único filho perdeu o uso das pernas, e na sua velhice ele era seu único amparo. Agora você está mais pobre do que nunca.
O velho disse: – Vocês estão obcecados por julgamento.
- Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas.
- Ninguém sabe se isso é uma desgraça ou uma benção.
- A vida vem em fragmentos; mais que isso, nunca é dado.
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra, e todos os jovens da aldeia foram forçados a se alistar. Somente o filho do velho foi deixado para trás, pois se recuperava das fraturas.
A cidade inteira estava chorando, lamentando-se porque aquela era uma luta perdida e sabiam que a maior parte dos jovens jamais voltaria.
Elas vieram até o velho e disseram: – Você tinha razão, velho. Aquilo se revelou uma benção. Seu filho pode estar aleijado, mas ainda está com você. Nossos filhos foram-se para sempre.
O velho disse: – Vocês continuam julgando. Ninguém sabe! Digam apenas que seus filhos foram forçados a entrar para o exército e que meu filho não foi. Mas somente Deus sabe se isso é uma benção ou uma desgraça.
- Não julguem, porque dessa maneira jamais se tornarão uno com a totalidade.
Na verdade, a jornada nunca chega ao fim. Um caminho termina e outro começa: uma porta se fecha, outra se abre. Aqueles que não julgam estão satisfeitos simplesmente em viver o momento presente e nele crescer… Somente eles são capazes de caminhar com Deus.
Na próxima vez que você for tirar alguma conclusão apressada sobre um assunto ou sobre uma pessoa, lembre-se desta mensagem!

sábado, 24 de setembro de 2011

Conselhos para sobreviver ao mundo gospel.


Lendo esse artigo, achei interessante e resolvi compartilhá-lo com todos. Acho que precisamos de uma nova reforma. Vejamos:

O mundo gospel se torna cada dia mais patético; distante do protestantismo; em rota de colisão com o cristianismo apostólico; transformado numa gozação perigosa; adoecendo e enlouquecendo milhares que são moídos numa engrenagem que condena a um duplo inferno. 
Não consigo responder a todas as mensagens que entopem minha caixa postal. Milhares pedem socorro. Eu precisaria ter uma equipe de especialistas, todos me ajudando a atender os que me perguntam: “a maldição do pastor vai pegar mesmo?”; “é preciso aceitar as patadas que recebo do púlpito?”; “em nome da evangelização, devo aturar esses sermões ralos?”.
Realmente não dá mais. A grande mídia propaga o que há de pior entre os evangélicos com petição de dinheiro, venda de “Bíblias fantásticas”, milagres no atacado e simplismos hermenêuticas. As bobagens alcançaram níveis intoleráveis.
O que fazer? Tenho algumas idéias.       
Aconselho que os crentes parem de consumir produtos evangélicos por um tempo. Não compre Cd de música ou de pregação - inclusive os meus. Deixe os livros evangélicos encalharem nas prateleiras - idem, para os meus. Depois que baixar a poeira do prejuízo, ficará notória a diferença entre os que fazem missão e os que só negociam.
Não vá a congressos - inclusive o que eu promovo. Passe ao largo dos "louvorzões". Não sintonize o rádio. Boicote todos os programas na televisão.  Não comente, nem critique a pregação de pastores, bispos, evangelistas e apóstolos. Afaste-se! Silencie! Desintoxique a mente, alma e espírito da linguagem, pressupostos e lógicas da "teologia da prosperidade". Volte a ler a Bíblia sem nenhum comentário de rodapé. Alimente seu interior em pequenos grupos. Reúna-se com gente de bom senso.
Estanque seus dízimos e ofertas imediatamente. Repense com absoluta isenção onde vai dar dinheiro. Mas prepare-se; no instante em que diminuírem as entradas, os lobos vestidos de pastor subirão o tom das intimidações. Não tenha medo.
Faça essa simples auditoria antes de investir o seu suor em qualquer igreja ou ministério:
 - Quanto tempo é gasto no culto para pedir dinheiro?
 - À hora do ofertório vem acompanhada de uma linguagem com “maldição, gafanhoto ou licença legal para ataques do diabo”?
- Prometem-se “prosperidade, colheita abundante, bênção, riqueza”, para os que forem fiéis?
- Existe alguma suspeita na administração dos recursos arrecadados? – Lembre-se que há dois níveis de integridade: o ético e o contábil. Não basta manter os livros em ordem; o dinheiro também só pode ser gasto no que foi arrecadado.
Se a resposta para alguma dessas perguntas for sim, ninguém deve se sentir culpado quando não der oferta.
Só haverá arrependimento no dia em que os auditórios se esvaziarem junto com uma crise financeira - o monumental ufanismo evangélico precisa deflacionar.
Concordo, ninguém agüenta o jeito como as coisas estão.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Lendo este artigo resolvi compartilhar com todos, pois concordo com seu conteúdo e acho que servirá de edificação:


