quinta-feira, 19 de março de 2015

VAMOS MELHORAR!!!???

Às propostas:

1. Deixe de promover eventos festivos um atrás do outro, que acarretam enormes despesas à igreja e pouco resultado trazem à vida espiritual dos crentes e à evangelização, mas não abra mão dos cultos "normais", onde todos podem ser edificados mutuamente. Aqui a comunhão pode ser experimentada em sua dimensão mais profunda.

2. Pare de criar nomenclaturas para definir um culto do outro, como, por exemplo, "culto da vitória", "culto de libertação", "culto de avivamento", "culto da virada" etc., pois culto se presta a Deus de acordo com os elementos descritos no Novo Testamento, e todos eles, quando prestados de fato ao Senhor, cumprem todas as finalidades bíblicas.

3. Reprograme as atividades extra-cultos em sua igreja, entre elas os ensaios dos diferentes departamentos musicais, para não correr o risco de um ativismo improdutivo e ter os horários de tal maneira ocupados com tantas programações que o tempo para o verdadeiro culto a Deus seja escasso, trazendo sérios prejuízos espirituais à vida dos crentes.

4. Tome a decisão radical de não convidar cantores famosos para "abrilhantar" os festejos da igreja (até porque estes em grande parte já não mais farão parte do calendário, pelo menos por um ano) e você descobrirá quantos talentos escondidos na própria igreja poderão ser aproveitados, sem custo algum, nos cultos regulares ou em outro evento extremamente indispensável. Além disso, se não houver demanda, os cantores (sem cair no terreno da generalização) deixarão de cobrar os elevados cachês e, quem sabe, aprendam a ver o que fazem como ministério e não como profissão.

5. Não deixe também de valorizar o cântico congregacional. Uma igreja que adora a Deus unida pode experimentar a vida comunitária com muito maior comunhão e proveito do que aquela em que os membros são meros assistentes de culto. Vêm e vão sem nenhum comprometimento com a vida comunitária. 

6. De igual modo, pare de convidar pregadores renomados, os quais seguem a mesma linha dos cantores "profissionais" e chegam nas igrejas com os DVDs (ou CDs) da mensagem ainda a ser pregada já prontos para serem colocados à venda na porta da igreja por um preço bem módico. Quem sabe eles (sem cair também no terreno da generalização) da mesma forma aprendam e passem a servir e não buscar serem servidos.

7. Na ausência dos pregadores que não serão mais convidados, pare de "encher linguiça" durante os cultos, não mais ofereça "capim seco" às suas ovelhas, mas prepare-se para a cada culto ter sempre uma nova mensagem bíblica, cristocêntrica, sem apelar para os conhecidos e já surrados chavões, que alimente o povo e lhe aguce o desejo de voltar nos próximos cultos.

8. Pare de valorizar o formalismo da oração, que envaidece o coração farisaico, mas ensine a sua igreja o que significa orar e torne isso parte do metabolismo espiritual dos crentes de maneira que a oração, a conversa com Deus, profunda, livre e sincera, permeie tudo quanto a igreja faça.

9. Pare de promover eventos evangelísticos, mas faça com que a igreja encarne a paixão pelas almas e passe a empregar o velho (mas sempre novo) evangelismo pessoal como meio de alcançar os perdidos para Cristo. Uma boa maneira é estimular a cada um para que se comprometa a orar, fazer amizade e convidar os seus parentes, amigos e vizinhos com regularidade para que assistam os cultos e ouçam a Palavra de Deus, Não é preciso ir longe. O campo está perto de cada crente. Saiba que 99% das pessoas que frequentam a igreja, hoje, foram trazidas por alguém e não por um "programa".

10. Valorize os cultos nos lares, de maneira sistemática, sem se preocupar com nomenclatura. A igreja primitiva se reunia no templo e nas casas e a maioria absoluta das igrejas existentes tiveram início em reuniões familiares.

11. Pare de fazer conchavos políticos e buscar os favores de candidatos para esta ou aquela atividade. O custo não vale a pena, compromete a voz profética e gera insatisfação entre os crentes. A melhor coisa que uma igreja faz é realizar as suas atividades com a própria receita. Quem quiser contribuir, que o faça em oculto, quando os diáconos passarem com as salvas ou quando os crentes forem chamados ao gazofilácio.

