sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

DESERTO...

"Mas Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto do Mar Vermelho... " Ex 13.18

Mas Deus os fez rodear pelo deserto... Interessante. O caminho de Deus nem sempre é o caminho que esperamos ou queremos... Deus preferiu pela sua soberania e poder levar Israel para o Deserto, mesmo tendo outros caminhos para conduzi-los.

As vezes Deus nos leva para o deserto... 

Deserto significa, segundo os dicionários: Região árida, coberta por um manto de areia em que é quase absoluta a ausência de vida. Lugar ermo; solitário; abandonado.

Espiritualmente, deserto significa lugar de solidão, lugar de escassez, lugar de gritar e ninguém te ouvir, lugar de secura, sem água, lugar de mudanças abruptas (geografia inconstante devido as tempestades de areia), lugar de noites frias e dias de calor insuportável, lugar de choro, lugar de tristeza, lugar de provação...

Não queremos estar no deserto, mas as vezes Deus nos quer no deserto. Foi no Deserto que Israel experimentou a presença de Deus como nunca havia experimentado, viram milagres, viram a glória de Deus, viram a intervenção divina, viram Deus supri-los, ajudá-los e aprenderam a depender de Deus.

Ninguém gosta do deserto, mas as vezes precisamos estar no deserto. Deus tem seus propósitos, conhece tudo e controla tudo, portanto podemos concluir que deserto, com Deus, faz bem, nos amadurece e nos prepara para avançarmos na vida cristã.

Outra coisa que devemos ter em mente é que todo deserto, ou seja, o deserto da tribulação, das lutas, das dificuldades, das enfermidades, das incompreensões, das decepções, das humilhações, em fim, todo o deserto é passageiro, um dia passa e chegamos a terra do descanso.

Enquanto o dia do descanso não chega temos uma certeza que nos consola e nos renova a esperança, vejamos o que moisés deixou registrado: "E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite". Ex 13.21. 

A palavra diz que o Senhor ia adiante deles. O Senhor está conosco, Ele não nos abandona nesse deserto terrível. Mesmo em meio ao deserto Deus quer que continuemos caminhando, de dia e de noite. Não pare, continue caminhando. Amém.

Sola Scriptura

Pr Pedro Pereira

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

As chamadas campanhas ou correntes ditas “evangélicas” são prejudiciais à fé cristã?

Bom, a luz da Palavra de Deus pode se afirmar que essas campanhas e correntes tem se tornado, até de forma inconsciente, prejudiciais à fé e a saúde espiritual dos cristãos. Conheço pastores íntegros e piedosos que influenciados por liturgias neopentecostais acabaram utilizando desse expediente, que infelizmente tem trazido alguns "estragos" ao Reino de Deus. Declinarei alguns pontos para demonstrar esse perigo, vejamos:


1. Nessas campanhas ou correntes se observa dentro da liturgia dos cultos de algumas igrejas elementos e métodos pragmáticos utilizados pela teologia da prosperidade, cujo intuito principal é o de encher os templos ou suas congregações, com a promessa de suprir as necessidades ou solucionar os diversos problemas na vida do cristão e também do não crente, independente se o método utilizado tem apoio bíblico ou não, tais, como: problemas no casamento, problemas financeiros, problemas na área sentimental e problemas na saúde.

2. Na maioria dessas campanhas e correntes, vemos que os pastores se utilizam de elementos místicos e sincréticos, como: a rosa ungida, o sal grosso, a famosa água fluidificada ou, ainda, “orada” pelo pastor, o lenço, o manto e a meia “ungida”, o cajadinho de Moisés, a botija de azeite, o óleo ungido, dentre outros. 

3. Nessas campanhas e correntes, muitas vezes, incentivados pelos próprios pastores ou líderes, são feitos votos financeiros, em prol de uma benção mais rápida, em uma área específica da vida, onde eles dizem que, através da oferta financeira, Deus atenderá mais rápido a pessoa abençoando-a, porque Deus será “obrigado” a abençoar, devido à atitude de fé da pessoa.

4. Essas campanhas e correntes ferem os princípios bíblicos do culto, pois desvirtuam o foco da igreja para as “necessidades individuais” das pessoas em detrimento da comunhão uns com os outros e da adoração verdadeira a Deus, em espírito em verdade. Ir ao culto se torna um lugar para simplesmente buscar a “benção” e não para prestar serviço de adoração a Deus. Sabemos que Deus nos abençoa no culto, mas isso se deve tão somente a sua graça. O culto cristão é um lugar de se prestar adoração a Deus, devemos servi-lo pelo que Ele é, e não pelo que Ele pode nos dar.

5. Essas campanhas e correntes carecem de apoio bíblico, pois não há nos quatro evangelhos um ensino sequer de Jesus sobre a prática de fazer campanhas ou correntes, e, tampouco, no livro de Atos e nas cartas de Paulo, Pedro, João, Hebreus, Judas, dentre outras. Nenhum dos apóstolos fez campanhas do tipo como vemos hoje em algumas igrejas. 

6. As campanhas ou correntes que vemos hoje têm, na verdade, sua origem no catolicismo; o que chamamos de campanhas e correntes, eles chamam de “novenas”. Portanto, abraçando esta ideia de novenas, algumas igrejas evangélicas apenas mudaram o nome de “novena” para campanha ou corrente. 

7. Por fim, Deus, em sua soberania e poder, não necessita de que façamos campanhas de dias ou semanas ou correntes mais correntes para realizar um milagre, nos outorgar um benção ou nos conceder um livramento. Basta seu querer e todas as coisas começam a acontecer, no momento que lhe apraz e no tempo que desejar.

Concluímos, portanto que essas ditas “campanhas e correntes” tem em seu cerne a individualidade das pessoas em vez da comunhão com Deus em primeiro lugar, e, em seguida, a comunhão uns com os outros. Concluímos ainda que as “campanhas e correntes” se tornaram um engodo de Satanás para corromper a fé de muitos cristãos verdadeiros, pois em muitos lugares, ao invés da pregação da sadia Palavra de Deus, acabam se tornando locais de disseminação de heresias, distorções bíblicas, sincretismo e pragmatismo religioso. Portanto, são prejudiciais a verdadeira fé cristã.

Voltemos ao evangelho simples e verdadeiro; que os nossos cultos sejam locais de adoração e exaltação ao soberano Deus; e que a exposição da verdadeira Palavra de Deus tenha prioridade em nossos cultos. A Palavra de Deus salva, santifica, liberta, cura, alimenta espiritualmente e supre as nossas necessidades, pela fé em Cristo, mediante a sua infinita graça. Amém.

Sola Scriptura.

Pr Pedro Pereira