“Também entendi
que o quinhão dos levitas se lhes não dava, de maneira que os levitas e os
cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra.” Ne
13.10
O favorecimento
pessoal e de parentes dos “donos” e “senhores” da igreja é uma das causas da
precariedade do sustento daqueles que vivem integralmente da obra, quer seja no
trabalho local ou fora do país (missionários transnacionais).
A vida de alguns
“sumo sacerdotes” e “Tobias” na atualidade é uma mordomia só, enquanto obreiros
auxiliares de tempo integral vivem a pão e água, se humilhando de todas as
formas e maneiras para receberem uma ajuda mensal que mal garante o básico.
Quando alguém ousa questionar o líder, surge logo um profeta ou uma profetisa
(geralmente assalariado ou que goza de algum privilégio) para defender o “santo
ungido”, ameaçando o questionador com pragas e maldições.
Se seguíssemos esta
lógica capitalista da "bênção especial" sobre o ungido (em termos
financeiros e materiais), Jesus e os apóstolos teriam sido os líderes mais
ricos da história da Igreja. Entendo que em boa parte dos casos, apresentar a
Deus a situação é o melhor caminho. Ele é o reto juiz.
É absurda em algumas
administrações eclesiásticas (igrejas e convenções) a falta de transparência na
apresentação dos relatórios de receitas e despesas da instituição. Os líderes
fazem questão de dificultar o acesso às contas. Quando inquiridos, reagem das
mais diversas formas e maneiras, fazendo drama por se sentir ofendido,
implementando punições severas e perseguições implacáveis aos seus inquiridores
(que passam a ser chamados e tratados como inimigos).
Há quem contrarie o
próprio estatuto da organização, ao indicar os seus próprios fiscais. Líder
íntegro e reto “escancara” as contas para quem duvida de sua honestidade, e
pede auditoria quando a sua administração é questionada, e tudo isso, sem
revanchismos ou ressentimentos.
Temos situações em
que o tesoureiro da instituição é mera figura simbólica, visto que os recursos
(dízimos e ofertas) vão diretamente para as mãos e bolsos dos “donos” e
“senhores” das igrejas, que os administram a seu bel prazer e conveniência.
Os
recursos da igreja, oriundos dos dízimos e ofertas dos irmãos, devem ser
administrados com temor e tremor, e com toda a transparência necessária. É
preciso investir com sabedoria, dando prioridade ao que é urgente e
extremamente necessário ao Reino de Deus.
Se Deus não deixou
encoberto e impune os pecados da liderança do Antigo e do Novo Testamento,
expondo-os nas páginas da Bíblia, por que agiria diferente na atualidade? Quem
escandaliza o Evangelho é quem comete o pecado, e não quem o denuncia.
Como sempre coloco,
há ainda líderes cristãos sérios e comprometidos com Deus e com a sua Palavra
neste Brasil, que ainda não se venderam, nem se dobraram diante da corrupção no
atual sistema eclesiástico.
Ainda há, como
Neemias, líderes que se indignam com o pecado, e corajosamente resistem a toda
sorte de profanação e corrupção no ministério. Suas convicções estão firmadas
sobre a rocha das Escrituras.
O pecado deve provocar em nós
indignação. Apenas pessoas que tem capacidade de se indignar contra o mal podem
fazer a diferença na História.
Contudo, devemos ter o cuidado
necessário para não perdemos o controle emocional, e de não privarmos os
acusados da possibilidade de se defenderem. Parece-nos que no caso que envolveu
a ação enérgica de Neemias, o pecado era escancarado e gritante.
É tempo de
restauração!
Pr Altair Germano