quarta-feira, 10 de abril de 2013

PODEMOS OU NÃO JULGAR?

"Diante de contundentes análises contidas neste blog, pelas quais tenho abordado (com temor a Deus e à luz da Bíblia) desvios do evangelho, alguns irmãos, embora concordem no todo ou em parte com o que lêem, têm dito:“Não cabe a nós julgar”, “Quem é você para julgar?”ou, ainda, “Somos o único exército que mata os seus soldados”.
Ora, como diz a Palavra de Deus, “já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus” (1 Pe 4.17). E, se alguém ainda pensa que não cabe a nós julgar, e que o fato de reconhecermos os nossos erros e combatê-los segundo a Bíblia é “matar soldados”, é bom que reflita com base nos pontos mencionados abaixo:

1) Segundo a Bíblia, nunca devemos desprezar pregações, ensinamentos, profecias, hinos de louvor a Deus, bem como sinais e prodígios (At 17.11a; 2.13; 1 Ts 5.19,20). Nesse sentido, de fato, não devemos julgar. Mas cabe a nós provar, examinar se tudo é aprovado pelo Senhor (At 17.11b; 1 Ts 5.21; Hb 13.9). Em 1 Coríntios 14.29 está escrito: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem”. E, em 1 João 4.1, lemos:“Amados, não creais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. Este é o tipo de julgamento que faço neste blog.

2) Devemos julgar segundo a reta justiça (Jo 7.24), e não pela aparência, por preconceito ou mágoa de alguém. Jesus condenou o julgamento no sentido de caluniar: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7.1), mas, no mesmo capítulo, Ele demonstrou que devemos nos acautelar dos falsos profetas e apresentou critérios pelos quais podemos julgar, isto é, discernir, provar, examinar (Mt 7.15-23).

3) Sempre devemos julgar pela Palavra de Deus (At 17.11; Hb 5.12-14), pois ela está acima de mim, de você, de nós, do cantor fulano, do pregador beltrano, da vocalista cicrana, dos anjos (Gl 1.8), da igreja tal, etc. Leia 1 Coríntios 4.6; Salmos 138.2.

4) Devemos julgar de acordo com a sintonia do Corpo com a Cabeça (Ef 4.14,15; 1 Co 2.16; 1 Jo 2.20,27; Nm 9.15-22). A verdadeira Igreja de Cristo é a que o acompanha, o segue, e não aquela que segue ao seu próprio caminho. Em Apocalipse 2 e 3 vemos exemplos de igrejas que agradavam a Jesus (a minoria) e de outras, que não faziam a vontade dEle.

5) O julgamento deve ocorrer também segundo o dom de discernir os espíritos dado às igrejas de Cristo (1 Co 12.10,11; At 13.6-11; 16.1-18). Mas a falta deste dom em algumas igrejas locais faz com que os crentes se conformem com o erro e digam: “Quem sou eu para julgar?”, etc.

6) Devemos julgar tudo com bom senso (1 Co 14.33; At 9.10,11). Você pode me julgar, analisar o que eu escrevo, examinar, contestar, sabia? Mas com bom senso, à luz da Palavra de Deus, e não de maneira agressiva, com um comportamento de fã, defendendo o seu grupo ou seu cantor preferido. E não basta fazer citações bíblicas. É preciso saber citar versículos bíblicos que estejam em harmonia com contexto. É necessário saber manejar bem a Palavra de Deus (2 Tm 2.15).

7) Devemos julgar, ainda, de acordo com cumprimento da predição, no caso da profecia (Ez 33.33; Dt 18.21,22; Jr 28.9), se bem que apenas isso não é suficiente para autenticá-la (Dt 13.1,2; Jo 14.23a). Com já mencionei neste blog, a “apóstola” tal (Alguém sabe do seu paradeiro?) afirmou que Jesus voltaria num dos sábados de julho de 2007? Muitos esperaram o seu cumprimento até o último sábado... Mas, no caso desta predição, não era nem necessário esperar, pois já estava reprovada desde o início pelo teste da Palavra!

8) Finalmente, devemos julgar de acordo com a vida do pregador, da cantora, do profeta ou do milagreiro (2 Tm 2.20,21; Gl 5.22):

● Ele(a) tem uma vida de oração e devoção a Deus?
● Ele(a) honra a Cristo em tudo, não recebendo glória dos homens?
● Ele(a) demonstra amar e seguir a Palavra do Senhor?
● Ele(a) ama os pecadores e deseja vê-los salvos?
● Ele(a) detesta o mal e ama justiça?
● Ele(a) prega contra o pecado, defende o evangelho de Cristo e conduz a igreja à santificação?
● Ele(a) repudia a avareza, ou ama sordidamente o dinheiro?"

