quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Pastor é um dom


"E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores" Ef 4.11


O texto bíblico aponta que pastor é um dom, assim como apóstolo, evangelista, doutor e profeta. Veja, é um dom e não um cargo ou função ministerial.
Quando a bíblia fala de cargo ou função aponta o presbítero/ancião ou bispo (At 20.28; 1 Tm 3.2; 5.17; Tt 1.7-11; 1 Pd 5.1).

Logo, biblicamente falando, quem tem o dom de pastor esta apto a exercer a função de presbítero. O presbítero é aquele que cuida do rebanho, ensina, aconselha e prega a palavra exortando a igreja.

O bispo seria o supervisor. Um presbítero mais velho, mais experiente que supervisiona outros presbíteros.

Com isso se deduz que Apóstolo, Evangelista, Profeta e Doutor também não é cargo eclesiástico, mas um dom que Deus distribui a quem quer para edificar sua igreja ( Ef 4.12)

Portanto, quem tem o dom de pastor, não necessariamente tem o de evangelista, de apóstolo, de profeta ou mesmo de doutor.

Sendo assim, entende-se também que não há diferença hierárquica entre o "pastor" e o presbítero, um é consequência do outro. Quem exerce o presbitério deveria ter o dom de pastor. Simples assim.

Muitos, por ignorância acham que o que tem o dom de pastor tem que ter todos os outros dons, e isso não é verdade.

A igreja precisa estar atenta para usar os homens de Deus segundo o seu dom, dado por Deus, pois somente assim o corpo de Cristo será devidamente edificado.

Cada igreja tem uma administração eclesiástica e ministerial própria, mas, essa, esplanada acima, deveria ser o modelo padrão, pois é o que a bíblia ensina e nos deixa como exemplo.

Pr Pedro Pereira

domingo, 19 de novembro de 2023

Os novos judaizantes e o culto

Os judaizantes, assim chamados os que querem introduzir no evangelho de Cristo as velhas praticas e costumes judaicos, tentam sempre resgatar de alguma maneira os objetos de culto prescritos na Lei e introduzi-los no culto cristão. A arca da aliança, a pia de bronze, o incenso de ouro e o candelabro, por exemplo, são todos objetos do culto judaico que tais homens tentam reviver e trazer para a Igreja. 

Apesar da aparência de piedade, estas coisas são vazias de poder (2 Tm 2.5). Paulo trata estes homens com muita firmeza, ordenando a Tito novamente que os repreendesse “severamente, para que sejam sãos na fé, não dando ouvidos a fábulas judaicas, nem a mandamentos de homens que se desviam da verdade” (Tt 1.14).

O autor aos Hebreus, aliás, é cirúrgico na sua explicação deste ofício para a Igreja. Ao longo de sua carta, ele faz uma correta conexão entre aquilo que é sombra e o seu cumprimento, entre o tipo e o seu antítipo (Hb 8.5; 10.1). Sua análise começa pela comparação do ofício sacerdotal da linhagem de Levi e o sacerdócio da ordem de Melquisedeque, que não tem princípio de dias, nem fim de vida, semelhante ao Filho de Deus (Hb 7.3). A conclusão óbvia que o autor da carta aos Hebreus chega é que o sacerdócio segundo Melquisedeque é infinitamente superior ao sacerdócio levítico (Hb 7.15,16,22). E Jesus, complementa o autor, é “sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.17).

Paulo, combatendo essa heresia, orienta os cristãos da Galácia sobre isso, pois vinham sofrendo essa influencia dos judaizantes, e o pior é que muitos haviam cedido a essas praticas, querendo introduzi-las no meio cristão, veja: "Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado!" Gálatas 1:6-9.

Estranhamente, nesses últimos dias, temos observado algumas igrejas se iludindo com os neo judaizantes e achando tudo "bonitinho" e com isso introduzindo sorrateiramente em nossos cultos objetos e utensílios do culto judaico. 