São tantas e tantas unções...

O que é a unção? Nos tempos da Antiga Aliança, reis, profetas, sacerdotes e coisas (colunas, objetos, etc.) eram ungidos (Gn 31.13; Êx 30.26-30; 40.15; 1 Sm 10.1; 1 Rs 19.16; Sl 133). A unção simbolizava consagração de pessoas ou coisas ao Senhor. Mas, no Novo Testamento, Jesus afirmou, após ter lido um trecho de Isaías (61.1-2), que a profecia quanto à unção do Espírito sobre a sua vida tinha se cumprido (Lc 4.18-21). Deus o ungira, no plano espiritual, e isso em si já era o bastante para o cumprimento de sua missão na Terra (At 10.38).

O derramamento de azeite representava, antigamente, unção divina propriamente dita sobre a vida de quem ascenderia a uma posição de destaque (Nm 3.3; 1 Sm 16.13). No entanto, hoje, não é mais necessário ungir pessoas com azeite para consagração ou confirmação de seus ministérios. Basta a unção do Espírito Santo (2 Co 1.21; 1 Jo 2.20,27).

Também não é preciso ungir objetos, a fim de consagrá-los a Deus, pois o Novo Testamento menciona a unção literal somente para os enfermos (Mc 6.13), a qual deve ser aplicada pelo presbitério (Tg 5.14). O azeite, além de símbolo do Espírito Santo (Zc 4.3-6), é o ponto de contato que pode estimular a fé do doente. Mas o recebimento da cura não está relacionado com a unção, e sim com a oração da fé, em nome do Senhor: “E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará” (Tg 5.15).

O que é a unção do Santo? Este termo é bíblico (1 Jo 2.20,27) e representa a única e definitiva unção que o crente deve possuir, a unção do Espírito Santo. O cristão verdadeiro possui essa unção, não precisando de novas unções ou unções novas.

O que é unção com óleo para os enfermos? O Senhor Jesus disse: “porão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.18). E a imposição de mãos pode incluir a unção com óleo. Esta, no entanto, não é a condição primacial para a cura, que ocorre por meio da fé (Lc 8.48; 17.19). Os apóstolos não precisavam de azeite para levantar os enfermos.

Hoje, a unção para os doentes é apenas simbólica. Não deve ser aplicada ou esfregada no local da enfermidade, como fazem certos milagreiros, para depois pretensamente extrair objetos das pessoas, como pedaços de ossos, pedras, filetes com sangue ou algo parecido. Isso, na maioria dos casos, se trata de fraude; em outros, é ação do mal mesmo. Nos tempos bíblicos, o azeite era empregado diretamente nas feridas, mas apenas como remédio (Is 1.6; Lc 10.34).

Existe unção da loucura de Deus? Essa falsa unção foi inventada com base em 1 Coríntios 1.25: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens”. Os espalhafatosos propagadores dessa nova unção vêem nessa passagem a justificativa para todas as aberrações que dizem e fazem. Alguns têm ministrado a “bênção do depósito celestial”. Prometem que as pessoas que tiverem fé encontrarão uma grande quantia em sua conta bancária. No entanto, como o suposto agraciado declarará isso no Imposto de Renda, haja vista não poder dizer simplesmente: “Foi Deus quem me deu”?

A expressão “loucura de Deus” foi empregada por Paulo apenas para enfatizar o quanto os seres humanos, por mais capazes que sejam, estão aquém do Todo-Poderoso. A despeito de ele ter mencionado a “fraqueza de Deus”, nenhum milagreiro inventou, ainda, a unção da fraqueza de Deus, com base no mesmo versículo.