*Extraído do Blog do Pr Ciro

quarta-feira, 3 de abril de 2013

REFLETINDO SOBRE AS MUSICAS TOCADAS NOS CULTOS EVANGÉLICOS.




Lendo o Blog do Pr Renato Vargens achei este artigo interessante e concordo com sua opinião, pois me parece que estamos perdendo a essência do culto dando lugar ao que chamamos de shows "gospel". Devemos tomar cuidado pois em muitos lugares a prioridade não é mais a pregação do evangelho, os momentos reservados para a palavra de Deus esta cada vez mais escasso, ou seja se pula, canta, bate palma, pula de novo, dança, canta, canta, canta...e canta mais um pouco e então não sobra tempo para a palavra de Deus, em fim estamos cansando disso. O nosso sustento espiritual vem da pregação da palavra de Deus. Bom convido o caro amigo a ler o conteúdo abaixo e refletir sobre o assunto:


"Há pouco participei de um culto onde o momento de louvor com música foi uma pulação só. Depois de mais de uma hora de muitos gritos, saltos e urros espirituais, o pastor imbuído de uma espiritualidade opaca me avisou que o sermão não deveria passar de 30 minutos, isto porque, a hora havia passado e já estava tarde demais. 

Pois é, ultimamente tenho pensado nas canções cantadas em nossas igrejas. Aliás, vale a pena ressaltar que a esmagadora maioria dos denominados cultos evangélicos dedicam muito mais tempo a música do que qualquer outra coisa. Infelizmente os louvores cantados em nossas reuniões são extremamente antropocêntricos, o que nitidamente se percebe em nossos encontros congregacionais. Se fizermos uma análise de nossas liturgias chegaremos a conclusão que boa parte das canções que entoamos são feitas na primeira pessoa do singular, cujas letras prioritariamente reivindicam as bênçãos de Deus. Para piorar a situação, as músicas cantadas pelos denominados artistas gospel, nem o nome de Cristo mencionam mais.

Veja por exemplo a canção "Tire os pés do chão" do ministério "Toque no Altar" que incentiva o crente a festejar, dançar e tirar os pés do chão: 

Quem me viu dizia
Não poderá alcançar 
Mas sou irresistível 
Não vou mais parar 
Este é um novo dia 
A nova casa é maior 
É tempo de alegria posso festejar 
Por tudo o que vi, E o que virá. 
Vou tirar os pés do chão, E festejar, festejar!!! 
O impossível se rendeu. Eu posso dançar, dançar!!! 
Diante das muralhas, Eu vou gritar. 
Sobre os portões do inimigo, Vou saltar... 

Caro leitor, participar de alguns cultos é um verdadeiro desafio, isto porque as canções entoadas em nossos cultos são absolutamente desprovidas de graça. Infelizmente numa liturgia preponderantemente hedonista, este tipo de evangélico é extravagante, quer de volta o que é seu, necessita de restituição, determina a prosperidade, toca no altar, pede chuva, canta mantras repetitivos erotizando sua relação com Deus, desejando da parte do Criador, beijos, abraços e colo. 

Prezado amigo, sem sombra de dúvidas vivemos dias complicadíssimos onde o Todo-poderoso foi transformado em gênio da lâmpada mágica, cuja missão prioritária é promover satisfação aos crentes. Diante disto, precisamos orar ao Senhor pedindo a Ele que nos livre definitivamente desse louvor, filho bastardo da indústria mercantilista gospel, o qual nos tem nos empurrado goela abaixo, conceitos e valores anticristãos cujo objetivo final não é a glória de Deus, mas satisfação dos homens.

Definitivamente a coisa está feia! Minha oração é que o Senhor nosso Deus nos reconduza a uma adoração cristocêntrica extirpando das nossas liturgias essa pulação inconsequente que em nada contribui para o engrandecimento do nome do Senhor". 

Soli Deo Gloria!

*Extraído do blog do Pr Renato Vargens

quinta-feira, 28 de março de 2013

A PRESENÇA DE DEUS, PRIORIDADE DA IGREJA



Lendo o livro de êxodo, no capítulo 33, chegamos a conclusão que a maior necessidade da igreja não é das bênçãos de Deus, é de Deus. O Deus das bênçãos é melhor do que as bênçãos de Deus. 