O culto cristão é simples, como Cristo e seus apóstolos nos ensinaram, não sendo mais necessário os objetos e utensílios da velha aliança, que eram sombra da figura de Cristo. Agora Cristo é o Centro do Culto. Os elementos necessários e neo testamentários para um culto cristão são: a oração (Ef 5.19,20; 1 Tm 2.1,8; At 2.42), a adoração e o louvor (Cl 3.16; Hb 13.15), a leitura da Palavra de Deus e por fim a pregação da Palavra de Deus (Cl 3.16; 2 Tm 4.2), além disso temos a ceia e o batismo, como ordenança dentro do culto (I Co 11.23-32; Mt 28.19; Mc 16.15,16).

É bom ressaltar que, dentro do culto cristão, existe ainda a necessidade da prática do serviço mútuo, como visto no culto da igreja primitiva (At 2.42,45; Cl 3.16,17), pois isso nos caracteriza como cristãos.

Voltemos ao evangelho simples e genuíno. No culto cristão o centro de tudo é Cristo, que morreu por nós e nos salvou de tão grande perdição. Amém!

Pr Pedro Pereira

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Não tomarás em vão o nome do Senhor

 

“Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o seu nome em vão” Ex 20.7



O texto acima diz respeito ao 3º mandamento, dos 10 mandamentos que Deus deu a Moises, no monte Sinai; e faz parte dos princípios eternos de Deus, ou seja, vale pra todos em todo o tempo.

Por isso, a maioria das pessoas me perguntam se estão pecando ao dizer frases como, “ai meu Deus”, “Deus me livre”, “Só por Deus”, “Deus te ajude”, etc.

Então vejamos, o texto em si não traz muita luz, mas partindo do pressuposto que a bíblia explica a própria bíblia, se faz necessário recorrer a textos semelhantes ou paralelos para nos trazer melhor entendimento sobre o que realmente Deus quis dizer com essas palavras.

Antes, porém, vamos pontuar alguns significados:

O verbo tomar, usado no texto significa tirar (algo) de (alguém) e apossar-se desse algo; subtrair, arrebatar, usurpar. No Hebraico o termo usado é “nãsã” que significa carregar, erguer, levantar, levar embora.

Já o termo, vão, também usado no texto significa inútil, vazio, oco, infrutífero. No hebraico o termo é “Shâv” significa tornar inútil, vaco, falso, vazio.

Deus é Santo e seu nome é santo, e a vontade de Deus é que nós santifiquemos seu nome, como Jesus ensinou na oração do Pai nosso “santificado seja seu Nome”

Portanto, tomar o nome de Deus em vão é quando usamos ou tomamos o Nome de Deus de forma profana, indecente, sem temor, de forma jocosa, com o intuito de diminuir a gloria desse nome Santo, logo o Nome de Deus é usado de forma vazia e inútil. Isso é pecado e desagrada a Deus. Isso é profanar a santidade e a gloria do todo poderoso Deus

Infringimos também esse mandamento quando usamos o Nome de Deus em Juramento falso, para dar credibilidade na mentira estamos pecando. Deus é Santo e Verdadeiro, veja o texto:

“Nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanarás o nome do teu Deus. Eu sou o Senhor.” Levítico 19:12

Outra maneira de infringir esse mandamento é quando amaldiçoamos alguém em nome de Deus, aquele a quem Deus não amaldiçoou, pecamos. Isso é usar ou tomar o Nome de Deus em vão, pois a autoridade é Dele e nesse caso a pessoa está usurpando a autoridade do nome de Deus de forma inútil.

Veja o texto:

“Aquele que blasfemar o nome do Senhor será morto; toda a congregação o apedrejará; tanto o estrangeiro, como o natural, blasfemando o nome do Senhor, será morto” Lv 24.16.

A palavra blasfemar no texto em hebraico é “nâqab” que significa amaldiçoar. Expressões como “Deus te mate, Deus te destrua, você é um maldito em nome de Deus”, etc., sendo que Deus não te deu essa autoridade isso é uma blasfêmia contra Deus, usurpação da gloria e autoridade de Deus.

