sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A DIFERENÇA ENTRE MORALISMO E MISERICÓRDIA


O mundo cristão está cheio de moralistas, de pessoas que vivem um evangelho muito diferente daquele pregado e ensinado por Jesus.

O moralista jubila com a queda alheia, pois isso fortalece o seu senso de justiça própria. O misericordioso chora diante da mesma situação, pois entende ser passivo do mesmo erro. 

Em se tratando de santidade e justiça, o moralista é alguém que se percebe sempre acima da média (Lc 18.9-14).

O moralista está sempre pronto para apontar e para condenar sem misericórdia alguma as transgressões que se tornam manifestas e concretas na vida do próximo, enquanto que a sua própria mente é um depósito de promiscuidade, perversão e imoralidade (Mt 5.27-28). Apontando para as transgressões alheias ele procura desviar as atenções de suas próprias transgressões. Fazendo assim, ele promove o engano e o autoengano.

O moralista é alguém que em nada difere interiormente daqueles que desprezam o conhecimento de Deus, pois estão: "cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade, possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade". (Rm 1.29)

O moralista se coloca geralmente numa condição superior a do próprio Deus, pois enquanto este apaga, esquece e lança as nossas transgressões nas profundezas do mar, o primeiro sempre procura trazê-las à tona e colocá-las em evidência:
"Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro." (Is 43.25)
"Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar". (Mq 7.18-19)

Os moralistas pisam nos transgressores com o propósito de destruí-los e desmoralizá-los, enquanto que o Deus misericordioso pisa nas transgressões (iniquidades), com o propósito de restaurar o transgressor.

Em Provérbios 28.13 lemos: "O que encobre as suas transgressões nunca prosperá; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia". O texto nos ensina que:

- As transgressões, aquelas reputadas por mais graves ou menos graves são sempre uma possibilidade na vida do crente;

- Não são as transgressões que impedirão a nossa prosperidade, mas sim o ato de encobri-las. Dessa maneira, é possível falhar, mas após confessar a falha poderemos caminhar prosperando em tudo para a glória de Deus;

- O alcance da misericórdia não depende apenas das confissões do transgressor. É preciso deixar as transgressões;

- A misericórdia não promove o conformismo com o erro. O que a misericórdia faz é conceder novas oportunidades aos transgressores, que não devem ser abusadas, pois Deus não é conivente com os que se deleitam e insistem em transgredir. Quem abusa da misericórdia está abusando da graça, e quem abusa da graça pode cair em eterna desgraça.

A autoridade moral e espiritual de um servo e filho de Deus não se relaciona com a ausência do pecado e da transgressão, mas se estas questões são tratadas de acordo com as recomendações das Sagradas Escrituras (2 Sm 12.3; 1 Jo 1.8-10). 

Não se intimide com os moralistas. Apegue-se ao Deus de toda a misericórdia e aos misericordiosos, pois estes com certeza estarão sempre dispostos a perdoar, acolher e amar.


*Extraído do Blog do Pr Altair Germano
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sábado, 1 de dezembro de 2012

Resposta sobre o Natal


"Hoje começa o mês de dezembro. E pessoas do mundo todo falarão ainda mais sobre o Natal, mesmo sem conhecerem o seu real significado. No mundo que jaz no Maligno, aumenta o número de pessoas que odeiam a Cristo e seu Natal. 

E, no meio evangélico, a cada ano, surgem mais e mais "entendidos" que satanizam essa celebração e até apresentam razões para ignorarmos o nascimento de Cristo.


Sinceramente, os motivos para odiar ou satanizar o Natal são risíveis, a despeito de eu chorar ante a ignorância dos cristãos (cristãos?) inimigos do Natal. Estes têm dito, por exemplo, que o Natal “traz em seu bojo um clima de angústia e tristeza”, e que isso ocorre por causa de “um espírito de opressão que está camuflado, escondido atrás da tradição romana que se infiltrou na igreja evangélica, e que precisamos expulsar em nome de Jesus”.