12. Resista a tentação de não cumprir as propostas acima. Sempre haverá os insatisfeitos que forçarão a barra. O risco é grande de você quebrar o compromisso, mas a perseverança é companheira dos que querem alcançar os seus objetivos. Portanto, siga em frente, olhando apenas para Jesus. Você não será decepcionado.

Conclusão

Posso afirmar com segurança, que, com essas decisões, entre tantas outras que podem ser tomadas, sua igreja, ao final de um ano, terá progredido muito mais em todos os sentidos do que se você insistir com esse sistema carcomido que muito aparenta, mas pouca eficácia tem para a igreja como corpo vivo de Cristo na terra.

Experimente e depois nos conte.


Pr. Geremias Couto - Comentarista da revista "Lições Bíblicas" para a Escola Dominical, publicada pela CPAD, pastor evangélico, presidente da Omega Mission Ministry.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

UM MANDAMENTO COM PROMESSA


"Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra". Efésios 6:2-3


A palavra honrar na língua portuguesa significa: Prestar honra e respeito a alguém; fazer distinção, mercê, consideração.

No texto mencionado a palavra grega para honra significa: reverenciar, estimar e valorizar. Portanto, honrar é dar respeito não apenas pelo mérito, mas pela posição.

Honrar seu pai e mãe deve ser demonstrado através de palavras e ações que surgem de uma atitude interior de estima e respeito pela posição que ocupam. 

Honrar no contexto bíblico esta ligado a obediência, a submissão, veja: "Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo". Efésios 6:1

Esse princípio bíblico expressa a vontade de Deus que já estava exposto nos 10 mandamentos (Ex 20.12). Durante a época do Velho Testamento, falar mal contra os pais ou rebelar-se contra as suas instruções resultava em punição capital (pena de morte), vide (Êxodo 21:15-17). Até Jesus, submeteu-se aos Seu pais terrenos (José e maria) e ao seu Pai Celestial. (Mateus 26:39; Lucas 2:51). 

É importante ressaltar que devemos honrar nossos pais, tanto com nossas ações como com nossas atitudes (Marcos 7:6). Devemos Honrar seus desejos, tanto os que eles já expressaram, quanto os que não expressaram verbalmente. veja: "O filho sábio ouve a correção do pai, mas o escarnecedor não ouve a repreensão". (Pv 13:1).

A honra esta ligada a submissão, logo quem não honra seu pai e sua mãe, com atitudes e ações é rebelde, lembrando que rebeldia é como pecado de feitiçaria (I Sm 15.23).

Muitos filhos atualmente agem como os fariseus. Eles honravam seus pais com palavras, mas suas ações provavam o verdadeiro motivo de seus corações. (Mateus 15.3-9). Honrar é mais do que da boca pra fora. A palavra honra nessa passagem é um verbo e, como tal, exige uma escolha/ação correta.

Honra apenas de palavras não é honra, mas a verdadeira honra exige uma ação, uma atitude de submissão voluntária e amorosa, pois há admiração, respeito e gratidão. Carrega consigo uma preocupação em agradar e fazer a vontade de seus pais. 

Filhos obedientes a Deus, são obedientes a seus pais. Essa ordenança ou mandamento vem de Deus, portanto carrega consigo uma recompensa:

Primeira recompensa, esta no próprio texto: "... Para que te vá bem...". Deus promete aos filhos que honram seus pais, que Ele mesmo (Deus) dará auxilio para que em sua vida tudo corra bem, em outras palavras será abençoado por Deus. Quando você necessitar de algo e for orar, pedindo a Deus algo Ele se lembrará dessa promessa e te auxiliará, pois honra gera honra.

Segunda recompensa, também está no texto: "... e vivas muito tempo sobre a terra...". Deus promete ao filho que honra seus pais longevidade de vida com saúde e paz, pois viver muito sem saúde e paz, não seria benção. O Salmista enxergava isso como benção de Deus: "...E verás os filhos de teus filhos..." Salmos 128:6. 

Que Deus nos abençoe! Filhos, honrem seus pais enquanto eles estão com vocês, pois esse mandamento de Deus vem com promessa. 