Outra forma de cair nesse pecado é quando falsos profetas falam em nome de Deus sem ter sido autorizados por Deus, para enganar, ludibriar os incautos e mais simples. Tomam, carregam o nome de Deus de forma profana, mentirosa com intensão maligna. Fazendo Isso tomam o nome de Deus em vão, de forma inútil e vazia.

Em resumo, toda vez que tomamos, roubamos ou carregamos o Nome de Deus, de forma profana, usurpando sua autoridade, poder e gloria, logo descumprimos o 3º mandamento de Deus.

No tocante as expressões “Ai meu Deus, Só por Deus, Meu Deus, etc.” como forma de espanto, medo, etc., mas com conotação de um pedido de socorro ao único (Deus) que pode socorrer, isso não caracteriza o uso do Nome de Deus em Vão. Afinal, somente Ele pode nos socorrer e ajudar. Veja:

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.” Salmos 46:1

“Torre forte é o nome do Senhor; a ela correrá o justo, e estará em alto refúgio.” Provérbios 18:10

“Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus.” Salmos 20:7

Pr Pedro Pereira

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

A recompensa dessa vida


 "Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com coração contente o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras. Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol" Eclesiastes 9:7,9


O sábio Salomão já na sua maturidade aconselha o homem a viver sua vida passageira. 

Seja mais feliz, desfrute mais do seu trabalho, coma bem, beba seu vinho e se alegre com a mulher que Deus te deu.

Se preocupe menos, sorria mais, leve as coisas mais leve, agradeça mais pelo que já tem, desfrute do que já  tem, enquanto pode.

Somente com a maturidade percebemos que tudo é passageiro e nada é seu de verdade, logo isso ficará aqui quando partimos.

Abrace mais, diga palavras abençoadoras. Diga para as pessoas que vc gosta o quanto elas são importantes. Seja mais generoso. E principalmente, seja feliz com a mulher que vc ama, de mais atencao a ela do que aos outros. Essa é a nossa porção e recompensa aqui na terra

Que Deus nos ajude. Obrigado Senhor.

Pr Pedro Pereira

domingo, 5 de dezembro de 2021

O CRISTÃO PODE COMEMORAR O NATAL? O NATAL É DE ORIGEM PAGÃ?



É impressionante o esforço de alguns "entendidos" em paganizar o Natal, alegando que o Natal é de origem pagã.

Voces sabiam que quase nada nesse mundo tem origem cristã?


vocês sabiam que o bolo de aniversário é de origem pagã?

Vocês sabiam também que é de origem pagã: o vestido de noiva; o terno e a gravata; as construções históricas que visitamos; as ruas da cidade por onde andamos; a comemoração de aniversários; a aliança de casamento colocada na mão esquerda; etc.

Quando você comemora seu aniversário significa que você é pagão? A aliança que você usa na mão esquerda significa que você é pagão? É lógico que não.

Origem de algumas datas comemorativas: 

• Bolo de Aniversário – Surgiu na Grécia antiga, por ocasião das festas pagãs aos deuses, principalmente a deusa Ártemis. Eles começaram a preparar uma torta doce, a base de pão e mel, de forma circular, para representar a Lua, em comemoração a referida deusa da fertilidade. Dai surgiu os bolos de aniversário.

• Comemoração de aniversário – começou na Grécia antiga, era uma festa pagã onde se comemorava a vida agradecendo aos deuses gregos

• Vestido de Noiva – Surgiu por causa dos vestidos brancos das rainhas, primeiro na Escócia, depois na Inglaterra.

• O Terno – foi criado na França, do sec XVIII, espelhado no rei Luis XIV.

• A Gravata – eram usadas pelos soldados mercenários croatas a serviço do exercito da França, durante a guerra dos trinta anos. Depois começou a ser usado em ocasiões formais.

• Aliança de Casamento – Foi inventada no Egito, cerca de 4800 anos atrás. Era feita de juncos e raízes entrelaçados de forma circular, usavam como anel para simbolizar uma união. Somente a partir do sec IX, d.C. foi incorporada no mundo cristão e adaptada a uma aliança de casamento, para simbolizar uma união e fidelidade entre os casais cristãos.