A igreja contemporânea mudou a sua ênfase. A pregação moderna não diz que o fim principal do homem é glorificar a Deus, mas que o fim principal de Deus é glorificar o homem, uma mensagem totalmente antropocêntrica. 

O evangelho moderno ensina que é Deus quem está a serviço do homem e não o homem a serviço de Deus. O foco mudou. Não é mais Deus que é a medida e o fim de todas as coisas, mas o homem que é a medida de todas as coisas. 

Hoje o homem trocou Deus pelas dádivas de Deus. As pessoas querem a salvação e não o salvador. Querem os dons e não o doador. Querem coisas e não Deus.

No passado, a presença de Deus era a coisa mais importante que seu povo buscava. Que diga Abraão, Moisés, Davi, e tantos outros homens de Deus. Ainda num passado não tão distante nossas igrejas priorizavam a presença de Deus.

A presença de Deus era essencial na vida do seu povo. Deus apareceu para Moisés no deserto numa sarça e sua Glória se manifestou, Moisés caiu com o rosto em terra e nunca mais foi o mesmo. A presença de Deus, na vida de Moisés, revelou-se poderosamente no Egito quebrando o poder dos deuses do Egito e o orgulho de Faraó. 

Com a presença de Deus o povo foi liberto e protegido, na coluna de fogo e na coluna de nuvem. A nuvem era o símbolo da presença de Deus. A presença de Deus dava direção de dia e proteção à noite.

Mas, houve um dia em que a presença de Deus foi embora do arraial de Israel. O povo pecou e o pecado faz separação entre nós e o nosso Deus. A maior tragédia do pecado é que ele afasta de nós a presença de Deus.

Deus disse para Moisés que não iria mais com o povo por causa do pecado no arraial de Israel. Quando os filhos de Eli pecaram contra Deus, a arca, símbolo da presença de Deus foi roubada e a glória de Israel, a presença de Deus, se apartou do povo. No tempo de Ezequiel a glória de Deus se afastou da cidade, do templo, do monte e o povo foi levado ao cativeiro. Sem a presença de Deus nada somos, a derrota é certa.

A igreja necessita desesperadamente da presença de Deus. Sem a presença de Deus nossas vidas serão vazias, nossos cultos sem vida, nossas músicas sem unção e nossas mensagens mortas. Muitas vezes, confundidos a onipresença de Deus com a presença manifesta de Deus. Deus está em toda parte, mas Deus não está em toda parte com a sua presença manifesta. Quando Deus está entre o seu povo isso é notório, como quando Jacó acordou em Betel.

Muitas vezes pregamos que Deus está entre nós. Mas as pessoas vêm e não sentem Deus. Muitos cultos viraram apenas reuniões sociais, pontos de encontro, lugar de boa música, palmas, danças. Porém sem a presença de Deus. Dizemos que tem pão na casa do pão, mas só temos fornos frios, prateleiras vazias e receitas de pão.

NADA PODE SUBSTITUIR A PRESENÇA DE DEUS NO MEIO DA IGREJA 

Anjo não substitui a presença de Deus.

Deus prometeu ao povo enviar o seu Anjo. É uma coisa maravilhosa ter o anjo do Senhor acampado ao nosso redor. Eles são ministros de Deus em nosso favor. Mas Moisés queria Deus, e não apenas o anjo de Deus. Não há substitutos para a presença de Deus no meio da igreja. 

Vitórias, prosperidade financeira, campanhas e promessas não substituem a presença de Deus.

Deus prometeu a eles vitória. Deus prometeu a eles desalojar os povos da terra. Eles teriam vitória contra os seus inimigos, eles teria terras, plantações, animais como fonte de renda, mas não comunhão com Deus. E Moisés não queria apenas vitória, ele queria Deus

Ele não queria apenas bênçãos, ele queria o abençoador. Canaã, sem Deus é terra estranha. Nada substitui Deus em nossa vida.

MAS COMO BUSCAR DE VOLTA A PRESENÇA DE DEUS NO MEIO DO POVO? 

Precisamos voltar a oração, no meio do povo de Deus. 

Moisés sente o fardo e retira-se para orar. A restauração da igreja começa quando os líderes e o povo sentem sobre si o fardo da oração. A restauração da igreja começa quando alguém rompe o estado de letargia e começa a buscar a Deus em oração. Foi assim na história da igreja, sempre que um homem, um grupo se consagrou à oração e começou a buscar a Deus fervorosamente, houve restauração. Sem oração a igreja não tem poder. Sem oração os corações não se derretem. Sem oração, a "Skekiná" da glória de Deus não desce sobre o povo.

