domingo, 30 de setembro de 2012

PROCURA-SE UMA "BOA IGREJA"



Tornou-se comum nos círculos pastorais se falar em uma “boa igreja”. Mas, o que tal expressão envolve? Qual o conceito de uma “boa igreja” em alguns círculos evangélicos na atualidade?

Ouvindo e analisando o discurso sobre uma “boa igreja”, cheguei a conclusão de que para se enquadrar nesse perfil, é necessário que uma igreja local ou congregação preencha os seguintes requisitos:

- Ter um bom número de membros e congregados ativos;

- Esse bom número de membros e congregados ativos devem proporcionar uma boa oferta, capaz de promover o crescimento institucional desta igreja, e de proporcionar tranquilidade e segurança financeira ao seu pastor;

- O templo onde os cultos são realizados deve estar situado num lugar de boa visibilidade, bom acesso e bom estacionamento;

- Uma boa arquitetura exterior e interior, associada a um bom conforto são indispensáveis;

- A vida comunitária deve ser de boas relações, onde os conflitos internos são os mínimos possíveis;

- A “boa igreja” não precisa exercer influência na vida espiritual e moral dos moradores do bairro ou da cidade onde está inserida, desde que exerça uma forte influência política e social entre os mesmos;

- A “boa igreja” é caracterizada pela presença de membros e visitantes ilustres da classe média alta, dos ricos e de personalidades notáveis de grande destaque social.

Como se percebe, a ideia contemporânea sobre uma “boa igreja” em nada se alinha com aquilo que as Escrituras dizem acerca da Igreja de Jesus. A visão acima apresentada, de caráter mercadológico e empresarial, acaba promovendo competição entre aqueles que anseiam um dia pastorear uma “boa igreja”, ou frustração na vida daqueles que são removidos de uma “boa igreja”.

Uma igreja local “boa” é aquela que está inserida no contexto maior da Igreja Universal, edificada por Jesus (Mt 16.18), único e inabalável fundamento (1 Co 3.11).

Uma igreja local “boa” possui tal qualidade pelo fato de ser criação de um Deus essencialmente e plenamente bom (Ef 3.6-9).

Uma igreja local “boa” é aquela que manifesta a multiforme sabedoria de Deus entre principados e potestades nos lugares celestiais (Ef 3.10).

Uma igreja local “boa” trabalha na evangelização e na prática do discipulado entre os povos (Mc 16.15; Mt 28.19-20), na perseverança na doutrina, na oração, na comunhão, na adoração (At 2.42-47) e no socorro aos necessitados (At 4.32-35).

Uma igreja local "boa" é rica em Cristo, em toda palavra e conhecimento (1 Co 1.5).

Uma igreja local "boa" é plena dos dons do Espírito (1 Co 1.7).

Uma igreja local “boa” é caracterizada por ser coluna e baluarte da verdade (1 Tm 3.15).

Uma igreja local “boa” não está isenta de problemas espirituais, morais, sociais, doutrinários ou de outra ordem, mas está sendo aperfeiçoada através do trabalho dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres que compreenderam a natureza do ministério cristão, e que se dispuseram a pagar o preço do sofrimento em todas as suas múltiplas faces e formas (At 9.16; 2 Co 1.4; 12.15).

Não importa o tamanho da igreja local, sua renda, sua influência social, sua localização geográfica, sua arquitetura ou qualquer outro fator. Se tivermos a convicção de que foi o Senhor quem nos chamou para cuidar de sua Igreja, nos alegraremos na graça de Jesus, sabendo que esta é a “boa igreja”, o rebanho que está entre nós, e que nos foi confiado pelo Supremo Pastor (1 Pe 5.1-4). 

* Extraído do Blog do Pr Altair Germano

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

AS DORES DO ABANDONO



O termo “abandono” deriva-se do hebraico ‘azabh e do gregoenkataleypo, deixar, retirar, deixar de mão, deixar para trás em algum lugar.
O abandono é uma realidade da qual nenhum filho de Deus está isento de vivenciar.


O Abandono dos Amigos
Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica; Crescente, para a Galácia, Tito, para a Dalmácia. Só Lucas está comigo. Toma Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Também enviei Tíquico a Éfeso. Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. (2 Tm 4.9-13)
São várias as causas que provocam o abandono entre os amigos. Dentre algumas podemos citar:
- Quando somos objetos de perseguição ou rejeição por nossa postura contrária aos padrões que não se conformam com a Palavra. O medo de comprometimento, do sofrimento, da retaliação e de coisas semelhantes faz com que eles queiram distancia, e até fazem de conta que não nos conhecem.
- Quando perdemos prestígio ao sermos destituídos de cargos e honrarias. Os falsos amigos nos valorizam apenas por aquelas posições de honra que alcançamos. Há casos onde ao contrário, são os amigos que melhoram de vida e alcançam prestígio que abandonam os demais.
- Quando passamos por crises financeiras. Os falsos amigos nos valorizam por quanto temos. Atentam apenas para a possibilidade de desfrutar do dinheiro que ganhamos, do que ele pode proporcionar.
- Quando ficamos enfermos e doentes. Não são poucos os casos de amigos que nos abandonam quando adoecemos, quando temos que passar por períodos de tratamento e internamento hospitalar.
- Quando caímos em pecado, mesmo arrependidos e reconciliados. Os falsos amigos não são misericordiosos e se acham acima de qualquer possibilidade de tropeço. Se acham pessoas de primeira classe espiritual, imunes ao pecado. Na realidade não passam de hipócritas, que com o pecado alheio tentam desviar o foco de suas próprias concupiscências e pecados secretos.
O exemplo de Paulo nos ensina que as possibilidades acima existem também nas relações ministeriais, entre obreiros e líderes.
O pedido de Paulo reflete sua plena humanidade. Ele pede que Timóteo venha depressa, o que aponta para a sua necessidade de conforto, amizade verdadeira e companheirismo, principalmente em momentos de extrema adversidade, onde ficamos emocionalmente instáveis.
Quando abandonados, não devemos desesperar da vida. Em meio ao desamparo, podemos desfrutar de momentos com Deus, de crescimento através da leitura e dos estudos, e de profícua produção literária. As adversidades podem ser transformadas em oportunidades.