O que é a unção do leão? Esta tornou-se muito conhecida depois que a vocalista de certo grupo engatinhou “profeticamente” em um palco, levando milhares de fãs ao delírio. A própria cantora admitiu que andou sob a unção do Leão da Tribo de Judá, mas depois se desculpou pelo ocorrido.

Reteté é o mesmo que unção? Uns dizem “reteté”, e outros, “repleplé”. Ninguém sabe ao certo o que significam essas expressões onomatopaicas — que devem ter se originado de uma brincadeira de péssimo gosto com as línguas estranhas —, usadas para identificar pretensos cultos pentecostais. O termo “reteté” não consta de dicionários oficiais. Mas há quem diga que teve origem no italiano; relacionado com a culinária, significaria: “mistura”, “movimento”, “reboliço”, “festa”, “aquilo que foge da normalidade”, etc. O certo é que essa expressão esdrúxula faz o maior sucesso no meio pseudopentecostal.

Nas reuniões em que ocorre a unção do reteté, os “hinos” são apresentados em ritmos como axé, com batuques que lembram reuniões de candomblé, e muito forró. Pessoas rodopiam, correm de um lado para o outro, caem, riem, berram, etc. Não se trata apenas de meninice. Em muitos casos, existe influência maligna (cf. 1 Tm 4.1), aceita e incentivada por obreiros neófitos que não estudam as Escrituras, deixando de observar o que está escrito em 1 Coríntios 14.

O que é a unção do riso? Falsa unção que ocorre quando um “ungido” olha para o povo e começa a dar gargalhadas, supostamente pelo poder de Deus. Pessoas uivam, como se fossem lobos. Outras caem e lançam-se umas sobre as outras, dando gargalhadas similares àquelas que só podem ser ouvidas em filmes de terror.

É bíblica a unção dos quatro seres? Não. Trata-se de uma falsa unção tem sido propagada por “adoradores” que, baseando-se em Apocalipse 4, se dizem impulsionados por essa nova unção para rugir como leões, baterem os braços como águias e imitarem bezerros, nos cultos. Os que são influenciados pelo ser que tem rosto “como de homem” limitam-se a gemer e a chorar.

Esse tipo de manifestação exótica e aberrante também está associada à chamada bênção de Toronto, que já influenciou crentes da América do Norte, da Europa e também do Brasil. Várias pessoas reuniam-se em um local próximo ao aeroporto de Toronto, no Canadá, e muitas delas latiam como cães e caíam supostamente pelo Espírito e eram tomadas por risos prolongados e incontroláveis. Algumas imitavam animais, como leão, cachorro e até lagartixa.

E a unção financeira tem o abono das Escrituras? Este termo é muito usado pelos propagadores da falaciosa teologia da prosperidade. No Brasil, essa falsa unção ganhou notoriedade depois que um telepregador estadunidense “profetizou”, em 2009, que Deus derramaria a tal unção sobre todos os que contribuíssem com R$ 900,00 para um programa de TV.

O que é unção nova ou nova unção? Ambos os termos se referem, genericamente, a todo e qualquer tipo de novidade apresentada como sendo decorrente de uma unção, como, por exemplo: unção apostólica, financeira, extravagante, de ousadia, de conquista, de multiplicação, do riso, etc.

O que é uma unção profética? Este tipo de unção é mística, pois transforma o óleo em um elemento “mágico” para obtenção de dádivas. Segundo a Bíblia, somente o ministério está autorizado a ungir os enfermos. Tiago, ao mencionar presbíteros, referiu-se aos ministros chamados por Deus, vedando essa prática a diáconos, cooperadores e membros (Tg 5.14; cf. Mc 6.13).

Certos “ungidos” têm usado o óleo para ungir “profeticamente” casas, carros, etc., para “abençoar” pessoas e ser “abençoados” por elas. Há algum tempo, seguidores de um grupo “evangélico” resolveram, numa “atitude profética”, escalar e ungir o pico Dedo de Deus, na região serrana do Rio de Janeiro. Outros enterram garrafas ou latas de azeite em montes, a fim de tornar o produto da oliveira “poderoso”. Depois, o empregam em suas campanhas para ungir casas, carros, carteiras de trabalho, etc.