Precisamos não só deixar o pecado, mas ansiar, querer, ardentemente, pela volta da presença de Deus.

Moisés estava ansioso para que a presença de Deus retornasse. Assim, ele estabeleceu um lugar de oração. Ele não pressionou. Era espontâneo: “Todo aquele que buscava ao Senhor saia à tenda da congregação” (v 7). 

Nem todos foram à tenda da congregação. Mas houve pessoas que sentiram o mesmo fardo que Moisés sentiu e foram buscar a presença de Deus. É importante notar que eles não se contentaram em orar em suas próprias tendas. Eles tinham um lugar específico para se reunirem em oração. Precisamos nos reunir (igreja) para orar desejando a presença de Deus. A igreja primitiva orava nos lares e também no templo, buscando ardentemente a presença de Deus e Deus se manifestava poderosamente. 

Outros não foram à tenda para orar, mas viram os que tinham fome da presença de Deus entrando na tenda. Não espere que toda a igreja venha orar. Venha você e verá que todos serão impactados.

Como a Igreja deve orar? 

Continuamente e com intimidade com Deus.

De que forma Moisés orava? Moisés buscava a Deus continuamente. Ele era um homem de oração. Ele costumava tomar a tenda e armá-la para si fora do arraial. Mesmo diante da crise espiritual do povo, ele mantinha a sua vida íntima de oração.
Deus falava com Moisés face a face. Moisés tinha intimidade com Deus. Na oração, não somente Moisés falava com Deus, mas Deus também falava com Moisés. Oração não é um monólogo, mas um diálogo com Deus.

Moises queria conhecer a Deus na intimidade - "Rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que te conheça e ache graças aos teus olhos". (v 13).
Queria mais de Deus, para a sua vida e para o seu povo. Então voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda.” (v 11)
Queria ver a glória de Deus: “Então, ele disse: “Rogo-te que me mostres a tua glória.” (v 18)

DEPOIS DO QUEBRANTAMENTO A PRESENÇA DE DEUS VOLTA SOBRE O SEU POVO 

Quando Moisés se separou para buscar a Deus, juntamente  com o povo, a nuvem da presença de Deus veio sobre a tenda da congregação e o povo começou a adorar a Deus nas suas tendas.

A oração muda as coisas. Deus havia dito que sua presença não iria com o povo. Mas, quando o povo se arrependeu e orou e buscou a Deus, Deus disse: “A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso” (v 14).

Quando a presença de Deus é restaurada, o povo quer mais de Deus. Quando a presença de Deus é restaurada, desejamos ansiosamente ver a glória de Deus (v 18). A igreja é restaurada, avivada e abençoada.

Como está a glória de Deus em nossas vidas, em nossas igrejas, em nossas reuniões eclesiásticas. A presença de Deus não pode ficar em segundo plano, mas deve ser a prioridade das nossas vidas. 

Riquezas, prosperidade, status, vitória, nem sempre são sinônimo da presença de Deus. Mas, com a presença de Deus temos a garantia da Benção de Deus, através da sua infinita graça. É isso.

Quero terminar com a citação de Davi: "Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?" Salmos 42:1-3.

Soli Dei Glória.

Pr Pedro Pereira







quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A SIMPLICIDADE DE JESUS

A cada dia mais me impressiona a simplicidade de Jesus em relação a tudo. 


Ele negou-se a tratar de quase tudo o que a filosofia e a teologia tratam com avidez. 

A origem do mal Ele simplesmente desprezou em qualquer que seja a explicação “metafísica”. Simplesmente disse que o mal existe. E o tratou com realidade óbvia. 

O problema da dor foi por Ele tratado com as mãos, não com palavras e discursos. 

As desigualdades sociais foram todas reconhecidas, mas não se o vê armando qualquer ação popular contra elas. 

Seus protestos eram todos ligados à perversão do coração, mas nunca se tornavam projeto político, ou passeatas, ou bandeiras. 

A “queda” não é objeto de nenhuma especulação da parte Dele. Bastava a todos ver as conseqüências dela. 

Sobre a morte sua resposta foi a paz e a vida eterna. 

Jamais tentou justificar o Pai de nada. Apenas disse que Ele é bom e justo. 

Mandou lutar contra os poderes da hipocrisia e do desamor, mas não deu nenhuma garantia de que se os venceria na Terra. 