O Abandono da Família
A família pode nos abandonar pelos mesmos motivos que os amigos. A Bíblia é clara quando trata da responsabilidade mútua nas relações familiares:
- Quem não governa bem (cuida, administra, etc.) a sua casa, não serve para ser obreiro e líder na igreja (1 Tm 3.4-5).
- As viúvas devem ser amparadas e cuidadas pelos seus familiares (filhos ou netos), pois isso agrada ao Senhor (1 Tm 5.4).
- Quem não cuida dos seus, principalmente dos familiares, negou a fé e é pior que o infiel (1 Tm 5.8).
Na vida em família, os principais casos de abandono acontecem com os idosos. No momento em que precisam mais de amparo são largados em asilos, ou isolados em fundos de quintais. Precisamos tratar os velhos como gostaríamos de ser tratados na velhice.
Os pais devem amparar os filhos.
Os cônjuges devem cuidar um do outro.
Vivemos em família e em sociedade para promover o amparo ao próximo (Lc 10.25-37).

Deus não nos Desampara ou Abandona
O amparo divino é um tema bastante recorrente nas Escrituras:
- A misericórdia de Deus faz com que ele não desempare seus filhos, quando estes se voltam para Ele em oração, e deixam os seus pecados (Dt 4.30-31). Sua bondade e sua misericórdia em torno das alianças que em graça faz com os seus filhos, o leva a poupá-los da destruição.
- A fidelidade de Deus garante o seu amparo àqueles por Ele comissionados para fazer a sua obra (Js 1.5). Ao comissionar Josué, o sucessor de Moisés, a presença constante do Senhor seria a garantia de suas vitórias e conquistas.
- Quem conhece a Deus sabe que Ele nunca desampara os que o buscam (Sl 9.10). Conhecer a Deus implica em desfrutar de um relacionamento de amizade e intimidade com Ele.
- Quando pai e mãe nos desamparam, o Senhor nos recolhe em sua proteção (Sl 27.10)
- O reto juízo de Deus o leva a não desamparar os seus santos. Estes são preservados para sempre (Sl 37.28).
- O apóstolo Paulo tinha convicção do amparo divino diante das adversidades da vida (2 Co 4.8-9).

O Sentimento de Abandono
Apesar de termos a certeza de que Deus não nos desampara, o sentimento de desamparo ou abandono pode se apoderar de nós.
Davi, que escreveu sobre o amparo divino, teve os seus momentos de crise:
[Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Aijelete-Hás-Saar] Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias? (Sl 22.1)
Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente. (Sl 119.8)
Mas os meus olhos te contemplam, ó Deus, SENHOR; em ti confio; não desampares a minha alma. (Sl 41.8)
Os textos acima, longe de afirmarem a possibilidade de Deus desamparar, ou de amparar seus filhos parcialmente, são apenas demonstrações dos temores humanos.
Jesus, citando o salmo messiânico de Davi, também verbalizou o seu sentimento de desamparo, quando na cruz morria por causa dos nossos pecados:
E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mt 27.46)
Podemos nos sentir desamparados ou abandonados pelo Pai celestial, mas é apenas sentimento. O seu silêncio e a sua aparente falta de ação não são sinais de descaso ou de abandono. Nem sempre percebemos, mas podemos ter a certeza, e isso com base em sua Palavra, de que Ele trabalha para aquele que nele espera (Is 64.4).
Não vivemos por aquilo que sentimos, mas por aquilo que o Pai diz. Sua palavra é a verdade (Jo 17.17). Creia que você está debaixo do seu amparo e dos seus cuidados!

*extraído do blog do Pr Altair Germano

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A LIDERANÇA EVANGÉLICA BRASILEIRA E A AREIA MOVEDIÇA DA POLÍTICA SECULAR


O envolvimento direto de pastores e outros líderes com a política secular, atividade no Brasil marcada pela corrupção, pela trapaça, pela traição e outros males, é como cair em areia movediça, ou seja, quanto mais ativismo, mais se afunda, e quando se consegue sair, geralmente sai sujo, manchado e marcado.

Dessa maneira, na grande maioria dos casos, o melhor a fazer é não se envolver, nem envolver a igreja, que na maioria das vezes é contra tal envolvimento, mas não é ouvida, nem considerada.

A política secular na igreja divide pastores, líderes e membros, promovendo facções, porfias, inimizades e partidarismo.

A política secular não apenas divide, mas une também. As uniões são as mais bizarras possíveis, ao ponto de inimigos políticos se aliarem. As ideologias caem por terra, os valores são pisados, as contradições são escandalosas.

Só quem de fato não quer ver, é que não perceber isso.

Sinceramente, não consigo acreditar no que contemplo a cada pleito, e na repetição cada vez mais grave dos mesmos erros.

Nobres pastores e amigos, em nome de Jesus, façam o que o Senhor da Igreja vos chamou a fazer. Cuidem do rebanho, e não se envolvam com aquilo que não edifica.

Cuidado com a areia movediça da política secular.

A igreja está olhando para nós!

*extraído do Blog do Pr Altair Germano