Sola Scriptura

Pr Pedro Pereira

sábado, 24 de janeiro de 2015

Outra campanha? Não aguento mais!!!!

É triste ver cada vez mais algumas "igrejas" se rendendo ao pragmatismo religioso com suas intermináveis "campanhas". É campanha da restituição, campanha da vitória, campanha da libertação, etc. Termina uma começa outra, são intermináveis. 


Essas ditas "campanhas" são pragmáticas, pois infelizmente seus objetivos são:

1. Encher templos e arrecadar dinheiro.

2. Dar esperança para o povo receber o que quer: cura, dinheiro, casa, carro, estabilidade financeira, emocional, familiar, etc.

Alguém poderia questionar dizendo: mas isso não é bom, Pastor? Para ser franco eu digo não e explico:

Primeiro, todos queremos ver a igreja cheia, mas será que todos que comparecem a essas ditas "campanhas" são pessoas que vieram para cultuar a Deus? Vieram para O adorar pelo que Ele é ou pelo que Ele pode dar? Estão atraídas por Cristo ou por interesse próprio? Infelizmente, estamos com igrejas cheias de pessoas atrás de bençãos e vazias de seguidores de Cristo (Mt 16.24; 6.31-33);

Segundo, no pragmatismo as pessoas são avaliadas pelo que elas tem e não pelo que elas são. Muitos líderes pressionados pelo sistema, precisam cumprir metas (financeiras). Igrejas e pessoas, com exceções, são vistas como negócios e não como almas que precisam de redenção. E isso leva a um "vale tudo" para arrecadar dinheiro, sob pena, de ser visto como um líder sem fé, sem sucesso ou até mesmo de perder sua posição e a liderança... que triste cenário, porém o que vale são os resultados, ou seja, os fins justificam os meios, portanto, muitos aderiram as famosas "campanhas" que tanto agradam com promessas como dão retorno financeiro (II Pd 2.3; I Tm 6.10; Ec 5.10);

Terceiro, a maioria das pessoas entram em campanhas e saem de campanhas e nada acontece, ou seja, aquilo que a dita "campanha" prometia, como restituição, vitória financeira, saúde, estabilidade, salvação de familiares muitas vezes não acontecem. Não porque Deus é o culpado, mas porque não levamos em conta a soberania dos propósitos de Deus. A pergunta é... E Deus quer o que eu quero? E a vontade de Deus? E seus propósitos? E se Ele quer me provar num determinado tempo para um determinado propósito? Portanto nem sempre quando e como eu quero vai acontecer, mas devemos estar submissos a vontade de Deus (I Jo 5.14; Tg 4.3; Mt 26.42).

É importante levar em conta que muitos procuram a igreja baseado apenas nessas "promessas" e quando elas não acontecem se desviam e se frustram, pois não vieram arrependidos dos seus pecados, mas atraídos pelo desejo de um cura, um milagre, uma estabilidade financeira, etc.

E como fica então aqueles que prometeram e tanto anunciaram as ditas campanhas? É simples, basta dizer que a culpa é do "povo", pois não tiveram fé suficiente para receberem. Fácil não? Problema resolvido.

Vale a pena ressaltar também que as ditas campanhas levam a uma liturgia antropocêntrica, ou seja, um culto voltado para o homem e suas necessidades, quando o correto é levar o povo a um culto Teocêntrico, ou Cristocêntrico, onde o centro é Deus e não o homem. Quando eu digo que tal dia haverá o culto da restituição, ou libertação, ou vitória financeira, etc, esse culto é para Deus ou para o Homem? Na verdade é para o homem. Culto é serviço de adoração a Deus e adorar a Deus é se esquecer de nós mesmos, renunciar a si mesmo e exaltar a Deus, seus atributos, sua obra, sua redenção, sua glória, etc. O maravilhoso é que quando colocamos Deus em primazia, Ele nunca se esquece de nós. Aleluia!

Que saudade quando a igreja era simples, tinha uma liturgia simples, pregava um Evangelho simples. Jesus curava, salvava e abençoava todos os cultos, não era preciso marcar dia, nem hora específica para alcançar uma benção. 