Sua grande resposta à catástrofe humana foi a promessa de Sua vinda, e nada mais. 

Nunca pediu que se estabelecesse o Reino de Deus fora do homem, mas sempre dentro dele; pois, fora, o reino, por hora, era do príncipe deste mundo. 

Não buscou ninguém com poder a fim de ajudar qualquer coisa em Sua missão. 

Adulto, foi ao templo apenas para pregar aquilo que acabaria com o significado do templo como lugar de culto. 

Fez da vida o sagrado, e de todo homem um altar no qual Deus é servido em amor. 

Chamou o dinheiro de “deus”, mas se serviu dele como simples meio. 

Pagou impostos; mas nunca cobrou nada de ninguém, exceto amor ao próximo. 

A morte para Ele não era mesma coisa que é para nós. Morrer não era mal. Viver mal é que era mau. 

Em Seus ensinos Ele sempre parte do que existe como realidade e nega-se fazer qualquer viagem para aquém do dia de hoje. 

Para Ele o mundo se explicava pelas ações dos homens, e prescindia de analises; pois, tudo era mais que óbvio. 

Não teologizou sobre nada. E todas as Suas respostas aos escribas e teólogos eram feitas de questões sobre a vida e seu significado agora; e sempre relacionado ao que se tem que ser e fazer. 

Quando indagado de onde vinha o “joio”, Ele simplesmente diz: “Um inimigo fez isso...” — referindo-se ao diabo. 

Prega a Palavra, e não tenta controlá-la. 

Vê pessoas crerem, mas não tem nenhuma fixação em fazê-las suas seguidoras físicas e geográficas. 

Não tem pressa, embora saiba que o mundo precisa conhecer Sua Palavra. 

Cita as Escrituras sem nenhuma preocupação com autores, contextos ou momentos históricos. 

Arranca certezas da Palavra baseadas em um verbo “ser” — aludindo ao fato de Deus ser Deus de vivos e não de mortos, pois, “para ele todos vivem”. 

Ensina que a morte é o fundamento da vida, e tira dela o poder de matar, dando a ela a força das sementes que ao morrerem dão muito fruto. 

E assim Ele vai... 

E assim Nele é!

Solo Christus.

Pr Pedro Pereira

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

CONFIANDO EM DEUS NA SUPERAÇÃO DO ABATIMENTO DA ALMA


A tristeza, o medo, a angústia e a ansiedade são sentimentos que fazem parte de nossa existência humana. Eles causam o abatimento da alma, e geralmente são oriundos de adversidades vivenciadas pelos filhos de Deus.

Quando o vento sopra ao contrário, quando a montanha é alta demais, quando a noite se prolonga, quando a tempestade bate impiedosamente contra nós, quando as muralhas nos cercam, com certeza a nossa alma responderá com temores, o nosso corpo com tremores e os olhos com lágrimas.

Gigantes de Deus experienciaram suas crises emocionais. Observe, por exemplo, o caso de Davi, um grande rei e guerreiro, que diante das lutas no campo de batalha da alma, gemeu amargamente:

Estou cansado de tanto gemer; todas as noites faço nadar o meu leito, de minhas lágrimas o alago. Meus olhos, de mágoa, se acham amortecidos, envelhecem por causa de todos os meus adversários. (Salmo 6.6-7)

A atitude de Davi diante de seus sentimentos não foi a de negação, mas a de enfrentamento, confiando naquele que poderia livrá-lo de tão pesada carga:
Tem compaixão de mim, SENHOR, porque eu me sinto debilitado; sara-me, SENHOR, porque os meus ossos estão abalados. Também a minha alma está profundamente perturbada; mas tu, SENHOR, até quando? Volta-te, SENHOR, e livra a minha alma; salva-me por tua graça. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniqüidade, porque o SENHOR ouviu a voz do meu lamento; o SENHOR ouviu a minha súplica; o SENHOR acolhe a minha oração. (Salmo 6.2-4; 8-9)

A Escritura ensina como se deve lidar com tais sentimentos, e  mostra que é preciso manter a confiança em Deus diante das adversidades da vida. Davi luta na arena do próprio ser, firmando a confiança na misericórdia e na graça Deus, que acolhe o seu lamento e súplica em forma de oração, livrando a sua alma do fardo inquietante.