• Aliança usada no dedo esquerdo – Também começou na cultura grega. Os romanos e gregos acreditavam que a “vênia amoris”, veia do amor, passava no dedo da aliança (mão esquerda) e com isso fortalecia a união entre os casais.

Ligar o Natal ao paganismo é ignorar as profecias do nascimento de Cristo; é ignorar a importância da encarnação de Cristo.

Reprovar e até proibir a celebração do Natal de Cristo por causa de Papai Noel, duendes, gnomos, determinadas decorações natalinas e outras coisas mundanas é característica de um pseudocristianismo desequilibrado (cf. Ec 7.16,17).

É o mesmo que dizer ao Judeu que o sacrifício de animais praticado no Antigo Testamento era pagão, porque os povos pagãos também sacrificavam animais.

A maioria dos argumentos que relacionam o Natal ao paganismo são de origem de pseudocristão, como os "TESTEMUNHAS DE JEOVÁ" que satanizam tudo, até a igreja para eles é do diabo.

Lamentavelmente, vemos esses argumentos defendidos e até escritos em literaturas teológicas evangélicas.

Lembrando que somente começou essa "febre" de satanizar o Natal, de 1990 para cá, com o crescimento do Neopentecostalismo e de heresias pseudocristãs.

Pois antes disso todos os Cristãos Evangélicos comemoravam o Natal de Cristo sem questionar.

Não é interessante que os pais da igreja, os reformadores da Igreja; e os grandes teólogos do passado, não terem deixaram nenhum registro condenando a comemoração do Natal?

O Natal Cristão não é de origem pagã, pois independente da data, se Jesus nasceu em dezembro ou não, o natal cristão celebra a encarnação de Jesus.

Devemos lembrar que o homem ignorou o nascimento do menino Jesus, mas os anjos desceram do céu e comemoraram o primeiro Natal Cristão, com louvores (Lc 2. 10-18).

Não se deixem influenciar pelo espírito do Anticristo (1 Jo 4.3).

Observem que o Diabo deseja, a todo custo, fazer com que o nome de Jesus desapareça da face da terra. E uma de suas estratégias é apresentar “outro evangelho”, fanatizante, farisaico, legalista, que procura desviar os salvos da verdade, carregando-os de ordenanças, como: “não toques, não proves, não manuseies” (Cl 2.20-22).

O cristianismo esta firmado num tripé: Nascimento, morte e ressurreição de Cristo.

Razões para o cristão comemorar o natal

  • O glorioso Natal (nascimento) do Senhor Jesus foi mencionado pelos profetas do Antigo Testamento, como Isaías (7.14; 9.6), Miqueias (5.2) e outros.
  • O Natal de Cristo trouxe alegria ao mundo e foi comemorado por anjos (Lc 2.9-15).
  • A celebração do nascimento de Jesus é incentivada pelo Novo Testamento. Ela não foi inventada por povos pagãos que viveram antes de Cristo nem instituída pela Igreja Católica Romana (Lucas 2.13,14,20; Mt 2.1-16).
  • O Natal de Cristo é a celebração da encarnação do Verbo de Deus, que habitou entre os homens para revelar a sua glória, "como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (Jo 1.14). Se jesus não tivesse nascido todos estaríamos perdidos. Portanto, isso é motivo de celebrarmos.
  • Não há necessidade de mandamento específico para celebrarmos o Natal de Cristo, pois a nossa maior motivação para fazer isso é o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Jo 3.16; Rm 5.5).
  • Sabemos que o espírito do Anticristo e o mistério da injustiça já operam no mundo (2 Ts 2.7). E, por isso, o movimento cristofóbico e anticristão cresce, não só nos países de maioria muçulmana, como também no ocidente, que tem por interesse maligno apagar o nome de Cristo da face da terra, e uma dessas estratégias é proibir o natal Cristão.
- Sendo assim, o cristão que se preza não tem receio ou vergonha de celebrar o nascimento do Salvador em público, mediante cantatas, peças e mensagens pelas quais confessa que "Jesus Cristo veio em carne", ao contrário do espírito do Anticristo, que quer negar isso a todo custo (1 Jo 4.1-3).
  • A obra redentora de Cristo abarca a sua gloriosa encarnação, a sua morte vicária e a sua ressurreição para nossa justificação.
- Todos os seus feitos devem ser celebrados pela Igreja, a começar pela sua encarnação (natal) - (1 Tm 3.16).