Existe mesmo a transferência de unção? Na verdade, a transferência é um modismo pseudopentecostal, pelo qual certos “ungidos” pretensamente transmitem unção uns aos outros. Os “ungidos” se abraçam fortemente, podendo ficar grudados por um longo tempo. A transferência também ocorre quando os “ungidos” encostam as suas testas umas nas outras ou rolam pelo chão abraçados, movimentando-se violentamente.

Os defensores desse modismo afirmam, erroneamente, que Moisés transferiu a sua unção para setenta anciãos. O que aconteceu ali foi muito diferente. Deus usou o seu servo como um canal e deu o seu poder a setenta homens (Nm 11.16,17). Não houve transferência de uma pessoa para outra de maneira induzida, como ocorre hoje, pretensamente. Foi o Senhor quem, soberanamente, agiu naquela ocasião específica.

Ufa! Haja unção!

Pr Ciro Sanches Zibordi

sábado, 3 de setembro de 2011

Reforma: uma necessidade constante.

A Reforma não foi um desvio do cristianismo primitivo, mas uma volta a ele. A igreja havia se desviado das veredas da verdade e a Reforma foi um movimento para colocar a igreja de volta nesses trilhos. Um dos lemas da Reforma era: “Igreja Reformada, sempre reformando”. O que isso significa? Não significa certamente que a igreja precisa ir se amoldando à cultura prevalecente de cada época e sim que a igreja precisa voltar-se continuamente às Escrituras para não se conformar com a cultura prevalecente de cada época. Não é a cultura que julga as Escrituras, mas as Escrituras que julgam a cultura. O primeiro pilar da Reforma foi “Só as Escrituras”.
Muitas igrejas herdeiras da Reforma, seduzidas pelo encanto das filosofias engendradas pelo enganoso coração humano, afastaram-se daquelas verdades essenciais da fé cristã e capitularam-se às novidades heterodoxas. Queremos, aqui, apontar alguns desses desvios:
1. A doutrina sem vida.
A Reforma trouxe não apenas uma volta à Palavra, mas, também, uma volta à piedade. Uma das exigências dos puritanos era: doutrina pura e vida pura. Não podemos separar a doutrina da vida, a teologia da prática, a ortodoxia da piedade. A vida piedosa é conseqüência da sã doutrina. Uma igreja trôpega na Palavra jamais estará na vanguarda da luta pelo restabelecimento dos valores morais absolutos.
2. A vida sem doutrina.
Se a doutrina sem vida deságua em racionalismo estéril, a vida sem doutrina desemboca em misticismo histérico. Esse foi o equívoco do Pietismo alemão do século dezoito, que cansado da doutrina sem vida, foi para o outro extremo e pleiteiam vida sem doutrina e acabou caindo num experiencialismo heterodoxo. Há muitos indivíduos que, em nome da fé evangélica, deixam de lado as Escrituras e buscam uma espiritualidade edificada sobre o frágil fundamento das emoções. Buscam experiência e não a verdade. Buscam uma luz interior e não a luz que emana da verdade de Deus. Correm atrás de gurus espirituais, guias cegos, que arrastam consigo, para o abismo do engano, seus incautos seguidores.
3. O liberalismo teológico.
O liberalismo teológico nasceu do ventre do racionalismo iluminista. O homem, cheio de empáfia, decidiu que só poderia aceitar como verdade o que a razão humana pudesse explicar. O resultado imediato foi a negação das grandes doutrinas do cristianismo como a criação, a redenção e a ressurreição. A Bíblia foi retalhada, mutilada e torcida. Os seminários que outrora formaram teólogos de renome e missionários comprometidos com a evangelização dos povos foram tomados de assalto por esses liberais e muitos pastores formados nesses seminários despejaram esse veneno mortífero dos púlpitos nas igrejas e o rebanho de Deus, desorientado e faminto do pão da Vida, foi disperso. Há milhares de igrejas mortas pelo mundo afora, vitimadas pelo liberalismo teológico. Precisamos entender que a verdade de Deus é inegociável. A igreja que abandona a sã doutrina morre.
4. O sincretismo religioso.
O Brasil é um canteiro fértil onde floresce o sincretismo religioso. Mais e mais igrejas aderem a essa prática para atrair pessoas. Templos lotados e multidões sem conta se acotovelam em grandes concentrações públicas para buscar um milagre, uma cura ou uma experiência que lhes mitigue a angústia, que só o evangelho de Cristo pode oferecer. Precisamos de uma nova Reforma que traga de volta a igreja para a Palavra. Precisamos de seminários que não se dobrem à sedução dos liberais nem se entreguem ao pragmatismo ávido por resultados.
Precisamos de pastores que amem a Cristo e sejam fiéis às Santas Escrituras para alimentar o rebanho de Deus com o trigo da verdade em vez de empanturrá-lo com a palha do sincretismo religioso
Precisamos de uma igreja bíblica, viva, santa, cheia do Espírito, alegre, vibrante e operosa. 
Uma igreja herdeira da Reforma e continuadora da Reforma!