Em outro Salmo Davi mais uma vez manifesta os seus sentimentos:

As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está?(Salmo 42.2)

Percebemos a intensidade do contínuo sofrimento do salmista na expressão “dia e noite”. Você já vivenciou uma situação semelhante a esta, onde não consegue um só momento livrar-se do amargor da alma? Mas uma vez, conscientemente e decididamente, Davi busca amparo e socorro em quem o pode livrar e salvar, e num diálogo interior entre razão e emoção, num ato de fé, verbaliza:

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. Sinto abatida dentro de mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar. Um abismo chama outro abismo, ao fragor das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim. Contudo, o SENHOR, durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida. Digo a Deus, minha rocha: por que te olvidaste de mim? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos? Esmigalham-se-me os ossos, quando os meus adversários me insultam, dizendo e dizendo: O teu Deus, onde está? Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. (Salmo 42.5-11)

Davi, em sua contínua busca de força e ânimo mantém o foco em Deus. Após manifestar novamente a confiança em seu auxílio, o salmista declara que o Senhor está sempre presente em seus pensamentos e lembranças. A misericórdia é novamente evocada, e novamente a sua alma é convidada a esperar com ânimo em Deus, pois o tempo de louvar com júbilo logo chegará.

Esperar em Deus não significa que Ele está longe e logo aparecerá. Esperar em Deus é aguardar a sua intervenção no curso dos acontecimentos, pois Ele sempre está ao nosso lado, e no momento certo, da maneira ideal, provê a cura, a libertação e a salvação dos seus filhos, para o louvor e glória do seu santo nome.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A DIFERENÇA ENTRE MORALISMO E MISERICÓRDIA


O mundo cristão está cheio de moralistas, de pessoas que vivem um evangelho muito diferente daquele pregado e ensinado por Jesus.

O moralista jubila com a queda alheia, pois isso fortalece o seu senso de justiça própria. O misericordioso chora diante da mesma situação, pois entende ser passivo do mesmo erro. 

Em se tratando de santidade e justiça, o moralista é alguém que se percebe sempre acima da média (Lc 18.9-14).

O moralista está sempre pronto para apontar e para condenar sem misericórdia alguma as transgressões que se tornam manifestas e concretas na vida do próximo, enquanto que a sua própria mente é um depósito de promiscuidade, perversão e imoralidade (Mt 5.27-28). Apontando para as transgressões alheias ele procura desviar as atenções de suas próprias transgressões. Fazendo assim, ele promove o engano e o autoengano.

O moralista é alguém que em nada difere interiormente daqueles que desprezam o conhecimento de Deus, pois estão: "cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade, possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade". (Rm 1.29)

O moralista se coloca geralmente numa condição superior a do próprio Deus, pois enquanto este apaga, esquece e lança as nossas transgressões nas profundezas do mar, o primeiro sempre procura trazê-las à tona e colocá-las em evidência:
"Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro." (Is 43.25)
"Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar". (Mq 7.18-19)

Os moralistas pisam nos transgressores com o propósito de destruí-los e desmoralizá-los, enquanto que o Deus misericordioso pisa nas transgressões (iniquidades), com o propósito de restaurar o transgressor.

Em Provérbios 28.13 lemos: "O que encobre as suas transgressões nunca prosperá; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia". O texto nos ensina que:

- As transgressões, aquelas reputadas por mais graves ou menos graves são sempre uma possibilidade na vida do crente;

- Não são as transgressões que impedirão a nossa prosperidade, mas sim o ato de encobri-las. Dessa maneira, é possível falhar, mas após confessar a falha poderemos caminhar prosperando em tudo para a glória de Deus;

- O alcance da misericórdia não depende apenas das confissões do transgressor. É preciso deixar as transgressões;

- A misericórdia não promove o conformismo com o erro. O que a misericórdia faz é conceder novas oportunidades aos transgressores, que não devem ser abusadas, pois Deus não é conivente com os que se deleitam e insistem em transgredir. Quem abusa da misericórdia está abusando da graça, e quem abusa da graça pode cair em eterna desgraça.

A autoridade moral e espiritual de um servo e filho de Deus não se relaciona com a ausência do pecado e da transgressão, mas se estas questões são tratadas de acordo com as recomendações das Sagradas Escrituras (2 Sm 12.3; 1 Jo 1.8-10). 

Não se intimide com os moralistas. Apegue-se ao Deus de toda a misericórdia e aos misericordiosos, pois estes com certeza estarão sempre dispostos a perdoar, acolher e amar.


*Extraído do Blog do Pr Altair Germano
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sábado, 1 de dezembro de 2012

Resposta sobre o Natal


"Hoje começa o mês de dezembro. E pessoas do mundo todo falarão ainda mais sobre o Natal, mesmo sem conhecerem o seu real significado. No mundo que jaz no Maligno, aumenta o número de pessoas que odeiam a Cristo e seu Natal. 