Todos os Cristãos se reuniam com o único propósito de adorar a Deus; e Ele por sua bondade quando queria e pra quem queria derramava suas ricas bençãos.

Os lideres eram avaliados pela sua postura, conduta, fé e vida de oração e não pela capacidade de ajuntar povo e arrecadar dinheiro.

Na igreja se amava as pessoas e usavam as coisas, porém hoje, salvo exceções, se amam as coisas e usam as pessoas. 

Não existiam tantas pessoas influentes e ricas na igreja, é verdade; mas as que lá estavam eram ricas da presença de Deus, cheias de temor e do Espírito Santo.

As únicas campanhas que existiam eram as campanhas de oração, mas de oração mesmo, joelho dobrado e clamando a Deus o tempo todo da reunião, quando muito se lia ao final um trecho das Escrituras para o encerramento.

Quero encerrar com algumas perguntas: Será que não é tempo de voltarmos a simplicidade do evangelho? Será que não é tempo de resgatarmos o culto Cristocêntrico? Será que não é tempo de arrependimento e renúncia e invocarmos o Nome do Senhor enquanto Ele está perto?

Que Deus nos abençoe e que possamos refletir sobre o assunto.


Pr Pedro Pereira

sábado, 17 de janeiro de 2015

SOLDADO FERIDO


De forma análoga a figura do soldado retrata, no mundo cristão, o crente em Cristo. Tal qual o soldado em uma guerra, assim também é o crente em meio as guerras espirituais.



Assim como um soldado está sujeito a se ferir em combate, o crente “soldado” também pode se ferir em meio as lutas e ataques do mundo espiritual. 

O que me surpreende não são as feridas, os arranhões, os machucados inerentes a uma batalha, mas a indiferença. 


Enquanto no mundo militar os soldados são treinados e praticam a ajuda mútua, ou seja, um soldado não abandona seu companheiro de farda nas mãos do inimigo, mas de todas as formas tenta resgatá-lo quando ferido, nem que para isso atrase a marcha de todos, atrase os planos de ataque, etc. O que importa é salvar seu amigo, seu companheiro de farda e levá-lo a um lugar seguro, longe das garras do inimigo. E ainda que o ferido soldado seja preso pelo inimigo, o batalhão ou companhia a que pertence, tem o dever de ofício de enviar um pelotão de resgate, soldados preparados e treinados para o resgate, mesmo que seja necessário entrar em solo inimigo, mesmo que tenha que entrar no acampamento inimigo, mesmo correndo o risco de serem presos e até mortos, se for preciso, o importante é resgatar seu amigo de farda, que ferido está nas mão do inimigo. 


Sem querer generalizar, fica a pergunta: Porque, no mundo cristão, quando um soldado se fere ou é preso em batalha não há esforço necessário para resgatá-lo? Numa guerra todos estão sujeitos a serem feridos. Do General ao Soldado raso, figurativamente, do Pastor ao crente mais novo convertido da igreja. 

Sabemos que as feridas mudam a rotina do soldado, ele começa a andar com dificuldade, tem dor, não tem a mesma eficácia e destreza de quando estava saudável. Na verdade precisa de ajuda, precisa ser carregado, precisa de atenção e cuidados, precisa ser levado a lugar seguro, precisa de médico e remédios. 

Mas, em meio a um cristianismo deturpado, onde o que importa são os resultados, onde infelizmente, se amam as coisas e usam as pessoas, onde construir é mais importante que alimentar um necessitado; o que contrapõem aos ensinamentos de Cristo; é mais fácil abandoná-lo, deixá-lo para trás, com o pretexto de que ele está atrapalhando o avanço do “pelotão”(comunidade evangélica), de que ele agora é um estorvo, de que ele foi descuidado agora o problema é dele.

Mas, no mundo militar, a ética e o dever de ofício, o companheirismo, o espírito de unidade falam mais alto, pois um soldado não abandona seu irmão de farda. Aquele que salva seu amigo, no mundo militar, deixou de apenas cumprir seu dever, mas se tornou um herói. 

Cadê os heróis da igreja? Cadê os heróis do ministério? Cadê os que deixam de fazer apenas o seu dever e se arriscam para salvar seu companheiro de batalha, seu irmão de fé.

