domingo, 3 de junho de 2012

SER PASTOR


Tendo em vista a aproximação do dia do Pastor, 2º domingo de junho, resolvi republicar o artigo "Ser Pastor" de autoria do Pr Altair Germano. Vejamos:

Não deveria haver diferença entre o ser Pastor nos tempos bíblicos do A.T. e N.T., com o ser pastor na atualidade. A atividade pastoral, em muitos lugares está distante do ideal bíblico. Como já escrevi, as ovelhas estão sendo trocadas pelas coisas. Mesmo que as coisas sejam para o bem das ovelhas, o contato pessoal, a visitação, o aconselhamento, a pregação e o ensino não podem ser banidos das atividades cotidianas de um pastor. 

O ministério pastoral é um ministério de contato pessoal, e não de gerenciamento a distância. O perfil do pastor bíblico é o de alguém que entra no aprisco, e não que manda outro em seu lugar (Jo 10.2), as ovelhas reconhecem a sua voz (Jo 10.3), chama as ovelhas pelo nome (Jo 10.2b), as conduz com responsabilidade (Jo 10.2v), dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11), conhece as ovelhas, ou seja, goza de amizade e intimidade com elas e por elas é conhecido (Jo 10.14).

Com o advento da Reforma Industrial, com o modelo capitalista de economia e com as modernas teorias de administração, alguns segmentos da igreja, inseridos neste contexto mundial, como sempre aconteceu, pois a igreja não está isenta da influência cultural externa, acabou adotando o modelo "piramidal" e "departamental" de administração. 
Por "piramidal" entenda-se uma forte ênfase administrativa na hierarquia e um distância crescente de quem está no topo da pirâmide (pastores) dos que estão na base (membros e congregados). No meio da pirâmide ficaram os evangelistas, presbíteros, diáconos e líderes em geral.
Por "departamental" trato da criação de departamentos (como nas fábricas, lojas, comércio e indústria). Dessa forma temos os departamentos infantis, juvenis, de senhores, de senhoras, de evangelização, de educação, de música etc.

O modelo de igreja família e comunidade doméstica, típico do Novo Testamento, ao longo dos anos dissiparam-se. 
O atual modelo pode ser aproveitado? Acredito que algumas coisas sim, desde que norteadas pelos princípios bíblicos. O argumento de que a igreja cresceu, não significa necessariamente que cresceu com saúde. Não são apenas modelos que fazem a igreja crescer, antes, é o próprio Deus que faz a sua igreja crescer nas mais diferentes circunstâncias ou situações (At 2.47; 1 Co 3.6).

Não bastasse as questões (serviços) locais, ainda temos a política eclesiástica que acaba afastando alguns pastores da sua cidade, estado ou região. Alguns, em períodos de eleições convencionais privam a igreja de sua presença partindo em busca de apoio e votos para cargos que não mais produzem o que já produziram. Tempo e dinheiro são na atualidade gastos em vão.

Entendo que uma análise (e auto-análise) séria e profunda da situação poderia mudar o quadro, para que o ministério pastoral retomasse o seu real propósito: "Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas." (Atos 6.2).

Apenas pastores saudáveis ministerialmente poderão conduzir de maneira saudável o rebanho do Senhor: "Tenho, porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas". (Ap 2.4-5)

Honra e obediência é devido aos verdadeiros pastores (Hb 13.7 e 17). Oremos por eles, pois precisam de nossas orações (1 Ts 5.25)!


* Extraído do blog do Pr Altair Germano 

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