quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O Cristão e o domingo?





Mas, como fica a questão do Sábado?

O sábado é um estatuto perpétuo para Israel, e não para a igreja, veja: 

“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua” Êxodo 31:16. 

“Em cada dia de sábado, isto se porá em ordem perante o Senhor continuamente, pelos filhos de Israel, por aliança perpétua” Levítico 24:8.

O sábado, na verdade, foi instituído por Deus, por ocasião da criação, como um princípio de descanso. O verbo hebraico “Shabbath” significa descansar. 

Numa tradução livre o verbo hebraico “Shabbath” ficaria assim - “cessar os labores e atividades”. Deus estava ensinando um princípio da necessidade do descanso após um período de trabalho. Esse princípio para Deus é santo, veja: “Lembra-te do dia de "sábado" (shabbath, descanso) para o santificar” (Êxo. 20:8).

Porém, com o advento da Lei mosaica esse princípio de descanso foi inserido nos 10 mandamentos, como algo a ser observado pelo povo de Israel. Acontece que dentro desses 10 mandamentos vamos encontrar os preceitos morais, que são princípios eternos a todos, e que quando descumpridos há penalidade, menos o 4º Mandamento, pois tem um caráter cerimonial e não moral, e que se tornou um estatuto perpétuo para Israel.

Os dez mandamentos:

1º “Não terás outros deuses diante de mim.”

2º “Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos.”

3º “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.”

4º “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; “mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.”

5º “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.”

6º “Não matarás.”

7º “Não adulterarás.”

8º “Não furtarás.”

9º “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.”

10º “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.”

O próprio Jesus, bem como o apóstolo Paulo, como veremos abaixo, apontam o 4º mandamento como um preceito cerimonial para os Judeus e não moral. 

1. Jesus: 

Quando Jesus fala do sábado ele sempre o aponta como um rito cerimonial:

“E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo” Mateus 12:2-6

Jesus aqui aponta o sábado não como um principio moral, que não pode ser quebrado ou se quebrado que deva ser punido, mas o aponta como um simples rito do templo e que não cumprido Não implica em pena.

Jesus ainda alega que é maior que o sábado:

“Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor” Mateus 12:6-8.

“E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” Marcos 2:27.

No sermão do monte (Mt 5,6,7) Jesus faz uma repetição, como uma releitura, dos mandamentos e os dá uma melhor interpretação do ponto de vista divino, porém podemos observar que ele não cita o 4º mandamento, tendo em vista não ser um princípio moral a ser seguido por todos.

2. Paulo:

Já o apóstolo Paulo nos esclarece que a Lei foi substituída pela Graça de Deus e consequentemente a Lei Mosaica foi abolida. 

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz... Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” Colossenses 2:14,16,17.

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada... Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus” Gálatas 2:16.

Jesus veio cumprir toda a Lei Mosaica por nós, portanto agora não é mais necessário andar ou cumprir a Lei, exceto o que é principio divino.
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir” Mateus 5:17.

E por quê? Porque nós não poderíamos cumprir a Lei e sermos justificados, somos pecadores e sempre falharemos. Jesus, então a cumpre perfeitamente por nós. Somos justificados em Cristo.

“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las... Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” Gálatas 3:10,13.

Agora, é importante ressaltar que dentro desses preceitos da Lei, Jesus ensina que alguns são princípios morais que devem ser observados por todos, porém com muita sabedoria aponta um caminho que nos leva a cumprir toda a Lei moral ou seus princípios, sem legalismo.

“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” Mateus 22:37-40.

“Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” Gálatas 5:14.

Interessante, pois quem ama seu próximo, não assassina ninguém, não adultera, não rouba, não defrauda, não levanta falso testemunho, não tem inveja, ódio, porfia e assim vai.

Por que o Domingo foi instituído como o dia do descanso para o cristão?

Primeiro é necessário deixar claro que o domingo não é substituto do sábado cerimonial. Assim como não há nenhuma ordenança na Graça para a guarda do Sábado, também não há para o Domingo. Na Graça todos os dias são comuns, não há um mais santo que o outro, Veja:

“Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente” Romanos 14:5.

Então porque os Cristãos usam o domingo como dia de descanso?