Numa guerra soldados se ferem com tiros, minas, bombas, ataques aéreos, etc. Porém, no mundo cristão os soldados se ferem com palavras, atitudes, decepções, frustrações, cansaço espiritual, descuido, fofocas, falsas profecias, traições, enfermidades, excesso de problemas financeiros, familiares, etc.

Um crente ferido não produz como antes, não avança nem anda como antes, não canta nem prega como antes, se afasta, se retira, se frustra, se amargura. Precisam de ajuda, precisa de companheiros, de irmãos dispostos a resgatá-lo. 

A ajuda em oração é essencial, mas a ajuda presencial também é muito importante. O ferido precisa ouvir palavras de incentivo, de ânimo, precisa, às vezes, ser carregado por um tempo, precisa ainda do calor humano, do amor cristão. 

É necessário paciência com o ferido, ele sente dor, não tem a habilidade e capacidade que tinha quando saudável. É preciso esperar que seja sarado primeiro. Quanto ao tempo da cura vai depender do estrago, do machucado, de onde foi atingido, etc... Mas, com o cuidado certo, o remédio certo, a cirurgia certa, voltará a ser como era e por isso a paciência é necessária.

Porém, o que vemos são soldados feridos morrendo por indiferença da liderança e dos irmãos. É mais fácil ignorá-los, é mais fácil tachá-los de rebelde, de pecador, de desviado, ou coisa parecida. De soldados feridos se tornam “desigrejados”, pois sem apoio se decepcionam com o sistema e desertam para morrer sozinhos.

Só não devemos nos esquecemos de que todos nós estamos sujeitos a sermos feridos na guerra, inclusive líderes que mais parecem “super-homens” do que cristãos pela graça de Deus.

Aprendemos sistematicamente o dever de amar, ajudar, suportar, mas na prática somos indiferentes e apáticos com o sofrimento alheio. E o mais estranho é que muitos já passaram por situações semelhantes, mas quando outra pessoa passa falta a empatia, não há esforço para ajuda da nossa parte, senão um “chavão”: “vamos orar por ele ou por ela”. Porém de prático nada fazemos.

Quero terminar esse pensamento com as palavras do grande Mestre e General, Jesus Cristo, registrado no livro de Mateus, pois de nada vale sermos religiosos e não praticarmos o verdadeiro cristianismo:

Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus 25:41-46).

Pr Pedro Pereira




sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

ORAÇÃO FORTE?

Certo dia ouvi um irmão dizer: "vamos fazer uma oração forte e Deus irá abençoar...". Oração forte?


Com o advento das Neo Pentecostais, ou seja, as novas igrejas que trouxeram uma nova versão do pentecostalismo, o que difere em muito do pentecostalismo clássico. É bom ressaltar para que não haja confusão que as Neo pentecostais nada tem haver com o Pentecostalismo clássico, nem na liturgia, nem na doutrina, nem na orotodoxia e nem na orotopraxia.

Além das inovações perigosas como a teologia da prosperidade, a rejudaização do culto, o pragmatismo religioso, praticam um sincretismo religioso muito acentuado.

Temos observado algumas expressões "estranhas" as Escrituras ou a doutrina ortodoxa. Essas expressões "diferentes" tem, infelizmente, influenciado muitas outras igrejas, devido o poder de comunicação que essas comunidades tem exercido na mídia, como por exemplo as expressões: sessão descarrego, encosto, rosa ungida, sabonete ungido, consulta a ex mãe de santos, sal grosso, água ungida, etc., dentre essas encontramos também a expressão ORAÇÃO FORTE.

Analisemos do ponto de vista bíblico, existe oração forte? Ora sabemos que basicamente oração é um clamor, um pedido, uma intercessão do mais fraco para o mais forte, ou seja, do homem para Deus. A oração é o meio de comunicação que liga o homem a Deus, logo a oração não é forte, nem fraca. Mas, simplesmente, a comunicação do homem fraco a um Deus forte. Concluimos então, que quem é forte é Deus e não a oração.