Portanto, todo o cristão verdadeiro deve comemorar o natal de Cristo, o verdadeiro natal.

O verdadeiro Natal de Cristo

O Que é mesmo o Natal? Será que o Natal se resume em Festas, presentes, compras, viagens e encontros familiares? Não, Natal para nós cristãos é muito mais que tudo isso.

Natal para nós, cristãos, tem um sentido espiritual e abrangente, pois aponta para o nascimento do Deus menino, Jesus, o EMANUEL, o nosso redentor que veio ao mundo para nos redimir e salvar do pecado que nos leva a morte. A Bíblia diz que ele veio para nos dar vida e vida com abundância (Jo 10 10).

Não confunda Natal secular com Natal cristão.

Natal secular fala de gnomos, papai Noel, duendes, consumismo exagerado, comilança, etc.

Natal Cristão fala de celebração pelo nascimento de Cristo, fala da encarnação do Deus vivo, Fala de esperança, salvação, redenção e amor.

Mas, a data de 25 de dezembro é falsa?

Há os que alegam que no dia 25 de dezembro se comemorava uma festa pagã. E que Jesus não nasceu nessa data. Pois é, não sabemos exatamente a data do nascimento de Jesus. 

Mas, veja, no século IV DC, a igreja substituiu uma festa pagã, comemorada ao deus sol, pelo Natal de Cristo, e isso foi muito bom.

Os pagãos adoravam um deus falso, então a igreja mostrou a eles que deveriam comemorar o nascimento do Deus verdadeiro, o verdadeiro Sol da Justiça (Ml 4.2; Is 9.2; Lc 1.76-79) mostrando-lhes a Cristo... Será que isso é ruim? Quem estava em trevas veio para a luz, Cristo trouxe a Luz, foi isso.

Com isso a intenção da igreja na época era que deixassem de adorar um deus falso e começassem a adorar um Deus verdadeiro, que é Cristo Jesus. Parabéns, a igreja cristã da época!

O mais importante aqui não é o dia, mas o ato de celebrar o Nascimento do Deus encarnado.

Não há data mais propícia para anunciarmos a Cristo o salvador que se encarnou para redimir o homem perdido. É o natal de Cristo.

Nosso Natal cristão não se limita em presentes e consumismo, mais em aproveitar o sentimento cristão no mundo e anunciar o verdadeiro sentido do Natal Cristão, que é Cristo o Salvador do Mundo.

Onde está escrito na bíblia para comemorar o Natal?

Há aqueles que alegam que na bíblia não está escrito para comemorar o Natal. Meu Deus!!! E onde está escrito a sua proibição?

Muitas coisas também não estão escritas diretamente em forma de ordenanças ou proibições, vejamos:

Onde está escrito para se comemorar o seu aniversário? Mas você comemora.

Onde está escrito para se comemorar o aniversário da Igreja, do Pastor, do casamento, do circulo de oração, do conjunto musical da sua igreja, etc?

Mas nós comemoramos, não é?

No dia do nascimento do Messias, o Cristo salvador os homens deram pouca importância, a semelhança de muitos hoje, então Deus mandou os anjos do céu virem na terra comemorar o nascimento do seu filho (Lucas 2:8-14)

Portanto, comemore o Natal com alegria!!!

Natal de Cristo tem a ver com o grande plano da salvação, o envio do messias esperado, do filho de Deus encarnado que veio para salvar o mundo.

A data é propícia para falar de Cristo, pregar sobre Cristo, cantar sobre Cristo, apresentar a esse mundo sem Cristo, o Cristo que Salva o pecador perdido - "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16.