É importante lembrar que, para nós cristãos do mundo inteiro, Cristo é o centro de tudo. Os acontecimentos mais importantes do cristianismo aconteceram no domingo, como por exemplo, a ressurreição de Jesus (Jo 20). Após isso, a primeira aparição, de Jesus os seus discípulos, já ressurreto, foi no domingo (Jo 20.19, 26). Depois disso, os apóstolos se reuniam aos domingos (o primeiro dia da semana) para cultuar e para participarem da Ceia da comunhão:

“E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite” Atos 20:7

“No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar” 1 Coríntios 16:2

A partir daí o primeiro dia da Semana ficou conhecido entre os cristãos como o “dia do Senhor”:

“Eu fui arrebatado no Espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta” Apocalipse 1:10

Vamos ainda recorrer a história da igreja cristã, dos primeiros séculos:

A Didaché: “Mas a cada DIA do SENHOR…ajuntai-vos e partilhai do pão, e fazei vossas ações de graça após ter confessado vossas transgressões, para que o vosso sacrifício possa ser puro. Todavia não deixai ninguém que está em divergência com seu amigo agregar-se a vós, até que eles estejam reconciliados, para que o vosso sacrifício não possa ser profanado” (Didaché 14:1, Padres Ante-Niceianos Vol. 7, pg. 381)

Vejamos o que Inácio de Antioquia, que foi discípulo do apóstolo João, disse acerca do sábado, e qual é o dia do Senhor, segundo o que aprendeu com seu professor e apóstolo:

107 AD Inácio: “Não vos enganeis com doutrinas estranhas, nem com velhas fábulas, as quais não trazem nenhum proveito. Pois se nós vivêssemos ainda de acordo com a lei Judaica, nós reconheceríamos que não teríamos recebido a graça… Se, portanto, aqueles que foram trazidos da antiga ordem das coisas vieram à possessão de uma nova esperança, não mais observando o Sabbath (Sábado judaico), mas vivendo na observância do Dia do Senhor, na qual também nossa vida brotou novamente por Ele e por intermédio de Sua morte (Que alguns negam), por tal mistério nós recebemos fé, e contanto que soframos a fim de que nós possamos ser achados discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre, como seríamos capazes de viver apartados dele por quem até mesmo os profetas estão procurando como seu Mestre uma vez que estes são seus discípulos no espírito?… Que todo amigo de Cristo guarde o Dia do Senhor como um festival, um dia de ressurreição, a coroa e chefe de todos os dias da semana. É um absurdo falar de Jesus Cristo com a língua , e fomentar na mente um Judaísmo que tem agora chegado a um fim, pois onde houver Cristianismo não pode haver Judaísmo… Estas coisas eu envio a vós, meus amados, não que eu saiba que algum de vós esteja em tal estado; mas desejo de antemão vos resguardar, antes que qualquer dentre vós caia nos anzóis de vãs doutrinas, mas para que possais melhor apegai-vos a uma completa certeza em Cristo… (Inácio, Epístola aos Magnesianos, capítulo 9. Padres Ante-Niceianos, Vol. 1, pg.62-63).

“No alvorecer do dia do Senhor, Ele ressuscitou dos mortos, de acordo com o que foi dito por ele mesmo: “Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem também estará três dias e três noites no coração da terra. “(Inácio aos Trales 9: 2).

A Epístola de Barnabé - um dos documentos mais antigos da Igreja, anterior ao Apocalipse - dizia: “Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos” (Barnabé 15:6-8).
110 AD Plínio: “eles tinham o hábito de se reunirem num determinado dia fixo antes que clareasse, quando cantavam hinos diversos a Cristo, como para um Deus, se uniam em um solene juramento de não praticar quaisquer atos iníquos, nunca cometerem qualquer tipo de fraude, roubo ou adultério, nunca em prestar um falso testemunho nem em negar uma responsabilidade quando fossem eles chamados para tal; após o que era costume deles se separarem e então se reunirem novamente para participar de uma boa refeição – mas comida de tipo frugal e inocente”.

Em meados do século II, encontra-se o famoso depoimento de S. Justino, escrito entre 153 e 155: “No dia dito do sol, todos aqueles dos nossos que habitam as cidades ou os campos, se reúnam num mesmo lugar. Leem-se as memórias dos apóstolos e os escritos dos profetas… Quando a oração está terminada, são trazidos e vinho e água… Nós nos reunimos todos, no dia do sol, porque é o primeiro dia, aquele em que Deus transformou as trevas e a matéria para criar o mundo, e também porque Jesus Cristo Salvador ressuscitou dos mortos nesse dia mesmo” (I Apologia 67, 3. 7).

150 AD Justino: “… aquele que tem perseguido e verdadeiramente perseguem a Cristo, se eles não se arrependerem, não deverão herdar nada no monte santo. Mas os Gentios, os quais têm acreditado Nele, e têm-se arrependido dos pecados que cometeram, receberão a herança junto com os patriarcas, profetas e dos homens justos descendentes de Jacó, mesmo que esses não guardem o Sabbath, nem são circuncidados, nem observem as festas. Com toda certeza eles receberão a santa herança de Deus” (Diálogo com Trifo, o Judeu, 150-165 AD, Padres Ante-Niceianos , vol. 1, pg. 207).

São Justino (†165), mártir, escreveu: “Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos“ (Apologia 1,67).