Essa expressão "oração forte", na verdade vem da expressão "Reza-brava". A Reza-brava, segundo o dicionário é uma Reza forte, oração para pedir graça a si próprio, ou para fazer ou desfazer malefícios; expressão muito utilizada no meio do espiritismo baixo. Pasmem, mas pelo sincretismo religioso essa expressão, disfarçada de oração forte, vem sendo utilizada no meio Neo pentecostal, como outras expressões, acima citadas, todas tiradas do misticismo, espiritismo, etc.

Irmãos amados, não precisamos de oração forte, mas precisamos de um Deus forte. Quando fomos regenerados por Deus, nos tornamos uma nova criatura e deixamos para trás todo o pecado, superstições e misticismo que nos rodeavam; e tudo se fez novo (II Co 5.17). 

"Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz".( Ef 5.8)

Que Deus nos abençoe. Oração é só um clamor, uma petição; Forte é Deus, pois toda honra e toda glória pertencem a Ele.

Soli Deo Glória

Pr Pedro Pereira

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

AS CARACTERÍSTICAS DO PREGADOR PORTADOR DA VERDADEIRA MENSAGEM DE DEUS

Ouvimos tantas mensagens e são tantos pregadores que se dizem portadores da mensagem de Deus que resolvi fazer uma breve reflexão sobre esse tema. Para melhor compreensão quero destacar algumas características do pregador que traz a verdadeira mensagem de Deus, partindo dos seguintes pressupostos:

Quando a mensagem vem de Deus:

1. O pregador estimula o fiel a esperar em Deus, a crer ou confiar em Deus, a submeter-se a vontade soberana de Deus, a permanecer firme independente das circunstâncias, com paciência e confiança inabalável na resposta de Deus (Sl 37.5; 27.14; Rm 8.24);

2. O pregador prega exatamente o que o texto diz, sem forçar uma interpretação tendenciosa, ou seja, expõe a verdade bíblica (Ap 22. 18,19; II Tm 4. 2-4);

3. O pregador estimula a verdadeira fé, pois a fé verdadeira leva o fiel a um relacionamento de confiança em Deus, nela o fiel é despertado a crer que Deus não falha, que controla tudo e que tem compromisso infalível com suas promessas. Lembrando que a Fé em Deus deve se basear numa promessa feita por Ele, ou seja, Deus cumprirá o que Ele prometeu, e não exatamente no que eu quero que seja feito, pois nem sempre o que eu quero é aquilo que Deus quer;

4. O pregador conscientiza o fiel que a benção alcançada não vem dos seus méritos próprios, mas simplesmente da bondade e misericórdia de Deus. Toda honra e glória deve ser atribuída somente a Deus (I Cr 29.10-16; Sl 136; Rm 11.6; I Co 1.20);

5. O pregador leva o fiel a entender que Deus é soberano, portanto ainda que a benção não tenha sido alcançada devemos permanecer firmes e glorificando o nome de Deus. Servimos a Deus pelo que Ele é e não por aquilo que Ele pode nos dar (II Sm 12. 16-20; Fp 4 12,13,20);

6. O pregador leva seus ouvintes a entender que o amor de Deus é maior que a nossa fé ou esperança, e que se faltar fé ou a esperança, ainda nos restará Seu amor incondicional (I Co 13.13);

7. O pregador leva o fiel a entender que o Reino de Deus está em primeiro lugar e não a nossa vontade própria (Mt 6.10);

8. O pregador leva todos a entender que como servos, seguidores de Cristo, não determinamos nada a Deus. Ele é o Senhor e eu sou o servo, portanto quem determina é Deus. Os servos pedem e clamam, e Deus pela sua bondade e misericórdia nos atende ou não (Mt 26.39; Lc 22.42; Lc 12.47; Fp 2.13; Hb 10.36);

9. O pregador leva seus ouvintes a compreender que não precisamos de amuletos, fórmulas mágicas, ou sacrifícios qualquer, pois para recebermos algo de Deus, basta pedir diretamente a Ele, pois se for da sua vontade Ele nos dará pela sua graça e bondade (Lc 11.19; I Jo 5.14; Mt 6.6);

10. Por fim, o pregador leva todos a perceberem e entenderem que ele é apenas um canal de Deus, um simples mensageiro, dependente inteiramente de Deus e não um astro, um super crente ou um "show mam" qualquer.

