quinta-feira, 13 de julho de 2017

Equilibro e moderação, símbolos do cristianismo sadio

Outro dia lendo as Escrituras me chamou a atenção dois textos:

"Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?" (Ec 7.16)

"Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei." (Gl 6.22,23).

Me pareceu tão claro as orientações das Escrituras para um cristianismo sadio, sem hipocrisia, fanatismo faccioso, etc,que serve só para satisfazer a vontade de alguns líderes exclusivistas, soberbos e egocêntricos. É interessante como as massas são facilmente manipuladas por palavras falaciosas e carregadas de fanatismo cego, que levam os leigos ao delírio, culminando com fervorosos "aleluias" e "glórias a Deus", quando falam dos seus usos e costumes exagerados, vejamos o que diz Paulo: 
"Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies (as quais coisas todas hão de perecer pelo uso), segundo os preceitos e doutrinas dos homens? As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne." (Cl 2.20-23).

Por outro lado temos os libertinos que trafegam na contra mão, ou seja, com suas distorcidas visões do cristianismo levam o povo ao caminho da profanação, não buscam a santidade e pregam um falaciosa "liberdade" que leva o povo a destruição e pecado (sensualidade, falta de moral e respeito e sem compromisso com a verdade), para estes Paulo também tem um conselho: 
"Não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice de demônios; não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa de demônios. Ou provocaremos a zelos o Senhor? Somos, porventura, mais fortes do que ele? Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o de outrem" (I Co 10. 21-24).

Nesses anos em que sirvo a Deus tenho deparado com situações que me deixam triste, nunca vi tanto "meio" de separação entre o povo de Deus como o fanatismo (usos e costumes exagerados), que só servem para cegar o verdadeiro brilho do Evangelho; quanto mais fanático, mais se acha no direito de julgar as pessoas e condená-las, conseguem dividir a comunidade cristã em duas categorias, as dos "cristãos" de primeira classe (os fanáticos) e os "cristãos" de segunda classe (os outros). Entenda, os de segunda classe, não são aqueles que por uma infelicidade pecaram contra o senhor, não senhores, mas, para eles os de segunda classe são aqueles que se recusam a viver no fanatismo exacerbado e farisaico, seguindo um monte de regras de homens, como por exemplo: se usar meia vermelha vai para o inferno, se usar gravata vermelha vai para o inferno, se usar paleto aberto atrás vai para o inferno, se as irmã colocarem presilhas nos cabelos vão para o inferno, absurdos como estes, que vem da mente de pessoas descompromissadas com a verdade, pois trocam o essencial (doutrina bíblica), por coisas superficiais (doutrinas de homens). Ensinam coisas que a bíblia não diz, usam textos isolados do contexto e forçam interpretações absurdas. Me lembro uma vez onde um velho Pastor amigo me disse "O evangelho é simples quem complica são os homens".

Com isso, analisemos alguns aspectos:

Sobre Vestimenta:

À luz da Bíblia é impossível afirmar que a mulher ou o homem não deve usar determinada vestimenta.
O homem no princípio de sua existência andava nu (Gn 2.25). As primeiras roupas que usou eram feitas de peles de animais (Gn 3.21). Subsequentemente os materiais empregados no fabrico de vestimentas eram a lã (Gn 31.19; Lv 13.47; Jó 31.20), o linho (Ex 11.31; Lv 16.4), o linho fino (Gn 41.42) e finíssimo (Lc 16.19), a seda (Ez 14.10,13; Ap 18.12), o saco de cilício (Ap 6.12), e as peles de camelo (Mt 3.4).

As peças essenciais dos trajes do homem e da mulher eram duas: Uma túnica, espécie de camisa de mangas curtas, chegando até aos joelhos (Gn 37.3; 2Sm 13.18), às vezes tecida de alto a baixo e sem costura (Jo 19.23, 24), cingida por um cinto; eram iguais para ambos os sexos, a diferenciação estava no estilo e na forma de usá-las.

Outra peça consistindo em um manto (Rt 3.15; 1Rs 11.30; At 9.39) feito de um pano de forma quadrada, guarnecido de fitas (Nm 15.38; Mt 23.5). Punha-se sobre o ombro esquerdo, passando uma das extremidades por cima ou por baixo do braço direito.

A parte inferior do baixo manto chama-se orla (Ag 2.12; Zc 8.23). As vestes as dos profetas eram de peles de ovelhas, ou de cabritos (2Rs 1.8; Zc 3.4; Hb 11.37) e também de peles de camelo (Mt 3.4).

Outra peça de roupa era às vezes usada entre a túnica e a manta, por pessoas de distinção, e oficialmente pelo sumo sacerdote (Lv 8.7; 1Sm 2.19; 18.4; 24.4; 2Sm 13.18; 1Cr 15.27; Jó 1.20). Era uma veste comprida sem mangas, apertada na cinta. Os cintos serviam para facilitar os movimentos do corpo e eram feitos de couro, linhos crus ou finos (2 Rs 1.8; Jr 13.1; Ez 16.10), muitas vezes bem elaborados com decorações artísticas (Ex 18.39; 39.29; Dn 2.5; Ap 1.13).