E, no meio evangélico, a cada ano, surgem mais e mais "entendidos" que satanizam essa celebração e até apresentam razões para ignorarmos o nascimento de Cristo.


Sinceramente, os motivos para odiar ou satanizar o Natal são risíveis, a despeito de eu chorar ante a ignorância dos cristãos (cristãos?) inimigos do Natal. Estes têm dito, por exemplo, que o Natal “traz em seu bojo um clima de angústia e tristeza”, e que isso ocorre por causa de “um espírito de opressão que está camuflado, escondido atrás da tradição romana que se infiltrou na igreja evangélica, e que precisamos expulsar em nome de Jesus”.

Meu Deus! Desde a minha infância aprendi a celebrar o Natal de Cristo. Lembro-me com muita alegria das peças, poesias e cantatas natalinas, além das maravilhosas mensagens de Natal, ministradas por homens de Deus. A lembrança da encarnação do Senhor propicia alegria na alma, e não tristeza! Prova disso é que vários hinos da Harpa Cristã, hinário oficial das Assembleias de Deus, nos estimulam a celebrar o Natal de Cristo. Vejamos especialmente os hinos 21, 120, 366, 481 e 489.

Receio que os inimigos do Natal tenham se deixado influenciar por outro espírito, o do Anticristo, que já está no mundo (1 Jo 4.3). Vivemos em uma época em que o Diabo deseja, a todo custo, fazer com que o nome de Jesus desapareça da face da terra. E uma de suas estratégias é apresentar “outro evangelho”, fanatizante, farisaico, legalista, que procura desviar os salvos da verdade, carregando-os de ordenanças, como: “não toques, não proves, não manuseies”, as quais “perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens” (Cl 2.20-22).  

Tais "experts" em apreço dizem, também, que a Bíblia não apresenta um mandamento para celebrar o Natal... O que eles queriam, que Deus ordenasse: “Celebrai com júbilo o Natal de Cristo, todos os moradores da terra”? Nem tudo, nas Escrituras, é tratado por meio de mandamentos. Ela é também um Livro de princípios, doutrinas, tipos, símbolos, parábolas, metáforas, profecias, provérbios, exemplos, etc. E um grande exemplo foi dado pelos anjos de Deus, que celebraram o Natal de Cristo, dizendo: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc 2.14).

Mas, se tais cristãos são fanáticos a ponto de se apegarem a questiúnculas, parem de comemorar o Dia do Pastor, o Dia da Bíblia, o Dia da Escola Dominical, o Dia de Missões, etc. Ah, e também parem de receber presentes de aniversário, pois não há nenhum mandamento bíblico do tipo: “Eis que presentes receberás no dia do teu aniversário”. 

O fanatismo dos inimigos do Natal é tão grande que os leva a seguir pensamentos extremistas, como este: “O Natal é uma festa que centraliza a visão do palpável e esquece do que é espiritual. Para Jesus o mais importante é o Reino de Deus, que não é comida e bebida, mas justiça e paz no espírito”. Dá-me paciência, Senhor! Eles nunca aprenderam que o cristão é diferente do mundo, a despeito de estar no mundo? Conquanto o Reino de Cristo seja preponderantemente espiritual, somos pessoas normais. Precisamos trabalhar, estudar, nos alimentar... O cristão que se preza conhece o verdadeiro sentido do Natal e sabe distingui-lo do Natal secular, sincrético, consumista (cf. 1 Co 10.23-32).

Inimigos do Natal que lerem este artigo poderão argumentar: “a igreja do Senhor está vivendo a época profética da festa dos tabernáculos, que significa a preparação do caminho do Senhor, e, se você prepara o caminho para Ele nascer, não o prepara para Ele voltar”. Onde eles aprenderam isso? Tenho certeza de que não foi na Escola Dominical nem em uma instituição de ensino que preza a ortodoxia. Eles se opõem à celebração do Natal em razão de não haver um mandamento específico... Mas, ao mesmo tempo, se apegam a uma aplicação "forçada" da festa dos tabernáculos para se opor ao Natal de Cristo? Haja incoerência!

Uma das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus é o nascimento do Senhor Jesus, isto é, a sua gloriosa encarnação (Jo 1.14; 1 Tm 3.16). Aliás, a obra da expiação está em um tripé: nascimento do Senhor, sua morte e sua ressurreição (Gl 4.4; 1 Co 15.1-4). Ignorar o Natal de Cristo é negar parte de sua obra salvífica.