Concluímos, portanto que devemos estar atentos com os enganos desses pregadores e das suas mensagens falaciosas, que de forma sutil, afastam muitos da verdadeira fé. 

Que Deus nos abençoe, com as infinitas bênçãos da sua mão, mediante asua eterna graça e nos dê discernimento nesses últimos dias.

Soli Deo Glória

Pr Pedro Pereira

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O verdadeiro culto a Deus

Sabemos que o culto cristão é um serviço de adoração a Deus, ou ainda, é um período pré-determinado para homenagens, elogios ou veneração a Deus. 

Insisto nesse tema, pois em muitas reuniões evangélicas nossos cultos carecem desses elementos.

Em muitos lugares, infelizmente, alguns dirigentes de culto se comportam como "animadores de auditório", gritam de forma até histérica, gesticulam demasiadamente, forçam um sentimentalismo artificial, como um vale tudo para arrancar alguns “glórias a Deus” ou “Aleluias” do povo; o problema é que esses ditos “animadores de auditórios” acabam sendo um show a parte, viram protagonistas e não coadjuvantes.

Quero deixar claro que sou pentecostal por convicção, creio na manifestação do Espírito Santo no meio da igreja, mas de forma espontânea e verdadeira, e não como temos visto por ai, ou seja, um verdadeiro esforço para uma manifestação apenas externa e não do coração, isso para dar uma sensação falsa de espiritualidade ou satisfação do ego humano.

O dirigente do culto deve ser uma pessoa espiritual e deve conduzir o culto na direção do Espírito Santo, com ordem litúrgica, sem bagunça, sem gritaria histérica, sem desorganização, com discrição, sem chamar a atenção para si, mas levando o povo a olhar para Cristo, o verdadeiro centro e finalidade do culto.

O dirigente do culto deve ser um condutor discreto, a fim de levar os crentes a adoração a Deus, em espírito e verdade. Como disse João Batista “... é necessário que Ele cresça e que eu diminua...”. Jo 3.30.

O verdadeiro culto cristão deve ser centrado em Deus e não no homem. Muitos cultos hoje são antropocêntricos, ou seja, o centro é o homem. 

Observando os louvores e as pregações, percebemos que em muitos lugares tudo gira em torno do homem e das suas necessidades temporárias e materialistas. 

As pregações e os louvores são recheados de “autoajuda”, como por exemplo: você pode fazer, realizar, você consegue, você deve determinar e as coisas irão acontecer, você deve exigir de Deus... você...você... etc. 

Ressalto que a verdadeira mensagem é a da “Ajuda do Alto”, ou seja, você não pode, mas Deus pode... Você não tem, mas Deus tem; como disse Paulo “posso todas as coisas naquele (Deus) que me fortalece” Fp 4.13.

Isso posto, o verdadeiro culto cristão é quando nos reunimos, em nome de Jesus, para reconhecer sua glória e majestade, exaltar seu nome, adorá-lo na beleza da sua santidade, agradecer-lhe por tudo o que nos tem feito, destacar seus atributos divinos, reconhecer sua soberania e por fim adorá-lo em qualquer circunstância. Devemos lembrar que nosso Deus não divide sua glória com ninguém (Is 42.8) 

Servimos a Deus pelo que Ele é e não simplesmente pelo que Ele pode nos dar.

A igreja hoje está sendo tratada como um auditório, como um clube social, lugar de encontro, onde os dirigentes se tornaram "animadores de auditório" e ai vale tudo para animar a platéia. 

É um tal de levanta, senta, levanta, senta; canta de pé, canta sentado, canta batendo palma; canta pulando, canta dançando; em alguns lugares se ouve até assovios, luzes apagando e ascendendo; fumaça, etc. Vale tudo para animar a "galera". Meu Deus! Isso é culto?


Que os nossos cultos sejam racionais, que nossos cultos sejam espirituais; que nossos cultos sejam verdadeiros, ou seja, de adoração somente a Deus; que nossos cultos tenham espaço suficiente para ouvirmos Deus falar, através da sua Palavra Santa; que os nossos cultos sejam agradáveis a Deus e não shows para agradar a homens. Que nossos cultos sejam recebidos por Deus, e que Ele tenha misericórdia de nós.

Sola Gratia

Pr Pedro Pereira