sábado, 13 de junho de 2015

ENQUANTO ISSO O PRAGMASTISMO RELIGIOSO CONTINUA AVANÇANDO EM MUITAS IGREJAS

É triste ver cada vez mais algumas "igrejas" se rendendo ao pragmatismo religioso com suas intermináveis "campanhas". É campanha da restituição, campanha da vitória, campanha da libertação, etc. Termina uma começa outra, são intermináveis.

Essas ditas "campanhas" são pragmáticas, pois infelizmente seus objetivos são:

1. Encher templos e arrecadar dinheiro.

2. Dar esperança para o povo receber o que quer: cura, dinheiro, casa, carro, estabilidade financeira, emocional, familiar, etc.

Alguém poderia questionar dizendo: mas isso não é bom, Pastor? Para ser franco eu digo não e explico:

Primeiro, todos queremos ver a igreja cheia, mas será que todos que comparecem a essas ditas "campanhas" são pessoas que vieram para cultuar a Deus? Vieram para O adorar pelo que Ele é ou pelo que Ele pode dar? Estão atraídas por Cristo ou por interesse próprio? Infelizmente, estamos com igrejas cheias de pessoas atrás de bençãos e vazias de seguidores de Cristo (Mt 16.24; 6.31-33);

Segundo, no pragmatismo as pessoas são avaliadas pelo que elas tem e não pelo que elas são. Muitos líderes pressionados pelo sistema, precisam cumprir metas (financeiras). Igrejas e pessoas, com exceções, são vistas como negócios e não como almas que precisam de redenção. E isso leva a um "vale tudo" para arrecadar dinheiro, sob pena, de ser visto como um líder sem fé, sem sucesso ou até mesmo de perder sua posição e a liderança... que triste cenário, porém o que vale são os resultados, ou seja, os fins justificam os meios, portanto, muitos aderiram as famosas "campanhas" que tanto agradam com promessas como dão retorno financeiro (II Pd 2.3; I Tm 6.10; Ec 5.10);

Terceiro, a maioria das pessoas entram em campanhas e saem de campanhas e nada acontece, ou seja, aquilo que a dita "campanha" prometia, como restituição, vitória financeira, saúde, estabilidade, salvação de familiares muitas vezes não acontecem. Não porque Deus é o culpado, mas porque não levamos em conta a soberania dos propósitos de Deus. A pergunta é... E Deus quer o que eu quero? E a vontade de Deus? E seus propósitos? E se Ele quer me provar num determinado tempo para um determinado propósito? Portanto nem sempre quando e como eu quero vai acontecer, mas devemos estar submissos a vontade de Deus (I Jo 5.14; Tg 4.3; Mt 26.42).

É importante levar em conta que muitos procuram a igreja baseado apenas nessas "promessas" e quando elas não acontecem se desviam e se frustram, pois não vieram arrependidos dos seus pecados, mas atraídos pelo desejo de um cura, um milagre, uma estabilidade financeira, etc.

E como fica então aqueles que prometeram e tanto anunciaram as ditas campanhas? É simples, basta dizer que a culpa é do "povo", pois não tiveram fé suficiente para receberem. Fácil não? Problema resolvido.

Vale a pena ressaltar também que as ditas campanhas levam a uma liturgia antropocêntrica, ou seja, um culto voltado para o homem e suas necessidades, quando o correto é levar o povo a um culto Teocêntrico, ou Cristocêntrico, onde o centro é Deus e não o homem. Quando eu digo que tal dia haverá o culto da restituição, ou libertação, ou vitória financeira, etc, esse culto é para Deus ou para o Homem? Na verdade é para o homem. Culto é serviço de adoração a Deus e adorar a Deus é se esquecer de nós mesmos, renunciar a si mesmo e exaltar a Deus, seus atributos, sua obra, sua redenção, sua glória, etc. O maravilhoso é que quando colocamos Deus em primazia, Ele nunca se esquece de nós. Aleluia!

Que saudade quando a igreja era simples, tinha uma liturgia simples, pregava um Evangelho simples. Jesus curava, salvava e abençoava todos os cultos, não era preciso marcar dia, nem hora específica para alcançar uma benção.

Todos os Cristãos se reuniam com o único propósito de adorar a Deus; e Ele por sua bondade quando queria e pra quem queria derramava suas ricas bençãos.

Os lideres eram avaliados pela sua postura, conduta, fé e vida de oração e não pela capacidade de ajuntar povo e arrecadar dinheiro.

Na igreja se amava as pessoas e usavam as coisas, porém hoje, salvo exceções, se amam as coisas e usam as pessoas.

Não existiam tantas pessoas influentes e ricas na igreja, é verdade; mas as que lá estavam eram ricas da presença de Deus, cheias de temor e do Espírito Santo.

As únicas campanhas que existiam eram as campanhas de oração, mas de oração mesmo, joelho dobrado e clamando a Deus o tempo todo da reunião, quando muito se lia ao final um trecho das Escrituras para o encerramento.

Quero encerrar com algumas perguntas: Será que não é tempo de voltarmos a simplicidade do evangelho? Será que não é tempo de resgatarmos o culto Cristocêntrico? Será que não é tempo de arrependimento e renúncia e invocarmos o Nome do Senhor enquanto Ele está perto?

Que Deus nos abençoe e que possamos refletir sobre o assunto.

Pr Pedro Pereira