190 AD Clemente de Alexandria: “Ele cumpre os mandamentos de acordo com o Evangelho e guarda o “Dia do Senhor”, quase sempre ele lança fora maus pensamentos…glorificando a ressurreição do Senhor nele mesmo” (Ibid. Vii.xii.76.4).

200 AD BARDESANES: “Onde quer que estejamos, somos todos chamados segundo o nome dos Cristãos de Cristo. Em um dia, o primeiro da semana, nós nos reunimos em assembléia”.
200 AD Tertuliano: “Nós solenizamos o dia posterior ao Sábado em distinção àqueles que chamam a esse dia seu Sabbath” (Apologia de Tertuliano, Cap. 16).

200 AD Tertuliano: “Segue de acordo que, da mesma maneira que as abolições da circuncisão carnais e da antiga lei são demonstradas como tendo sido consumadas aos seus específicos tempos, assim também a observância do Sabbath é demonstrada ter sido temporária” (Uma Resposta aos Judeus 4:1, Padres ante-niceianos Vol. 3, pág. 155).

220 AD Orígines: “No Domingo, nenhuma das ações do mundo deveriam ser feitas. Quando então, abstenhai-vos de todas as obras deste mundo e mantende-vos livres para as coisas espirituais, ide à Igreja, escutai as leituras e as divinas homilias (antigos discursos), meditai nas coisas celestiais” (Homilías 23 in Número 4, PG 12:749)”.

220 AD Orígines: “Uma vez que não é possível que o dia de descanso após o sabbath deveria vir a existir a partir do sétimo dia de nosso Deus. Pelo contrário, é nosso Salvador quem, após o padrão de seu próprio descanso, nos proporcionou a sermos feitos a similitude de sua morte, e daí também de sua ressurreição” (Comentários em João 2:28).

Outro documento, “A Tradição Apostólica de Hipólito de Roma” (ao redor do ano 230), diz em 1.15: “Seja ordenado bispo aquele que, irrepreensível tiver sido eleito por todo o povo. E, quando houver sido chamado pelo nome e aceito por todos, reúna-se o povo juntamente com o presbyterium e os bispos presentes, no domingo”. Não diz para trocar o sábado pelo domingo, mas mostra, de novo, a presença do primeiro dia da semana na vida da Igreja. E num evento tão significativo, como a ordenação ao ministério.

Esta mesma obra diz, em 60.1: “No domingo de manhã, o bispo, se puder, distribuirá a comunhão a todo o povo, com as próprias mãos, partindo os diáconos o pão…”.

O testemunho da história é que a Igreja se reunia no domingo, para celebrar o memorial da ceia do Senhor.

Portanto, cai por terra toda tentativa injusta e desonesta de atribuir ao imperador Constantino, que foi do sec IV, a criação do domingo como dia de descanso cristão, ele simplesmente o corroborou. Fica evidente pelo testemunho histórico e Escriturístico que os primeiros cristãos usavam o domingo para cultuar a Deus e participarem da comunhão da Ceia do Senhor, antes mesmo do sec IV.

Não confunda, o decreto chamado "Édito de Constantino", proclamado em 7 de março de 321 d.C, pois este édito fazia parte do direito civil romano e em sua religião pagã, e não era um decreto da Igreja cristã ou se estendia ao judaísmo, veja: "Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu" 

O decreto não se aplicava aos cristãos e nem aos Judeus Por uma questão estreitamente relacionada, Eusébio, Bispo de Cesareia, Sec. III, afirma: "Por sorte não temos nada em comum com a multidão de detestáveis judeus, por que recebemos de nosso Salvador, um dia de guarda diferente.". Embora isso não indique uma mudança do dia de guarda no cristianismo, na prática o édito não favorece um dia diferente para o descanso religioso, inclusive o sábado judaico. Somente em 325 d.C., no Primeiro Concílio de Niceia, o domingo, simplesmente, foi confirmado como um dia de descanso cristão, de forma universal.

Essa tradição cristã, do domingo, como o dia do Senhor, tem sido praticada pelo mundo cristão, desde os primeiros séculos, Mas não como uma ordenança e sim como um dia importante para o cristianismo, haja vista, principalmente a ressurreição de o Nosso Salvador ter sido no domingo. 

O Domingo marcou o cristianismo, nesse dia Jesus ressuscitou e agora temos a esperança de que por Ele seremos ressuscitados também:

“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” 1 Coríntios 15:17-28.

Portanto, é no domingo que por tradição e alegria nos reunimos e celebramos a Cristo, nosso Senhor e Salvador. 

Que Deus em Cristo nos abençoe.

Pr Pedro Pereira, Sola Scriptura.

 

 



sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Celebre o Natal Cristão com sua Família.

Celebre o Natal Cristão com sua Família.

Devemos lembrar que os homens ignoraram o nascimento do menino Jesus, mas os anjos desceram do céu e comemoraram o primeiro Natal Cristão, com louvores:

"E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita; E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam". (Lc 2. 10-18).