Nesse período as famílias se reúnem, o amor e a paz, bem como a generosidade estão em evidência.

Aproveitemos a oportunidade para falarmos sobre a importância da família nos planos de Deus, o exercício da paz e do amor durante o ano inteiro, o como é melhor dar do que receber, numa geração onde as pessoas só pensam em si mesmas.

Comemore, festeje o Natal e principalmente fale de Cristo. Amém!

Pr Pedro Pereira 





quarta-feira, 18 de agosto de 2021

 


O que significa a expressão amar a teu próximo?

"Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor". (Levítico 19:18)

Quem é o meu próximo? Ame seus inimigos, Como pode Jesus exigir tal coisa?

Vamos por partes:

Primeiro, Jesus reinterpreta esse mandamento, pois ele não estava muito claro no pensamento Judeu. Para os Fariseus e interpretes da Lei, amar o próximo era amar os seus próprios irmãos Judeus. Portanto, no entendimento deles não era necessário amar os gentios, samaritanos, pecadores, etc.

Então Jesus os ensina através de uma parábola, a parábola do bom samaritano, veja a pergunta de Jesus no final da parábola: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira” (Lucas 10:36,37).

Concluímos, então perfeitamente que o próximo é qualquer pessoa que precisa de nossa ajuda, ou mesmo qualquer pessoa que nos ajuda ou ajudou. Independente de credo, raça e etnia. O meu próximo é aquele, mesmo sendo um inimigo, que precisar da minha ajuda.

Lembrando que um samaritano para o judeu era um inimigo, um pecador, um ser desprezível.

Segundo, como pode Jesus exigir que amemos nossos inimigos? Perfeito, para isso é necessário recorrer aos textos em que Jesus nos orienta a isso, e  retiramos de lá nosso entendimento, a bíblia explica a própria bíblia, veja:

Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor". (Levítico 19:18).

Olha a expressão, NÃO TE VINGARÁS, NEM GUARDARÁS IRA OU RANCOR... MAS... Parafraseando, Jesus ensina, mas amarás (o ajudarás quando ele necessitar, não se vingue dele, pois você não deve guardar rancor no seu coração). Entende?

Atente ao que Paulo ensinou: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12:19-21).

Lembrando o contexto, Paulo no versículo 9 diz: “o amor não deve ser fingido...” e termina ensinando, não vos vingueis, se teu inimigo tiver fome dá-lhe de comer, etc. Dessa forma mostramos quem é do bem e quem é do mal.

Veja, a palavra amar no original grego, de Rm 12.9, é “ágape”, que aponta para um sacrifício, amor que se doa, se sacrifica. Tem que se esforçar para isso. O problema é que muitos confundem gostar de alguém, com esse “amor ao próximo”. Gostar de quem gosta da gente é fácil. "Amar o próximo" que é nosso inimigo exige sacrifício.

Ninguém gosta de um inimigo, mas a ordem é amar esse inimigo, no sentido de não se vingar dele quando tiver oportunidade, ajude ele quando ele precisar, pois isso mostrará que somos do bem, que fazemos a vontade do Pai.

Então deixe eu explicar algo, eu convivo, me reúno, passeio, com quem eu gosto, mas não gosto de todas as pessoas e nem todas as pessoas gostam de mim, Entende? 

O mandamento é "amar o próximo", ou seja, aquele que precisar de você, ajude, mesmo que ele te fez algum mal de alguma forma, não se vingue dele. Se ele tiver fome, dê comida, se ele tem sede, dê água, pois fazendo isso ele vai ter vergonha do que fez.

Ninguem é obrigado a conviver com alguém que não gosta. Temos pessoas que naturalmente se identificamos, que gostamos mais, são nossos amigos, esses sim, trazemos para nosso convívio diário. Mas, quanto ao inimigo, o que Cristo pede é que quando ele precisar e tiver a seu alcance o ajude, não se vingue. Isso significa "amar o teu próximo". É isso.

Com a palavra Cristo Jesus: “E que amá-lo (Deus) de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios” (Marcos 12:33).