Meu Deus! Desde a minha infância aprendi a celebrar o Natal de Cristo. Lembro-me com muita alegria das peças, poesias e cantatas natalinas, além das maravilhosas mensagens de Natal, ministradas por homens de Deus. A lembrança da encarnação do Senhor propicia alegria na alma, e não tristeza! Prova disso é que vários hinos da Harpa Cristã, hinário oficial das Assembleias de Deus, nos estimulam a celebrar o Natal de Cristo. Vejamos especialmente os hinos 21, 120, 366, 481 e 489.

Receio que os inimigos do Natal tenham se deixado influenciar por outro espírito, o do Anticristo, que já está no mundo (1 Jo 4.3). Vivemos em uma época em que o Diabo deseja, a todo custo, fazer com que o nome de Jesus desapareça da face da terra. E uma de suas estratégias é apresentar “outro evangelho”, fanatizante, farisaico, legalista, que procura desviar os salvos da verdade, carregando-os de ordenanças, como: “não toques, não proves, não manuseies”, as quais “perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens” (Cl 2.20-22).  

Tais "experts" em apreço dizem, também, que a Bíblia não apresenta um mandamento para celebrar o Natal... O que eles queriam, que Deus ordenasse: “Celebrai com júbilo o Natal de Cristo, todos os moradores da terra”? Nem tudo, nas Escrituras, é tratado por meio de mandamentos. Ela é também um Livro de princípios, doutrinas, tipos, símbolos, parábolas, metáforas, profecias, provérbios, exemplos, etc. E um grande exemplo foi dado pelos anjos de Deus, que celebraram o Natal de Cristo, dizendo: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc 2.14).

Mas, se tais cristãos são fanáticos a ponto de se apegarem a questiúnculas, parem de comemorar o Dia do Pastor, o Dia da Bíblia, o Dia da Escola Dominical, o Dia de Missões, etc. Ah, e também parem de receber presentes de aniversário, pois não há nenhum mandamento bíblico do tipo: “Eis que presentes receberás no dia do teu aniversário”. 

O fanatismo dos inimigos do Natal é tão grande que os leva a seguir pensamentos extremistas, como este: “O Natal é uma festa que centraliza a visão do palpável e esquece do que é espiritual. Para Jesus o mais importante é o Reino de Deus, que não é comida e bebida, mas justiça e paz no espírito”. Dá-me paciência, Senhor! Eles nunca aprenderam que o cristão é diferente do mundo, a despeito de estar no mundo? Conquanto o Reino de Cristo seja preponderantemente espiritual, somos pessoas normais. Precisamos trabalhar, estudar, nos alimentar... O cristão que se preza conhece o verdadeiro sentido do Natal e sabe distingui-lo do Natal secular, sincrético, consumista (cf. 1 Co 10.23-32).

Inimigos do Natal que lerem este artigo poderão argumentar: “a igreja do Senhor está vivendo a época profética da festa dos tabernáculos, que significa a preparação do caminho do Senhor, e, se você prepara o caminho para Ele nascer, não o prepara para Ele voltar”. Onde eles aprenderam isso? Tenho certeza de que não foi na Escola Dominical nem em uma instituição de ensino que preza a ortodoxia. Eles se opõem à celebração do Natal em razão de não haver um mandamento específico... Mas, ao mesmo tempo, se apegam a uma aplicação "forçada" da festa dos tabernáculos para se opor ao Natal de Cristo? Haja incoerência!

Uma das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus é o nascimento do Senhor Jesus, isto é, a sua gloriosa encarnação (Jo 1.14; 1 Tm 3.16). Aliás, a obra da expiação está em um tripé: nascimento do Senhor, sua morte e sua ressurreição (Gl 4.4; 1 Co 15.1-4). Ignorar o Natal de Cristo é negar parte de sua obra salvífica.