Pr Pedro Pereira

sábado, 27 de agosto de 2011

Os falsos profetas da Teologia da Prosperidade



Os falsos profetas com as falsas profecias continuam agindo nos dias atuais. Eles estão por toda parte, proclamam absurdos e as mais diversas heresias. Nos últimos dias, um claro exemplo da gravidade deste problema acontece em plena TV aberta aqui no Brasil. Estou falando das profecias e ensinos acerca da Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira.

Campanhas ridículas e argumentos heréticos estão conduzindo muita gente boa e simples ao engano. Em nome da salvação de almas se levanta recursos para a manutenção de programas que não pregam mais o Evangelho de Jesus, que se tornaram meros disseminadores da chamada "Teologia da Auto-ajuda."

A relação da Teologia da Prosperidade com os televangelistas remonta à década de 50, quando o evangelista Oral Roberts criou a noção de “Vida Abundante” e deu início à pregação da doutrina e evangelho da prosperidade, prometendo retorno financeiro sete vezes maior que o valor ofertado. Oral Roberts passou a dar maior ênfase a tal mensagem a partir de 1954, quando ao ingressar na TV, suas despesas aumentaram de maneira considerável. Nos anos 70, nos narra Ricardo Mariano, que Kennet e Gloria Copeland radicalizaram, dando maior projeção ao evangelho da prosperidade, quando prometeram retorno centuplicado dos dízimos e ofertas.

Em relação aos falsos profetas, observe o que nos diz a Bíblia Sagrada:

"Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra de se não cumpri, nem suceder, como profetizou, esta é a palavra que o SENHOR não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenha temor dele." (Dt 18.22)

"Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Andareis após o SENHOR, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis". (Dt 13.1-4)

Perceba que um falso profeta não é apenas alguém que fala (ou prediz) algo em nome de Deus, e que este algo não acontece. O segundo texto deixa claro que um profeta ou sonhador pode anunciar um sinal ou prodígio, e que isto pode vir a acontecer, mas que tal fato não autentica a integridade e a autoridade do profeta, nem a legitimidade da profecia.

Para discernir o falso do verdadeiro a pergunta chave é: Juntamente com a profecia, há um cuidado do profeta em se manter fiel ao Deus da Palavra e à Palavra de Deus?

Ir após outros deuses é o mesmo que ir após aquilo que o SENHOR não prescreveu, que não se sustenta à luz das Santas Escrituras, ou ir após aqueles que propagam esses falsos ensinos.

A prosperidade dos filhos de Deus é uma verdade bíblica? É claro que sim (confira em Js 1.8; Sl 1.1-3; 2 Co 9.10-11). Já a Teologia da Prosperidade, com sua ênfase demasiada nas riquezas, suas exegese deturpada, seus métodos grosseiros e seus falsos profetas, não passa de uma corrupção doutrinária clara e absurda, que deve ser veementemente combatida e repudiada no meio cristão.

Altair Germano - Pastor auxiliar da Assembleia de Deus em Abreu e Lima-PE, Teólogo, Pedagogo, Vice-Presidente do Conselho de Educação e Cultura da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, 2º Vice-Presidente do Diretório Estadual em Pernambuco da Sociedade Bíblica do Brasil, conferencista e escritor.