Que Deus nos ajude a amar nosso inimigos e orarmos por eles. Agora, ele lá e eu cá. Amém!!!


Pr Pedro Pereira

terça-feira, 29 de junho de 2021


 O JEJUM NO TEMPO DA GRAÇA

E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”. Mt 6.16-18

Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão”. Mt 9 14,15

Esses dois textos e alguns outros nos trazem princípios Neotestamentário sobre o Jejum.

Etimologicamente, jejum é a "privação ou redução de alimentos ou refeições durante o dia ou outro período de tempo por penitência".

Já o Jejum Bíblico é uma abstinência voluntária de alimentos por um período definido e propósito específico. Ele pode ser total ou parcial.

O Jejum ritualístico era aquele praticado pelo povo judeu com caráter obrigatório e mecânico, como por exemplo, no dia da expiação onde todo o povo jejuava por força da Lei. Jesus condenou esse tipo de jejum sem propósito definido e obrigatório que era de forma genérica praticado pelo povo judeu no antigo Testamento.

Jesus, porém, ensina seus discípulos, como súditos do Reino de Deus, os princípios que norteiam o Jejum Cristão, vejamos:

 Primeiro princípio que norteia o jejum cristão

Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão”. Mt 9.14,15

Neste texto Jesus é indagado do porquê que seus discípulos não jejuavam, pois alegavam que os fariseus e os discípulos de João Batista jejuavam. Jesus então os ensina:

“...Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles?” Jesus era o esposo, Jesus estava com eles, portanto era momento de alegria e não de tristeza. Jejum remete dias de luto, tristeza, contrição, etc. Jesus é o pão que desce do céu, é o salvador, o ajudador, a comunhão entre ele e seus discípulos era estreita, logo Jejuar não tinha lógica. E prossegue dizendo: “... Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão”.

Aqui está o primeiro princípio que norteia o Jejum. O Jejum é uma causa de exceção, deve ser praticado em dias de necessidade.

Necessidade de mais comunhão, em dias difíceis, em dias de muitas provações, com a intenção chamar a atenção de Deus em nosso favor. Jesus havia alertado seus discípulos que depois da sua partida eles seriam perseguidos e viveriam dias de muitas aflições (Mt 24.9; 10.18,22; Jo 16.33).

 Segundo princípio que norteia o jejum cristão

E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão...” Mt 6.16

Neste texto Jesus orienta que o Jejum deve ser praticado com naturalidade, não deve ser praticado com intuito de ser visto pelos homens. Os Fariseus costumavam jejuar publicamente e para serem vistos pelos homens se descabelavam, ficavam caídos nas calçadas, tinham expressão de sofrimento em seus rostos. Com isso chamavam a atenção das pessoas, que passavam a comentarem o quanto eles eram “santos” e “espirituais”; e isso massageava o ego dos fariseus, dando-lhes um status de homens santos e espirituais. Jesus, porém, disse: “Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão”. Agindo assim não receberiam nada de Deus, pois seus propósitos eram apenas serem aclamados pelos homens.

O jejum deve ser praticado com discrição e a intenção deve ser espiritual, veja:

“...Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”. Mt 6.17,18

Portanto, o segundo princípio que norteia o jejum cristão é que o jejum deve ser praticado com discrição, em secreto, e com propósitos espirituais e não por aparência, e não para se mostrar mais santo do que outros.

 Terceiro princípio que norteia o jejum bíblico

E, quando jejuardes...”; “...Tu, porém, quando jejuares...”.

Veja que a expressão “quando” denota que nós os cristãos precisaremos em algum momento na nossa vida jejuar, mas não por imposição da Lei e sim por voluntariedade. O Jejum não pode ser ritualístico, de forma mecânica, mas por consciência voluntaria, sabendo que chegou o momento em que preciso jejuar, com um propósito especifico e espiritual.

O terceiro princípio, portanto nos mostra que o jejum cristão “quando” praticado deve ser de forma voluntária e não por imposição legal, como algo obrigatório ou ritualístico.