Mas os inimigos do Natal vão alegar que o nascimento de Jesus não tem mais nenhum sentido profético, pois todas as profecias que apontavam para sua primeira vinda ao mundo já se cumpriram... É mesmo? Então, para eles, a Bíblia é apenas um tratado de escatologia, que se ocupa exclusivamente de assuntos relativos ao futuro? Ora, as Escrituras apresentam muitas doutrinas escatológicas, porém elas também contêm teologia, cristologia, pneumatologia, antropologia, hamartiologia, soteriologia, eclesiologia e angelologia. Sabemos que o Natal de Cristo está ligado diretamente à cristologia e à soteriologia. Entretanto, como todas as doutrinas bíblicas são intercambiáveis, em Apocalipse 12 há uma menção ao Menino Jesus! Será que os sapientíssimos fariseus do século XXI já atentaram para isso?

Outro motivo alegado para não comemorarmos o Natal de Cristo é o dia 25 de dezembro. Os opositores do Natal dizem que essa data foi estabelecida pela Igreja Católica Romana. Mas, à época, a intenção foi boa! Considerando que já havia uma grande comemoração pagã no mesmo dia, o imperador obrigou a todos a se lembrarem do dia natalício de Cristo. Se um dia ocorrer um grande avivamento no Brasil, e todos os poderes se converterem ao Evangelho, e ficar estabelecido que 12 de outubro é o Dia de Louvor a Jesus Cristo, nos oporemos a isso, sob a alegação de que essa data fora outrora consagrada à Senhora Aparecida?

“Ah, mas o Natal se tornou um culto comercial que visa render muito dinheiro. Tirar dos pobres e engordar os ricos. É uma festa de ilusão onde muitos se desesperam porque não podem comprar um presentinho para os filhos”, os inimigos do Natal argumentarão. O que isso tem a ver com o verdadeiro sentido do Natal de Cristo? A Páscoa também é aproveitada pelo mundo capitalista para explorar o consumismo. Vamos ignorar a Páscoa por causa disso?

Se há uma celebração de Natal que prioriza o comércio, existe, também, uma celebração que prioriza Cristo! Segue-se que esse motivo alegado para não celebrar o Natal de Cristo é reducionista, generalizante e preconceituoso. Tais "entendidos" acusam o Natal de ser uma festividade “baseada em culto a falsos deuses nascidos na Babilônia. Então, se recebemos o Natal pela igreja católica romana, e esta por sua vez recebeu do paganismo, de onde receberam os pagãos? Qual a origem verdadeira?” Quanta ignorância! O Natal de Cristo precede e transcende o paganismo da Igreja Católica Romana.

Lembrar do nascimento de Cristo, descrito na Bíblia, e glorificar a Deus por ter nos dado o seu Filho Unigênito é lícito e conveniente. Isso nada tem a ver com Roma, Babilônia, etc. Ademais, o fato de o Natal ser celebrado também pela Igreja Católica Romana não torna o Natal de Cristo idolátrico. Caso contrário, a missa, com a sua hóstia, tornaria a Ceia do Senhor igualmente idolátrica, não é mesmo? Esses cristãos inimigos do Natal pensam que sabem muito, mas estão redondamente enganados! Idolatria é condição do coração. Ela não é um pecado praticado de modo subjetivo.

Finalmente, tais "entendidos", inimigos do Natal, reprovam e até proíbem a celebração do Natal de Cristo por causa de Papai Noel, duendes, gnomos, decorações natalinas e outras coisas mundanas. Mas cometem um grande pecado, ao se mostrarem mais santos do que os outros. Coam mosquitos e engolem camelos. Além disso, interferem na liberdade que Cristo outorgou aos seus seguidores e exigem um padrão de santidade que nem a Palavra de Deus exige! Meditem em Eclesiastes 7.16,17.

Graças a Deus, a maioria dos seguidores de Cristo não aceita essa interferência fanatizante em sua liberdade. Caso contrário, o cristianismo se transformaria em uma religião extremista, fanática, sectária, e tudo passaria a ser pecaminoso: bolo de aniversário, vestido de noiva, terno, gravata, calça jeans, passeio no shopping... Aliás, já houve um tempo em que o rádio era a caixa do Diabo, e o crente não podia usar perfume! Que Deus nos guarde do legalismo farisaico!"

* Extraído do Blog do Pr Ciro Sanches Zibordi