Ensine a eles que o natal secular nada tem a ver com o natal cristão. Diga a eles sobre Jesus, o verbo que se encarnou para nos salvar, Jesus veio ao mundo para expiar, remir os nossos pecados. Jesus foi o presente de Deus, com muito amor, para esse mundo (Jo 3.16). Jesus nasceu. Feliz Natal!

Pr Pedro Pereira

domingo, 17 de dezembro de 2017

Pastores, cuidado com a “Síndrome de Burnout”

Burnout”, também conhecida como o esgotamento físico e mental e tem caráter depressivo. Esse esgotamento, físico e mental está ligado intimamente à uma vida profissional estressante. Esse nome foi dado pelo psicanalista nova-iorquino Freudenberger, na década de 70.

O desejo ou o compromisso de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho, a necessidade de auto estima pela capacidade de realização e sucesso, aliada a pressão para se afirmar e cumprir metas esperadas por todos e por si mesmo, pode, além de problemas de ordem psicológica, gerar forte desgaste físico e mental, culminando com fadiga e exaustão. Isso me parece bastante peculiar na vida diária do pastor.

Essa patologia atinge membros de todas as áreas de atuação, como por exemplo, professores, policiais, bancários, gerentes, pilotos, jornalistas, inclusive os pastores e até mesmo voluntários.

A cura para o “burnout” é descanso, simples assim, umas boas férias. Quando falamos em descanso significa desligar-se das rotinas estressantes, dormir bem, fazer atividade física e aproveitar para rever e mudar os hábitos da vida ministerial, para não acabar outra vez na mesma situação.

Li, recentemente, nas redes sociais, que o famoso reverendo Augustus Nicodemus, sabiamente, acaba de se licenciar por 3 meses do pastoreio da sua igreja, após detectar que estava sofrendo com essa doença, “burnout”, para retornar sadio e com a “pilha carregada”. O próprio reverendo informa que o famoso pastor reformado John Piper passou por um momento semelhante em 2010 e afastou-se por quase um ano do ministério. 

Queridos, essa doença é real e está entre nós, e devido a uma rotina estressante que muitos pastores adotam, ela chegou entre nós. Talvez, o triste episódio do suicídio de um pastor, divulgado recentemente, teria sido evitado, se ele tivesse sido diagnosticado a tempo e ajudado por aqueles que o rodeavam, e até mesmo pelo próprio ministério em que estava ligado.

Conheço muitos amigos de ministério que confidenciam comigo estarem desanimados, cansados, esgotados, descontentes, e outros com depressão, mas que não podem revelar com medo de ser vistos como fracos, desviados, rebeldes, e por ai vai. Eu mesmo tenho aconselhado aos mais íntimos amigos pastores a necessidade deles de um descanso, porém, por vários fatores, extra vontade deles, não sou atendido.

Infelizmente, no meio ministerial, há ainda muito preconceito e uma descabida desconfiança no pastor que pede licença ou férias, por estar estressado e cansado da rotina pastoral. Certa vez, ouvi de um pastor ancião que pastor não tira férias - “isso é coisa do diabo para parar a obra de Deus”, dizia ele. 

Que pena! Nem sabe ele que pela lógica, mais obra diabólica é matando seus ministros de cansaço e fadiga. Pastor não é super homem, é simplesmente um homem como outro qualquer.

Para terminar descrevo algumas atitudes que o psiquiatra, citado acima, descreve que poderão levar a essa doença, culminando com a depressão, que se não tratada pode até consequências graves como depressão e suicídio, vejamos:

Ser centralizador e imediatista, quer fazer tudo sozinho;
Não dormir bem, não comer bem e se isolar, não tem amigos (verdadeiros);
Mudança de comportamento - ficar impaciente sem motivo aparente, não aceitar brincadeiras, ser ríspido a toa, Não se reconhecer mais;
Ter momentos de confusão mental - começa a ter falha na memória, ter lapsos, o famoso “deu branco”, de repente não sabe onde está, pra onde está indo, etc.;
Sentir um vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
Perceber sintomas de depressão, ou seja, marcas de indiferença, desesperança, exaustão, a vida perde o sentido; e por fim cansaço, fadiga excessiva; 
Ter uma vida preocupada em agradar ou impressionar outros, necessidade de ser sempre o melhor;
- Acumular responsabilidades além do necessário; etc. 

As atitudes acima, juntamente com outros fatores, como rejeição, problemas familiares, financeiros, etc., podem contribuir para o desencadeamento da síndrome de Burnout.

Há momentos que serão necessários dar uma parada, pisar no freio, tirar umas boas ferias e retornar com as pilhas carregadas dentro de uma rotina mais adequada e menos estressante. 

Que Deus nos ajude. Como disse o sábio salomão: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu" Ec 3.1.