Mas os inimigos do Natal vão alegar que o nascimento de Jesus não tem mais nenhum sentido profético, pois todas as profecias que apontavam para sua primeira vinda ao mundo já se cumpriram... É mesmo? Então, para eles, a Bíblia é apenas um tratado de escatologia, que se ocupa exclusivamente de assuntos relativos ao futuro? Ora, as Escrituras apresentam muitas doutrinas escatológicas, porém elas também contêm teologia, cristologia, pneumatologia, antropologia, hamartiologia, soteriologia, eclesiologia e angelologia. Sabemos que o Natal de Cristo está ligado diretamente à cristologia e à soteriologia. Entretanto, como todas as doutrinas bíblicas são intercambiáveis, em Apocalipse 12 há uma menção ao Menino Jesus! Será que os sapientíssimos fariseus do século XXI já atentaram para isso?

Outro motivo alegado para não comemorarmos o Natal de Cristo é o dia 25 de dezembro. Os opositores do Natal dizem que essa data foi estabelecida pela Igreja Católica Romana. Mas, à época, a intenção foi boa! Considerando que já havia uma grande comemoração pagã no mesmo dia, o imperador obrigou a todos a se lembrarem do dia natalício de Cristo. Se um dia ocorrer um grande avivamento no Brasil, e todos os poderes se converterem ao Evangelho, e ficar estabelecido que 12 de outubro é o Dia de Louvor a Jesus Cristo, nos oporemos a isso, sob a alegação de que essa data fora outrora consagrada à Senhora Aparecida?

“Ah, mas o Natal se tornou um culto comercial que visa render muito dinheiro. Tirar dos pobres e engordar os ricos. É uma festa de ilusão onde muitos se desesperam porque não podem comprar um presentinho para os filhos”, os inimigos do Natal argumentarão. O que isso tem a ver com o verdadeiro sentido do Natal de Cristo? A Páscoa também é aproveitada pelo mundo capitalista para explorar o consumismo. Vamos ignorar a Páscoa por causa disso?

Se há uma celebração de Natal que prioriza o comércio, existe, também, uma celebração que prioriza Cristo! Segue-se que esse motivo alegado para não celebrar o Natal de Cristo é reducionista, generalizante e preconceituoso. Tais "entendidos" acusam o Natal de ser uma festividade “baseada em culto a falsos deuses nascidos na Babilônia. Então, se recebemos o Natal pela igreja católica romana, e esta por sua vez recebeu do paganismo, de onde receberam os pagãos? Qual a origem verdadeira?” Quanta ignorância! O Natal de Cristo precede e transcende o paganismo da Igreja Católica Romana.

Lembrar do nascimento de Cristo, descrito na Bíblia, e glorificar a Deus por ter nos dado o seu Filho Unigênito é lícito e conveniente. Isso nada tem a ver com Roma, Babilônia, etc. Ademais, o fato de o Natal ser celebrado também pela Igreja Católica Romana não torna o Natal de Cristo idolátrico. Caso contrário, a missa, com a sua hóstia, tornaria a Ceia do Senhor igualmente idolátrica, não é mesmo? Esses cristãos inimigos do Natal pensam que sabem muito, mas estão redondamente enganados! Idolatria é condição do coração. Ela não é um pecado praticado de modo subjetivo.

Finalmente, tais "entendidos", inimigos do Natal, reprovam e até proíbem a celebração do Natal de Cristo por causa de Papai Noel, duendes, gnomos, decorações natalinas e outras coisas mundanas. Mas cometem um grande pecado, ao se mostrarem mais santos do que os outros. Coam mosquitos e engolem camelos. Além disso, interferem na liberdade que Cristo outorgou aos seus seguidores e exigem um padrão de santidade que nem a Palavra de Deus exige! Meditem em Eclesiastes 7.16,17.

Graças a Deus, a maioria dos seguidores de Cristo não aceita essa interferência fanatizante em sua liberdade. Caso contrário, o cristianismo se transformaria em uma religião extremista, fanática, sectária, e tudo passaria a ser pecaminoso: bolo de aniversário, vestido de noiva, terno, gravata, calça jeans, passeio no shopping... Aliás, já houve um tempo em que o rádio era a caixa do Diabo, e o crente não podia usar perfume! Que Deus nos guarde do legalismo farisaico!"

* Extraído do Blog do Pr Ciro Sanches Zibordi