Paulo, orientando sobre o casamento, nos mostra a necessidade do jejum ser voluntario e consensual entre o casal, ou seja, se um dos cônjuges quiser se privar por um período de tempo, de relações sexuais, por motivo de estar jejuando, isso deve ser feito com a aprovação mútua:

Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência”. I Co 7.5

Isso só reforça a ideia de que o jejum é um ato voluntário e não ritualístico obrigatório ou legalista.

 Quarto princípio que norteia o jejum cristão

“Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”. Mt 17.21

Jesus orienta seus discípulos que o jejum é um grande reforço para a oração. Existem situações que a oração deve ser acompanhada pelo jejum, como reforço.

Não devemos entender aqui que o jejum é uma poção mágica, um ritual poderoso para expulsar demônios. A regra básica e neotestamentária para se expulsar demônios é a oração, com a autoridade do nome de Jesus (Mc 16.17). Porém, naquele dia os discípulos oraram e o demônio não fora expulso, mas ao chegar Jesus o pai do menino reclama que seus discípulos haviam falhado, Jesus então expulsa aquele demônio, agora envergonhados seus discípulos o interrogam do motivo de não terem conseguido expulsar aquele demônio, foi então que Jesus os orienta que há castas de demônios que exigem de nós oração com reforço, ou seja, com jejum.

Para entendermos melhor sobre isso precisamos compreender que o jejum, traz muitos benefícios espirituais, ou seja, ao praticar o jejum, como reforço da oração, estamos nos privando de alimentos que é o nosso prazer, isso fala de renúncia. Outras virtudes é o desenvolvimento da paciência, do equilíbrio no espírito, a contrição, a meditação, o crescimento espiritual, a dependência de Deus mais acentuada, etc. Tudo isso aponta para uma vida mais espiritual e santificada, com a ajuda do Espírito Santo.

Nesse sentido Jesus ensina seus discípulos que com uma vida mais consagrada, a oração é mais eficaz, não pela oração ou o jejum em si, mas por que Deus se agrada de nós ao procurarmos ter uma vida mais próxima Dele.

Portanto, o quarto princípio é que o jejum cristão é um grande reforço da oração. Lembre-se, o jejum, em si, não expulsa demônio, quem expulsa demônio é a autoridade do nome de Jesus, mas uma vida mais consagrada nos aproxima de Deus e nos dá autoridade para usar esse nome poderoso de Jesus.

 Quinto princípio que norteia o jejum cristão

O jejum cristão não deve ser visto como algo meritório, recurso de barganha ou troca. Deus não é obrigado a atender alguém pelo simples fato de que esse alguém jejuou.

O princípio maior que norteia toda a Escritura é o da Soberania de Deus. Ele faz o que quer, da forma que quer, e quando quer, dentro do seu propósito divino.

A exemplo disso temos o episódio em que Davi jejuou por sete dias para que seu filho não morresse, mas seu filho morreu. Então Davi reconhecendo a soberana vontade de Deus encerra o jejum e vai adorar a Deus (II Sm 12. 16-23). Essa passagem está no Antigo Testamento, mas é válida ainda hoje como princípio divino.

Tudo que Deus faz a nosso favor é pela sua graça infinita. O jejum como antes disse é apenas um reforço da oração e não produto de troca ou barganha com Deus.

Portanto, o quinto princípio é que o jejum não é produto para troca ou barganha com Deus, mas sim um aliado da oração, pois em primeiro lugar o que se deve levar em conta é a soberana vontade de Deus.

Nossa oração acompanhada ou não do jejum deve ser regida por uma disposição ensinada por Cristo:

"...todavia não se faça a minha vontade, mas a tua". Lc 22.42

 Conclusão

Concluo, dizendo que a pratica do jejum deve ser realizada nos nossos dias, norteada não pela Lei, mas pelos princípios ensinados por Cristo, ou seja, com propósitos espirituais, com discrição, por voluntariedade, como reforço da oração e nunca como objeto de barganha.

 

Pr Pedro Pereira, Me em Teologia