quarta-feira, 2 de março de 2011

CASAMENTO, UNIÃO INDISSOLÚVEL

O casamento a luz das Escrituras é sem sombra de dúvidas para ser indissolúvel "assim deixará o homem o seu e sua mãe e unir-se -a a sua mulher e serão uma só carne"..."aquilo que Deus ajuntou não separe o homem" (Mt 19.5,6). Fui perguntado outro dia se era possível alguém se casar de novo. A pergunta é bastante superficial, pois o casamento sempre é possível, mas quem vai casar de novo? Porque esta casando de novo? o que aconteceu com seu primeiro casamento? São perguntas que devem ser analisadas antes de uma resposta correta, a luz das Escrituras. Portanto, vamos analisar o assunto de forma geral, mediante o que diz as Escrituras, deixemos de lado as tradições, os costumes, etc, e vamos verificar sem preconceito o que as Escrituras nos diz acerca deste assunto.
O que Jesus ensinou: Nos tempos de Jesus, o divórcio estava tão comum que por qualquer razão fútil, como por exemplo se uma mulher salgasse a comida do seu marido, ou simplesmente o marido achasse que sua mulher estava feia e não tinha mais a beleza do tempo que a havia conhecido, o marido poderia então dar-lhe uma carta de divórcio. O divórcio partia sempre da parte do homem, ou seja a mulher nunca poderia pedir o divórcio e se ela quisesse deveria infernizar a vida de seu marido e do Sacerdote, até o marido saturado dar-lhe a carta de divórcio. Nessa vulgarização do casamento que a mulher samaritana foi questionada por Jesus, pois já havia se casado 5 vezes. Bom nesse quadro lamentável os Fariseus questionaram Jesus, nosso Mestre, sobre o divórcio: "Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?". Porém, recebem como resposta o seguinte: "Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério."
Jesus deixa claro que nos planos de Deus o casamento é indissolúvel, mas por causa da dureza do coração do homem, ou seja, por causa do pecado, Moisés com o consentimento de Deus, permitiu o divórcio. Agora, como aquele que é maior que Moisés e esta em consonância com a vontade do Pai, Jesus nos ensina que o casamento é indissolúvel, mas abre uma exceção e ensina que o divórcio será permitido no caso de adultério (pornéia, no grego que significa todo tipo de pecado sexual ilícito, no caso aqui, adultério). Com isso depreendemos do texto que aquele que comete adultério quebra o compromisso do casamento e deixa a parte inocente livre para contrair outro matrimônio, se for o caso. 
Jesus, como sábio e bondoso Deus, sabia das dificuldades e da dor de uma traição, embora o caminho recomendado seja a reconciliação é certo que o próprio Jesus deixou aberta a possibilidade da parte inocente se libertar do compromisso, que de forma cruel, foi quebrado pelo outra parte. Já a parte culpada fica com a culpa e o preço pelo pecado. Portanto, fica claro nas palavras de Jesus que o divórcio, por motivo de incompatibilidade de natureza ou coisa parecida, não é permitido e se caso isso acontecer permanece sobre os envolvidos a condição de adúlteros, aos olhos de Deus.
O que Paulo ensinou: O grande apóstolo Paulo ensinou sobre o assunto quando escreveu aos irmãos de corintios (I Co 7. 10-15). Porém, para melhor compreensão, devemos ressaltar que Paulo orienta sobre o casamento em dois aspectos, o primeiro ele fala em relação aos casais cristãos e em segundo em relação aos casais mistos, ou seja, um cristão casado com alguém que não seja cristão. Na primeira situação Paulo e taxativo e não vislumbra a possibilidade de divórcio para o casal cristão, aqueles que conhecem a palavra de Deus e são convertidos ao cristianismo, exceto no caso que Jesus ensinou´, ou seja a infidelidade conjugal por parte de um dos cônjuges, mas fora isso não há possibilidade de divórcio; se porém houver separação de corpos ficam impedidos de contraírem outro matrimônio: " Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher." (I Co 7.10,11).
Agora na segunda situação Paulo se dirige aos casais mistos e orienta que se a outra parte, aquela que não é cristã, consente em continuar casado, não deve haver divórcio, o caso aqui é de uma pessoa que se converteu, após o casamento. veja que o apóstolo reconhece esse casamento como lícito, não devemos porém confundir com o cristão que procura um casamento com infiéis, o que não é lícito "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis...". Nesse caso Paulo orienta que o cristão deve permanecer casado com a parte que não é cristã, pois o seu testemunho e presença santifica a família, porém se a outra parte quiser o divórcio o cristão estará livre para contrair outro matrimônio, veja: "Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz." (I Co 7.15).A Palavra apartar-se aqui no original é divórcio. Paulo ainda reforça dizendo que Deus nos chamou para a paz, ou seja, não para viver sobre o jugo de uma pessoa que não tem temor de Deus.
Bom, em resumo o casamento é indissolúvel, havendo nessa regra apenas essas exceções para o divórcio: infidelidade conjugal e abandono por parte da cônjuge não cristão. Portando, respondendo a pergunta inicial se é possível casar-se de novo? A resposta é para o cristão somente nesse dois casos, infidelidade conjugal ou abondono pelo cônjuge descrente pois o casamento na ótica divina é indissolúvel.

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