A espada era levada à cinta e o dinheiro também (Jz 3.16; 1Sm 25.13; Mt 10.9). Fora de casa traziam sandálias, sapato rudimentar, feitas com uma sola de madeira ou de couro (Ex 16.10) apertadas aos pés nus por meio de correias, passando pelo peito do pé e à roda dos artelhos (Gn 14.23; Is 5.27; At 12.8).

O povo comum andava com a cabeça descoberta. Às vezes traziam turbantes (Jó 29.14; Is 3.20; Ez 23.20). O véu era usado pelas mulheres em presença de pessoas estranhas (Gn 24.65; Ct 5.7) se bem que muitas vezes elas saíam com as faces descobertas (Gn 24.16; 26.8).

Os santos são sensíveis à voz do Espírito Santo e antes de usar determinadas vestes, procuram conhecer a vontade de Deus. Não é conveniente ao homem usar roupas sabidamente femininas e vice e versa.

As mulheres devem vestir-se com sabedoria visando apenas a edificação do próximo, jamais, despertar a sensualidade ou desejos lascivos. Vestes transparentes, decotes profundos, saias e blusas curtas, calças apertadas (justas) e toda a espécie de roupas que mostram ou marcam o corpo despertando a sensualidade devem ser rejeitadas. Alegar que calça comprida é roupa de homem e mulher não pode usar é o cúmulo do absurdo, pois, o corte da calça feminina é completamente diferente da masculina, portanto há calças que são para mulheres, não dá para os homens vestirem e vice versa.

Agora é preciso cuidado com os extremos, pois, o uso de vestidos e saias cobrindo os tornozelos, blusas com mangas até os pulsos e golas à altura do pescoço (o famoso uniforme evangélico), não é sinal de santidade, mas, geralmente desperta a rejeição no próximo impedindo que exalemos o bom perfume de Cristo.

O uso de roupas de "marca" ou "etiqueta" não são pecado, mas de modo geral é um canal aberto para o devorador (são caríssimas) e desperta no coração a chamada vaidade. Basicamente, quem usa uma roupa de grife o faz para que o próximo veja, isso sim não seria conveniente ao cristão. O povo de Deus não deve ser levado pela "moda", ou pelo que a "moda" dita, mas devem optar pela simplicidade (aquilo que não desperta a sensualidade), vejamos: 
"Quero também que as mulheres sejam sensatas e usem roupas decentes e simples. Que elas se enfeitem, mas não com penteados complicados, nem com jóias de ouro ou de pérolas, nem com roupas caras! (isso não é o primordial, grifo nosso) Que se enfeitem com boas ações, como devem fazer as mulheres que dizem que são dedicadas a Deus!" (isso é o primordial, grifo nosso) (1 Tm 2:9,10)

Jóias e Maquiagem

O uso de jóias e bijuterias não é errado, biblicamente falando, no entanto, é preciso que seu uso seja sensato. Os servos de Deus não devem se assemelhar à uma "perua". A ostentação, isso sim, é um pecado.

O uso de maquiagem não é condenado por Deus, no entanto, às mulheres precisam ser sensíveis ao Espírito e não optar por nada demasiadamente pesado. O equilibro se aplica também a esta área.

"Não procure ficar bonita usando enfeites, penteados exagerados, jóias ou vestidos caros." (1 Pe 3.3). Tem mulheres que se preocupam tanto com o seu exterior que esquecem do mais importante, o seu interior (fruto do Espírito), não estamos dizendo com isso e nem o Apóstolo Pedro, que a mulher não deve se arrumar, se sentir bonita, se enfeitar, mas devemos ter em mente o que Paulo disse: 
"Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem." (1 Co 10.23,24), em outra palavras o Equilíbrio Cristão.

O fanatismo chega ao extremo, a ponto de seus "pregadores" ensinarem que as mulheres não devem: usar perfume, se arrumar, se depilar, usar salto alto, e bobeiras como essas. Por anos, nós vivenciamos um sistema machistas nas igrejas, onde tudo, ou quase tudo era pecado, para as irmãs. Era um verdadeiro absurdo, por exemplo: as irmãs não podiam usar um brinco, um anel, um broche, mas víamos homens (Pastores, ensinadores, etc) usando seus broches em paletós, seus prendedores de gravatas, as vezes de ouro, seus anéis de formatura, etc. Será que a "bíblia" desses homens eram diferentes das "bíblias" das mulheres. É lógico que não, portanto, devemos nos ater e seguir as Escrituras e tão somente as Escrituras. Não podemos cair no mesmo engodo que caíram os Fariseus, que com o nome de uma "Santidade" colocavam fardos pesados ao povo, mas nem eles queriam carregar, viviam um vida de extremismos e de aparência, mas foram condenados de forma firme por Jesus, pois, colocavam as tradições (usos e costumes) em primeiro lugar, em detrimento as Escrituras, que é a coluna da firmeza e da verdade.

Bom, com isso, espero ter contribuído para refletirmos sobre esse assunto, que para muitos, por causa da falaciosa tradição (eu aprendi assim, sempre me ensinaram assim) tem sido difícil de se libertarem.

Soli Dei gloria
Pr Pedro Pereira

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