sábado, 24 de novembro de 2012

Credo Atanasiano


O Credo de Atanásio, com quarenta artigos, é um tanto longo para um credo, mas é considerado: "um majestoso e único monumento da fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas de um único Cristo." (2)



O Credo descreve:

  • Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário acima de tudo, que sustente a fé universal.
  • A qual, a menos que cada um preserve perfeita e inviolável, certamente perecerá para sempre.
  • Mas a fé universal é esta, que adoremos um único Deus em Trindade, e a Trindade em unidade.
  • Não confundindo as pessoas, nem dividindo a substância.
  • Porque a pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo outra.
  • Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma mesma divindade, igual em glória e co-eterna majestade.
  • O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo.
  • O Pai é não criado, o Filho é não criado, o Espírito Santo é não criado.
  • O Pai é ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado.
  • O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
  • Contudo, não há três eternos, mas um eterno.
  • Portanto não há três (seres) não criados, nem três ilimitados, mas um não criado e um ilimitado.
  • Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.
  • Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente.
  • Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
  • Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus.
  • Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor.
  • Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor.
  • Porque, assim como compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa separadamente como Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal de dizer que há três Deuses ou Senhores.
  • O Pai não foi feito de ninguém, nem criado, nem gerado.
  • O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado, mas gerado.
  • O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente.
  • Portanto, há um só Pai, não três Pais, um Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
  • E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor.
  • Mas todas as três pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de modo que em tudo o que foi dito acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade em unidade deve ser cultuada.
  • Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse modo com relação à Trindade.
  • Mas também é necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo.
  • É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem.
  • Ele é Deus eternamente gerado da substância do Pai; homem nascido no tempo da substância da sua mãe.
  • Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e carne humana.
  • Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à sua humanidade.
  • O qual, embora seja Deus e homem, não é dois, mas um só Cristo.
  • Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne, mas por sua divindade haver assumido sua humanidade.
  • Um, não, de modo algum, pela confusão de substância, mas pela unidade de pessoa.
  • Pois assim como uma alma racional e carne constituem um só homem, assim Deus e homem constituem um só Cristo.
  • O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia.
  • Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai onipotente, de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
  • Em cuja vinda, todos os homens ressuscitarão com seus corpos, e prestarão conta de suas obras.
  • E aqueles que houverem feito o bem irão para a vida eterna; aqueles que houverem feito o mal, para o fogo eterno.
  • Esta é a fé Universal, a qual a não ser que um homem creia firmemente nela, não pode ser salvo. (3)


1 Extraído de Paulo Anglada, Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das Escrituras (São Paulo: Editora Os Puritanos, 1998), 180-82.
2 A. A. Hodge, The Confession of Faith (Edinburgh & Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1992), 7.
3 Traduzido a partir do inglês de A. A. Hodge, Outlines of Theology (Edinburgh, & Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1991), 117-118.